Artigo de pesquisa

Dispersões sólidas de extratos de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) para otimização da solubilidade do marcador ácido betulínico

Solid dispersions of leaves Eugenia florida DC. (Myrtaceae) extracts to optimize the solubility of the betulinic acid marker

https://doi.org/10.32712/2446-4775.2021.1070

Nóbrega, Andréa Bezerra da1*;
Bizarri, Carlos Henrique Brasil1;
Paz, Andressa Santana2;
Seiceira, Rafael Cardoso1;
Conceição, Edemilson Cardoso da3.
1Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto de Tecnologia em Fármacos-Farmanguinhos, Laboratório de Química da Biodiversidade, Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos (PAF), Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (CIBS). Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), Fiocruz Campus Jacarepaguá, Estrada da Curicica, 2000, Curicica, CEP 22780-195, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
2Universidade Federal de Goiás (UFG), Laboratório de Pesquisa em Produto Natural, Faculdade de Farmácia, Rua 240, esquina com a 5ª Avenida, s/nº, Setor Leste Universitário. CEP 74605-170, Goiânia, GO, Brasil.
3Universidade Federal de Goiás (UFG), Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Bioprodutos, Faculdade de Farmácia, Rua 240, esquina com a 5ª Avenida, s/nº, Setor Leste Universitário. CEP 74605-170, Goiânia, GO, Brasil.
*Correspondência:
abnobrega@gmail.com

Resumo

Eugenia florida DC. pertence à família Myrtaceae. Estudos fitoquímicos anteriores com extratos de folhas de E. florida revelaram a ocorrência de triterpenos e, entre seus constituintes, o ácido betulínico (AB), que apresenta uma vasta literatura com diferentes atividades biológicas, como anti-inflamatório, antimalárico, antimicrobiano, antiviral e anticâncer, porém, sua baixa solubilidade aquosa limita a sua biodisponibilidade. Para o aumento da biodisponibilidade tem destaque o uso de disperões sólidas, onde fármacos lipofílicos são dispersos em carreadores hidrofílicos, acarretando um aumento da solubilidade e perfil de dissolução. Neste trabalho, dispersões sólidas contendo extratos de E. florida foram preparados utilizando o carreador Gelucire®50/13 como agente polímerérico e a lactose monohidratada como suporte hidrofílico empregando a técnica de fusão.  O sistema que apresentou melhor solubilidade de AB foi caracterizado através das técnicas de espectroscopia do Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Análise de Termogravimetria (TGA), Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e Difratometria de Raios-X (DRX). A técnica de dispersão sólida aumentou onze vezes a solubilidade do ácido betulínico presente no extrato de folhas de Eugenia florida, sugerindo o aumento da biodisponibilidade do marcador.

Palavras-chave:
Dispersões Sólidas.
Solubilidade.
Ácido Betulínico.
Eugenia florida.

Abstract

Eugenia florida DC. belongs to the family Myrtaceae. Previous phytochemical studies with extracts of E. florida leaves showed the occurrence of triterpenes and, among its constituents, the betulinic acid (BA), which presents a vast literature with different biological activities, such as anti-inflammatory, antimalarial, antimicrobial, antiviral and anticancer, however, its low aqueous solubility limits its bioavailability. In order to increase bioavailability, the use of solid dispersions is highlighted, where lipophilic drugs are dispersed in hydrophilic carriers, causing increase in solubility and dissolution profile. In this work, solid dispersions containing extracts of E. florida were prepared using the carrier Gelucire®50/13 as a polymeric agent and lactose monohydrate as a hydrophilic support using the fusion technique. The system that showed better BA solubility was characterized by Fourier Transform Infrared Spectroscopy (FTIR), Thermogravimetric Analysis (TGA), Differential Scanning Calorimetry (DSC) and X-Ray Diffractometry (DRX). The solid dispersion technique elevated the solubility of betulinic acid in Eugenia florida leaf extract eleven times, suggesting an increase in the bioavailability of the marker.

Keywords:
Solid Dispersions.
Solubility.
Betulinic Acid.
Eugenia florida.

Introdução

Eugenia florida DC. pertence à família Myrtaceae[1,2]. Estudos fitoquímicos prévios com extratos de folhas de E. florida revelaram a ocorrência de triterpenos, sendo considerada uma importante fonte de ácido betulínico (FIGURA 1). O ácido betulínico é um triterpeno penta cíclico pertencente ao grupo lupânico e apresenta muitas atividades biológicas já descritas na literatura, como anti-inflamatório[3,4], antimalárico[4], antiviral[4-7], anti-HIV[8,9] e antitumoral[4,10-13].

FIGURA 1: Estrutura molecular do ácido betulínico.
Figura 1

Os triterpenos ácidos podem atuar em vários estágios no desenvolvimento de tumores, como na inibição de tumorigênese, inibição na progressão de tumor e indução da diferenciação tumoral[14]. Desde 1995 que Pisha e colaboradores[11] reportaram o ácido betulínico como altamente promissor agente antineoplásico, após a indução da apoptose em linhagens celulares de melanoma quer in vitro quer in vivo. Posteriormente, esta atividade foi confirmada como efetiva em outras linhagens celulares com diferentes origens tais como mama, cólon, pulmão, pâncreas, ovário, neuroblastoma, osteossarcoma, entre outras[15]. O mecanismo de ação antitumoral deste fitofármaco prende-se com a capacidade do mesmo induzir a morte celular apoptótica pela via mitocondrial[13]. Adquire, contudo, ainda mais relevância o interesse terapêutico deste composto quando se percebe que existe uma dada seletividade das células cancerígenas à sua ação, mas não sobre células humanas sadias[16-18].

Todavia, esta substância apresenta algumas limitações, no que diz respeito à fraca solubilidade da mesma e dos seus derivados, limitando a sua biodisponibilidade[19]. Existem várias técnicas disponíveis para melhorar a solubilidade de fármacos pouco solúveis e conseqüentemente a sua biodisponibilidade. As dispersões sólidas são técnicas bastante utilizadas para aumentar a solubilidade de fármacos pouco solúveis[20-22].

Dispersão sólida é definida como uma forma farmacêutica em que as substâncias ativas são dispersas em uma matriz/carreador, biologicamente inerte e geralmente hidrofílico[23,24]. A escolha do carreador utilizado deve ser compatível com a finalidade do estudo, uma vez que são as propriedades dos polímeros as responsáveis pelo perfil de liberação do fármaco[25].

Na busca do aumento da solubilidade do marcador AB presente nos extratos de folhas de E. florida, utilizou-se a técnica de dispersão sólida por fusão, propondo assim uma melhoria no insumo farmacêutico vegetal para ser utilizado em desenvolvimentos futuros de medicamentos antitumorais.

Materiais e Métodos

Obtenção do Extrato Seco de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae)

Foram coletadas folhas frescas e sadias de Eugenia florida do indivíduo localizado no Campus da Fundação Oswaldo Cruz – Manguinhos / RJ. – 22o 52' 38.13'' S / 43o 14' 47.45''. O indivíduo foi devidamente identificado e um voucher encontra-se depositado, no Herbário do Jardim Botânico, Rio de Janeiro, sob o número de registro RB 328.061 (Autorização CGEN n° 254/2015). O material foi seco a 40°C em estufa com circulação de ar por 72 h e moído em um moinho de facas. As folhas secas e trituradas foram submetidas à extração com etanol na proporção 1:10 (planta:solvente), por maceração com agitação ocasional duas vezes ao dia, com renovação de solvente 2 vezes a cada 48 horas. O solvente foi evaporado através de rota evaporador e em seguida liofilizado até obter um extrato seco[26].

Delineamento experimental

Foi utilizado o Gelucire®50/13 como polímero carreador e a lactose monohidratada spray dried como suporte hidrofílico para o desenvolvimento de dispersão sólida do extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae), buscando um aumento da solubilidade do marcador ácido betulínico, sendo realizado um planejamento do tipo Delineamento de Faces Centradas (DFC) para otimizar o processo.

Na TABELA 1, podem-se observar os experimentos propostos pelo DFC, o planejamento foi realizado aleatoriamente e consiste em combinações, incluindo três repetições genuínas e três repetições no ponto central, totalizando os 45 experimentos realizados. A metodologia de superfície de resposta foi utilizada para investigar a influência das três variáveis independentes estudadas: quantidade de extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae)(X1), quantidade de Gelucire®50/13 (X2) e quantidade de lactose monohidratada spray dried (X3), no processo de solubilidade do marcador ácido betulínico presente no extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) em solução tampão pH 7, sendo realizada uma análise de regressão múltipla dos dados, para verificar os coeficientes do modelo de regressão pelo método dos mínimos quadrados, estes valores encontrados foram avaliados utilizando o software Protimiza Experimental Design.

O modelo de regressão polinomial foi utilizado para expressar a relação da função das variáveis independentes (Eq. (1)).

Equação 1

Onde y é a variável resposta, β0 é uma constante e βi, βii e βij são os coeficientes linear, quadrático e interativo do modelo, e xi e xj são variáveis independentes.

Foi realizada a análise de variância (ANOVA) para as variáveis independentes estudadas.

TABELA 1: Fatores e níveis utilizados no delineamento Delineamento de Faces Centradas (DFC).
Símbolos

Variáveis

Níveis

(-1) 0 (+1)
X1 Extrato (mg) 50 275 500
X2 Gelucire (mg) 500 725 950
X3 Lactose (mg) 100 200 300

Preparação das dispersões sólidas

As dispersões sólidas propostas no DFC foram preparadas pelo método da fusão onde o extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) foi misturado a lactose monohidratada spray dried e a mistura adicionada ao carreador Gelucire®50/13 fundido nas proporções extrato/polímero conforme descrito na TABELA 1 a 60ºC, aproximadamente, com homogeneização contínua até a formação de uma dispersão homogênea, que, em seguida, foi solidificada por resfriamento em banho de gelo e pulverizada com o auxílio de gral e pistilo. As amostras foram guardadas em frascos de vidro âmbar no dessecador até as análises.

Quantificação por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

O sistema CLAE consiste em um sistema LC LaChrom (Merck-Hitachi) com bomba quaternária (L-7100), forno de coluna (L-7300), amostrador automático (L-7200) e detector de UV (L-7400). A separação cromatográfica foi realizada usando uma coluna µBondapak Waters C18 3,9 mm × 300 mm e a pré-coluna Phenomenex Luna C18 150 mm x 4,6 mm (ambas com tamanho de partícula de 5 μm). Foi aplicada uma eluição isocrática usando 10% de água em pH 3 ajustado com ácido fosfórico (Fase móvel A) e 90% de acetonitrila (Fase móvel B). O tempo total de execução foi de 15 min, com uma vazão de 1,0 mL / min e a temperatura da coluna foi de 25°C. A aquisição de dados em 210 nm foi realizada após injeção de amostra de 10μL com fluxo de 1mL/min, empregando o EZChrom Elite Software 3.3.2 SP2 (Merck-Hitachi). A quantificação do marcador químico foi realizada a partir da interpolação da área de AB em curva de calibração em faixa de concentração determinada na validação da metodologia.

Validação da metodologia CLAE

O método de determinação do ácido betulínico no extrato das folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) foi baseado em Kumar[27]. Os parâmetros de validação e os critérios de aceitação atenderam às diretrizes do Instituto Brasileiro de Metrologia (INMETRO)[28]. Para validar a determinação de ácido betulínico no extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae), foram avaliados os seguintes parâmetros de desempenho: seletividade, linearidade, precisão (repetibilidade e precisão intermediária), tendência (recuperação), limite de detecção (LoD), limite de quantificação (LoQ) e robustez. A seletividade foi avaliada comparando-se o tempo de retenção do padrão de ácido betulínico adicionado ao solvente (metanol) e na presença da matriz (extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae)) e pela avaliação da pureza do ácido betulínico no extrato da planta. Para avaliar a linearidade, as matrizes foram fortificadas com a solução padrão de ácido betulínico nas concentrações de 0,01, 0,02, 0,05, 0,1, 0,2, 0,5 e 1,0 mg/mL, em sete repetições. Após as análises, foi criado um gráfico relacionando a área do pico à concentração, e as equações da curva e os coeficientes de determinação (R2) e correlação (r) foram determinados por regressão linear. Para avaliar a repetibilidade avaliou-se o desvio padrão relativo (RSD), com análises sucessivas das mesmas amostras em curtos intervalos de tempo e realizadas nas mesmas condições (mesmo equipamento e mesmo analista). A medição intermediária de precisão foi obtida por comparação estatística das amostras realizadas sob o mesmo procedimento de medição, no mesmo local e nas medidas replicadas nas mesmas amostras durante um período prolongado. As amostras foram fortificadas com a solução padrão em três níveis de concentração - baixa (10 mg/L), média (500 mg/L) e alta (1000 mg/L), considerando o intervalo linear do método, com três repetições cada. A tendência foi avaliada através da realização de testes de recuperação nas mesmas concentrações empregadas na precisão (alta, média e baixa) em triplicata. A recuperação obtida em cada concentração foi calculada usando a equação R = [(C1-C2) / C3] x 100, que considera a concentração de analito na amostra fortificada (C1), a concentração de analito na amostra não fortificada (C2) e a concentração de analito adicionada à amostra fortificada (C3). Os valores de LoD e LoQ foram calculados a partir de equações que consideram os parâmetros da curva analítica LoD = [(3 s) / S] e LoQ = [(10 s) / S], utilizando o (s) desvio (s) padrão da resposta e (o) inclinação da curva analítica (S). Na robustez do método foi avaliado o desvio padrão relativo das áreas AB após a modificação do valor da vazão em uma condição que promoveu uma diferença no tempo de retenção (Tr) cerca de 0,1 min do Tr original (5,7 min), ou seja, fluxo de 0,98 mL/min e 1,02 mL/min de vazão.

Ensaio de solubilidade

O coeficiente de solubilidade do marcador AB no extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) e dispersões sólidas foram determinados utilizando diferentes meios, simulando as condições de pH do trato gastrointestinal. Triplicatas de amostras em condições saturantes foram dispersas, nos diferentes meios de dissolução, com diferentes pH (1,2; 4,5; 7,0 e 12)[29], deixadas sob agitação por 2 horas a 25ºC ± 2. Após este período, foram centrifugadas, filtradas e quantificadas por CLAE.

Teste de dissolução in vitro

Os ensaios foram feitos em dissolutor Hanson SR8 PLUS, a 37 + 0,5ºC, utilizando o aparato II (pá) e velocidade de agitação de 100 rpm. O meio de dissolução foi 900 mL de tampão Na3PO4-HCl 0,2 M (pH 6,8 + 0,05) em cada cuba. Os ensaios foram realizados em triplicata e o perfil de dissolução foi acompanhado por um período total de 75 minutos. Alíquotas de 1,0 mL foram coletadas e filtradas em filtro de seringa com membrana de celulose regenerada de 0,45 µm. Alíquotas de 250,0 µL foram transferidas para vials. As amostragens foram realizadas nos tempos de 0, 15, 30, 45, 60 e 75 minutos. O perfil de dissolução foi realizado para o extrato liofilizado e para a dispersão sólida que apresentou melhor resultado no delineamento experimental (DS3). As amostras foram analisadas por CLAE.

Estudo do comportamento térmico

O comportamento térmico do extrato, do marcador ácido betulínico, da dispersão sólida DS3 e seus carreadores foram avaliadas utilizando o equipamento TGA/DSC 3 Mettler Toledo. As análises de termogravimetria (TGA) foram realizadas no intervalo de 30 a 997ºC, razão de aquecimento de 10ºC min-1, atmosfera inerte (N2 seco) com vazão de 50 mL min-1, cadinhos de óxido de alumínio de 150 µL e massa da amostra da ordem de 10 mg. As análises de DSC foram realizadas no intervalo de 30 a 997ºC, razão de aquecimento de 10ºC min-1, atmosfera inerte (N2 seco) com vazão de 80 mL min-1, cadinhos de óxido de alumínio de 40 µL e massa da amostra da ordem de 10 mg.

Difratometria de raios X

A cristalinidade do marcador ácido betulínico puro, do extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) e da dispersão DS3 foram avaliadas empregando-se o D8 Advance Bruker utilizando-se tubo de cobre, submetido a 40 kV, corrente de 25 mA, Cu Kα, λ = 1.54060 Å e λ = 1.54438. A amostra foi colocada em suporte de vidro, próprio do equipamento e exposta à radiação 3º ≤ 2θ ≤ 60º, com passo de varredura de 0,02º por 0,2 segundos. Detector Lynxeye.

Espectroscopia de absorção na região do infravermelho

Os espectros na região do infravermelho foram obtidos em Espectrofotômetro com Transformada de Fourier, modelo Nicolet 6700 Thermo Scientific, com resolução de 4 cm-1, na região compreendida entre 4000-400 cm-1.

Resultados e Discussão

Solubilidade do marcador AB no extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae)

Pode-se observar a solubilidade de AB no extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) em diferentes pHs (FIGURA 2), onde apresentou uma melhor solubilidade em pH 12, sendo este um pH impróprio para um medicamento.

FIGURA 2: Solubilidade de AB presente no extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae).
Figura 2

Como o marcador possui atividade antitumoral e a intenção seria utilizar o extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) como insumo farmacêutico ativo vegetal (IFAV) para desenvolver um medicamento, tem-se a necessidade de utilizar técnicas de dispersão sólida para aumentar a solubilidade de AB em pH 7.

Delineamento experimental

Os resultados do delineamento experimental apresentaram boa adequabilidade ao modelo, por apresentar o valor de (p-valor) falta de ajuste menor que (<0,05), valores de F significativos apresentando um p-valor (<0,05). O modelo quadrático obteve R2 e R2aj de 0.94 e 0.91 respectivamente, sendo assim explicando uma alta variabilidade dos dados.

Na TABELA 2 estão representados os experimentos propostos pelo DFC, totalizando os 45 experimentos realizados. Neste planejamento as variáveis independentes estudadas foram: Extrato (X1), Gelucire (X2) e Lactose (X3).

TABELA 2: Delineamento Faces Centradas (DFC) utilizado para o preparo das dispersões sólidas de extratos de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae).
Amostra

X1

X2

X3

Área (AU)

Solubilidade AB (%)

DS1A (50:500:100) -1 -1 -1 7772075 47,0
DS1B (50:500:100) -1 -1 -1 7669891 46,6
DS1C (50:500:100) -1 -1 -1 7633293 45,8
DS2A (500:500:100) 1 -1 -1 4353634 29,0
DS2B (500:500:100) 1 -1 -1 5312385 35,5
DS2C (500:500:100) 1 -1 -1 3897466 25,8
DS3A (50:950:100) -1 1 -1 11706492 80,6
DS3B (50:950:100) -1 1 -1 10463834 72,0
DS3C (50:950:100) -1 1 -1 11562935 80,5
DS4A (500:950:100) 1 1 -1 6630821 48,9
DS4B (500:950:100) 1 1 -1 6564158 47,4
DS4C (500:950:100) 1 1 -1 6075709 44,3
DS5A (50:500:300) -1 -1 1 4388792 44,8
DS5B (50:500:300) -1 -1 1 4284484 43,6
DS5C (50:500:300) -1 -1 1 3630565 36,5
DS6A (500:500:300) 1 -1 1 1661303 10,9
DS6B (500:500:300) 1 -1 1 1407230 9,1
DS6C (500:500:300) 1 -1 1 1276814 8,2
DS7A (50:950:300) -1 1 1 5552694 46,2
DS7B (50:950:300) -1 1 1 5553887 46,0
DS7C (50:950:300) -1 1 1 5109400 42,3
DS8A (500:950:300) 1 1 1 3807163 31,4
DS8B (500:950:300) 1 1 1 3991960 32,9
DS8C (500:950:300) 1 1 1 2364261 19,5
DS9A (50:725:200) -1 0 0 6051681 40,9
DS9B (50:725:200) -1 0 0 6908175 47,4
DS9C (50:725:200) -1 0 0 5443009 37,3
DS10A (500:725:200) 1 0 0 1702360 11,1
DS10A (500:725:200) 1 0 0 1660592 10,7
DS10C (500:725:200) 1 0 0 1704739 11,1
DS11A (275:500:200) 0 -1 0 4904240 40,0
DS11B (275:500:200) 0 -1 0 5417894 44,0
DS11C (275:500:200) 0 -1 0 5427066 44,3
DS12A (275:950:200) 0 1 0 3399174 22,8
DS12B (275:950:200) 0 1 0 3372141 21,9
DS12C (275:950:200) 0 1 0 3263470 21,3
DS13A (275:725:100) 0 0 -1 1508238 19,4
DS13B (275:725:100) 0 0 -1 1635134 17,5
DS13C (275:725:100) 0 0 -1 1601306 17,0
DS14A (275:725:300) 0 0 1 4440657 28,0
DS14B (275:725:300) 0 0 1 4506526 28,2
DS14C (275:725:300) 0 0 1 5523346 34,7
DS15A (275:725:200) 0 0 0 4502198 40,3
DS15B (275:725:200) 0 0 0 4332800 38,6
DS15C (275:725:200) 0 0 0 4402002 39,1
X1= Extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae); X2= Gelucire®50/13; X3= Lactose monohidratada spray dried.

A TABELA 3 apresenta às interações de primeira e de segunda ordem (p<0,05) as interações com efeito quadrático primário foram: Extrato (X1) Gelucire (X2) e Lactose (X3) e para a segunda ordem as interações quadráticas que foram significativas (p<0,05) foi extrato (X1) / Lactose (X3) e Gelucire (X2) / Lactose (X3).

TABELA 3: Análise de variância (ANOVA) para o modelo de regressão polinomial quadrática.
Fator

Soma dos quadrados

Graus de liberdade

Média dos quadrados

Valor-F

P

X1 38,0772 2 4,07.1013 89,86599 0,000000
X2 118,6338 2 7,69.1012 16,94479 0,000015
X3 348,9200 2 1,16.1013 25,55636 0,000000
X1X3 19,4220 4 1,35.1013 29,91133 0,000000
X2X3 116,1160 2 1,79.1012   3,96554 0,030453
Falta de ajuste 61,6855 1 1,95.1012   4,31574 0,047049
Erro padrão 1,2555 28 4,53.1011
Soma dos quadrados - total 704,1099 43
X1= Extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae); X2= Gelucire50/13; X3 = Lactose monohidratada spray dried.  *p<0,005.

A FIGURA 3 apresenta uma similaridade entre os valores obtidos experimentais versus os valores preditos, mostram os 45 experimentos realizados e que apresentam boa correlação entre eles corroborando com os resultados apresentados na TABELA 2.

FIGURA 3: Solubilidade de AB presente no extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae).
Figura 3

A equação Eq. 02 representa o modelo estatístico matemático para explicar as variáveis independentes que foram estudadas para melhorar a solubilidade do marcador ácido betulínico em pH 7,0.

y=3366640,83 – 1710686,73X1 + 679365,90X2 -1229609,97X3 + 415136,08X1X3 – 276459,08X2X3 -126871,33X1X2 (Eq.02).

A superfície de resposta gerada pelo modelo relaciona a influência entre o extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) e os carreadores Gelucire®50/13 e lactose monohidratada representado pelas (FIGURAS 4A, 4B E 4C) na qual a FIGURA 4B representa uma correlação entre Gelucire®50/13 e lactose monohidratada demonstrando a adequabilidade do modelo, porém para que ocorra uma otimização com o ponto ideal serão necessários novos desenhos experimentais.

FIGURA 4: Gráfico de superfície de resposta utilizado para avaliar solubilidade do ácido betulínico presente nos extratos de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) das dispersões sólidas.
Figura 4
A. Gráfico de superfície de resposta da relação entre Gelucire®50/13 e extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) no aumento da solubilidade do ácido betulínico; B. Gráfico de superfície de resposta da relação entre Gelucire®50/13 e lactose monohidratada spray dried no aumento da solubilidade do ácido betulínico; C. Gráfico de superfície de resposta da relação entre lactose monohidratada spray dried e extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) no aumento da solubilidade do ácido betulínico.

Para uma melhor visualização das dispersões sólidas obtidas a partir do delineamento experimental, e definição da melhor proporção de extratos e carreadores, foi elaborado um gráfico de barras (FIGURA 5) utilizando-se as médias das três repetições do delineamento experimental, obtendo-se assim 15 resultados de solubilidade do marcador ácido betulínico. A dispersão que melhor solubilizou o ácido betulínico foi DS3 com 50 mg de Extrato + 950 mg Gelucire®50/13 + 100 mg lactose monohidrtada, apresentando uma solubilidade de 80% de ácido betulínico no pH 7.

FIGURA 5: Resposta relativa de solubilidade em solução tampão pH 7 do marcador ácido betulínico presente no extrato de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) nas dispersões sólidas.
Figura 5
DS1-50 mg de Extrato + 500 mg Gelucire®50/13 +100 mg lactose monohidrtada; DS2-500 mg de Extrato + 500 mg Gelucire®50/13 +100 mg lactose monohidrtada; DS3-50 mg de Extrato + 950 mg Gelucire®50/13 +100 mg lactose monohidrtada; DS4-500 mg de Extrato + 950 mg Gelucire®50/13 +100 mg lactose monohidrtada; DS5-50 mg de Extrato + 500 mg Gelucire®50/13 +300 mg lactose monohidrtada; DS6-500 mg de Extrato + 500 mg Gelucire® 50/13 +300 mg lactose monohidrtada; DS7-50 mg de Extrato + 950 mg Gelucire®50/13 +300 mg lactose monohidrtada; DS8-50 mg de Extrato + 950 mg Gelucire®50/13 +300 mg lactose monohidrtada; DS9-50 mg de Extrato + 725 mg Gelucire®50/13 + 200 mg lactose monohidrtada; DS10-500 mg de Extrato + 725 mg Gelucire®50/13 + 200 mg lactose monohidrtada; DS11-275 mg de Extrato + 50 mg Gelucire®50/13 + 200 mg lactose monohidrtada; DS12-275 mg de Extrato + 95 mg Gelucire®50/13 + 200 mg lactose monohidrtada; DS13-275 mg de Extrato + 725 mg Gelucire®50/13 + 100 mg lactose monohidrtada; DS14-275 mg de Extrato + 725 mg Gelucire®50/13 + 300 mg lactose monohidratada; DS15-275 mg de Extrato + 725 mg Gelucire®50/13 + 200 mg lactose monohidrtada.

A dispersão sólida foi preparada pelo processo de fusão do Gelucire®50/13 e incorporação do extrato e lactose, na qual o polímero demonstrou sua capacidade de aumentar a solubilidade do AB quando utilizado em grandes quantidades juntamente com um suporte hidrofílico. Foi avaliado cada parâmetro que envolveu o preparo da dispersão sólida até otimizar todo o processo. O estudo de Maquiafável et al.[30] demonstrou no planejamento de secagem de própolis que quase todos os parâmetros influenciaram no processo de secagem do produto.

Outras técnicas de preparo de dispersões sólidas também devem ser testadas com os mesmos carreadores para avaliar se o processo pode melhorar e aumentar a solubilidade já observada do AB nas dispersões sólidas. Pereira et al.[31] utilizaram a metodologia de fusão e sonicação para o preparo das dispersões sólidas, e observou uma relação proporcional entre o tempo de sonicação com a solubilidade do fármaco.

Validação da metodologia CLAE

Uma série de experimentos com relação à linearidade, limites de detecção (LODs), limites de quantificação (LOQs) e reprodutibilidade do método foi realizada para validar o método proposto nas condições de trabalho otimizadas.

Esses resultados (TABELA 4) demonstram que o método proposto possui boa reprodutibilidade e alta sensibilidade para determinar o ácido betulínico em extratos de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae).

TABELA 4: Resumo dos parâmetros da curva de calibração do ácido betulínico (AB).
Parâmetros de Mérito Resultados
Linearidade
Faixa de Trabalho 10-1000 mg / L
R2  (solvente) 0,9989
R2  (matriz) 0,9993
Limite de detecção 2,4 mg / L
Limite de quantificação 7,2 mg / L
Precisão
Repetibilidade <3,5%
Intermediária tcalculado < ttabelado
Tendência
Recuperação (nos 3 níveis de concentração) 95%-108%
Robustez
Variação da vazão (0,98 – 1,02 mL/min) < 5%
FIGURA 6: Curva de calibração do ácido betulínico (AB) na faixa de 10–1000 µ mL-1.
Figura 6
FIGURA 7: O cromatograma por CLAE do extrato etanólico de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) enriquecido com 20 mg/L de ácido betulínico (5,677 min). As condições cromatográficas foram acetonitrila: água pH 3,0 (90:10), 210 nm, 1 mL/min de vazão.
Figura 7

Perfil de dissolução

De acordo com os gráficos demonstrados nas Figuras 8 e 9, o perfil de dissolução da dispersão sólida DS3 (50 mg de Extrato + 950 mg Gelucire®50/13 +100 mg lactose monohidrtada) apresentou um valor de área sobre a curva com cerca de 11 vezes maior do que aquele observado na dissolução do extrato liofilizado. Desta forma, é possível inferir que a presença dos carreadores lactose e gelucire proporciona uma solubilização do ácido betulínico mais eficiente, nestas condições.

FIGURA 8: Perfil de dissolução do extrato liofilizado do marcador ácido betulínico (AB) presente nas folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae).
Figura 8
FIGURA 9: Perfil de dissolução da dispersão sólida (DS3) do marcador ácido betulínico (AB) presente no extrato liofilizado das folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae).
Figura 9

Caracterização das dispersões sólidas

Análise Térmica

A curva de TGA da dispersão sólida DS3 pode ser observado na FIGURA 10. A dispersão DS3 apresentou um comportamento semelhante ao do carreador Gelucire®50/13 que é o maior constituinte da dispersão. Além disso, a dispersão foi termicamente estável até aproximadamente 170°C. Isso mostra que o processo utilizado para obter as dispersões sólidas utilizadas neste estudo foi adequado para esses materiais, pois as amostras foram fundidas a aproximadamente 50°C.

FIGURA 10: Comparação da curva de TGA da dispersão sólida DS3 com as curvas de seus componentes.
Figura 10

A curva de DSC da dispersão sólida DS3 - 50:950:100 (Extrato: Gelucire®50/13: lactose monohidratada) apresentou um evento endotérmico de maior intensidade na faixa entre 30 e 50ºC e um Segundo evento, de baixa intensidade por volta de 140ºC. A degradação da amostra ocorre em torno de 230ºC. Comparando os resultados de DSC (FIGURA 11) da amostra com os carreadores, é possível relacionar o primeiro evento com a fusão do Gelucire®50/13, e o Segundo evento, com o sinal de hidratação da lactose.

FIGURA 11: Termograma DSC do extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae), lactose monohidratada spray drier, Gelucire®50/13 e a dispersão sólida DS3.
Figura 11

Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FT-IR)

Análises FT-IR foram realizadas para verificar se a dispersão sólida promoveu alguma interação entre o extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) e os carreadores utilizados neste estudo.

Analisando separadamente cada componente da dispersão sólida foi possível observar que no extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae) as bandas principais do marcador AB em aproximadamente 1685 (C=O) e 1448 (C-O-H) cm-3. No carreador Gelucire®50/13 foi possível observar as bandas referentes a hidroxila e carbonila em aproximadamente 1729 e 3400 cm-1. Segundo Eloy et al.[32], estes grupos são característicos da estrutura química deste carreador, com bandas em aproximadamente 1650 cm-1 e 3400 cm-1 . Segundo Raut et al.[33], a forma monohidratada da lactose exibe picos de estiramento O-H nítidos e distintos em 3521,5 cm-1 . Na amostra analisada foi possível observar um pico em 3521,90 cm-1. Além disso, também foi possível observar bandas principais nas regiões de 3300 a 3200 cm-1 e de 1201 a 967 cm-1.

Na análise da dispersão sólida DS3, não foi possível observar as bandas características do marcador AB na região 1685 e 1448 cm-1, provavelmente, isso ocorreu devido a pouca quantidade de extrato em relação ao carreador Gelucire®50/13 que apresentou uma banda característica em 1729 cm-1. Ao avaliar a dispersão sólida DS4 que contém uma maior quantidade de extrato observou-se o surgimento de uma banda em 1612 cm-1, sugerindo um deslocamento da banda característica do marcador AB que nessa dispersão DS4 está em maior quantidade do que em DS3.

Difratometria de Raios X

Na FIGURA 12, pode-se observar a medida de DRX da dispersão sólida DS3, sendo a dispersão sólida que tem menor quantidade de extrato e que apresentou melhor solubilidade do AB, e DS4 uma dispersão com 10 vezes mais quantidade de extrato liofilizado, sendo a solubilidade de AB menor.

Na FIGURA 12A, pode-se comparar a difração da dispersão sólida com a difração dos seus componentes, podendo observar a posição dos picos da lactose e do Gelucire®50/13 presentes no difratograma da dispersão. Entretanto, não se pode afirmar que os picos referentes ao extrato (28,3º e 40,46º) estão presentes no difratograma da dispersão. A baixa concentração do extrato na dispersão e/ou sua baixa cristalinidade, pode ser a razão para não identificar a sua presença, pode-se sugerir que o extrato manteve a sua forma cristalina durante o processo de preparo da dispersão sólida. Já na FIGURA 12B pode-se observar o aumento da intensidade dos picos e observa-se novos picos, provavelmente, devido ao aumento 10 vezes da concentração do extrato na dispersão sólida.

FIGURA 12: Difração de raios X das dispersões sólidas DS3 e DS4 e seus componentes (lactose monohidratada spray drier, Gelucire®50/13, extrato liofilizado de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae)).
Figura 12

Conclusão

Este estudo foi o primeiro relato de desenvolvimento de dispersões sólidas a partir de extratos liofilizados de folhas de Eugenia florida DC. (Myrtaceae), que contém o marcador ativo ácido betulínico (lipofílico e antitumoral), utilizando os carreadores o Gelucire®50/13 como polímero e a lactose monohidratada como suporte hidrofílico. A dispersão sólida desenvolvida neste estudo apresentou um aumento da solubilidade do marcador ácido betulínico em onze vezes em relação do que foi observado na solubilidade do extrato liofilizado. A dispersão sólida foi caracterizada por técnicas de FTIR, DSC, TGA e DRX e os resultados corroboraram para avaliar que o extrato não foi degradado durante o preparo das dispersões sólidas. Portanto, a dispersão sólida, apresentou um acentuado aprimoramento da solubilidade do marcador AB e sua capacidade de ser dissolvido de maneira completa e rápida, ao contrário do extrato liofilizado.

Agradecimentos

Ao Laboratório de Química da Biodiversidade, Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos (PAF) de Farmanguinhos, ao Laboratório de Estudos do Estado Sólido de Farmanguinhos e ao Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Bioprodutos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás.

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