Artigo de Pesquisa
Uso de plantas medicinais por usuários da Atenção Primária à Saúde em Mossoró/RN: contribuição para profissionais prescritores
The use of medicinal plants in Primary Health Care in Mossoró/RN: contribution to prescribers
Resumo
O objetivo deste trabalho foi analisar o uso de plantas medicinais por usuários da Atenção Primária à Saúde em Mossoró, RN, Brasil. Foi feito um levantamento através de entrevistas com questionário semiestruturado a 100 participantes, dos quais 84% afirmaram utilizar plantas medicinais, principalmente para afecções do sistema digestivo, respiratório e para transtornos mentais e comportamentais. Foram mencionadas 54 espécies vegetais, destacando-se boldo (Plectranthus barbatus e Peumus boldus), hortelã (Mentha spp.), erva cidreira (Lippia alba e Melissa officinalis), capim santo (Cymbopogon citratus), camomila (Matricaria chamomilla) e malvarisco (Plectranthus amboinicus). A espécie com maior valor de uso foi Cymbopogon citratus e transtornos mentais e comportamentais a categoria de maior consenso entre os informantes. A parte da planta mais utilizada foi a folha, e a principal forma de uso, o chá. A maioria das espécies medicinais relatadas estão descritas em compêndios oficiais, como o Formulário de Fitoterápicos e Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. O conhecimento sobre plantas medicinais validadas é útil para os profissionais prescritores na orientação do uso racional e correto desses remédios, principalmente porque a maioria dos participantes utiliza preparação caseira.
- Palavras-chave:
- Plantas medicinais.
- Fitoterapia.
- Etnofarmacologia.
- Atenção Primária à Saúde.
Abstract
The study aimed to investigate the use of medicinal plants by users at Primary Health Care in Mossoró, RN, Brazil. It was performed a survey by interview using a semi-structured questionnaire applying to 100 participants, 84% of them reported to use of medicinal plants, mainly for digestive, respiratory, mental, and behavioral disorders. 54 plant species were cited, the most frequent were Plectranthus barbatus, Peumus boldus, Mentha spp., Lippia alba, Melissa officinalis, Cymbopogon citratus, Matricaria chamomilla, and Plectranthus amboinicus. The specie with the highest value of use was Cymbopogon citratus and mental and behavioral disorders the category of greatest consensus among informants. The most used plant part was the leaf while the main preparation form was the tea. Most of the medicinal species reported are described in official compendia, such as Phytotherapeutic Formulary and Phytotherapeutic Memento of the Brazilian Pharmacopoeia. Knowledge about validated medicinal plants is useful to the prescribing professionals to guide the rational and correct use of these plants, mainly because are used as home remedies.
- Keywords:
- Medicinal plants.
- Phytotherapy.
- Ethnopharmacology.
- Primary Health Care.
Introdução
O uso de plantas medicinais para prevenção, tratamento ou cura de doenças acompanha as sociedades humanas desde a antiguidade[1-3]. Após a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde realizada em Alma-Ata, em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, e preconizou a necessidade da valorização de sua utilização, bem como a implementação do seu uso seguro e racional[4-5]. No Brasil, cerca de 82% da população utiliza produtos à base de plantas medicinais para cuidados com a saúde[1], e essa prática tem o incentivo governamental objetivando inserir a fitoterapia nos programas de Atenção Primária à Saúde (APS).
Em consonância com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS) do Brasil instituiu, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e, em 2008, o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, responsabilizando o governo a ofertar serviços alternativos, como o emprego de plantas medicinais na APS[6].
Com a finalidade de orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população com segurança e eficácia, foi criada, em 2009, a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), que apresenta uma lista de 71 plantas medicinais com potencial para gerarem produtos de interesse ao SUS[7]. Já em 2010, através da Portaria nº 886, o MS instituiu o programa "Farmácia Viva", que propõe a inserção do uso de plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS[8], o que favoreceu a inclusão de 12 medicamentos fitoterápicos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) desde 2012[9]. Esse marco mostra a importância do conhecimento sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicos pela população brasileira, como ferramenta para o desenvolvimento de futuros fitoterápicos que possam ser inseridos às políticas públicas dentro do SUS assistindo à população usuária desse serviço.
Nesse contexto, visando apoiar as medidas orientadas pelas políticas implementadas, o MS publicou alguns documentos importantes, dentre eles: o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira[5-10] e o Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira[11], instrumentos úteis na conduta terapêutica de plantas medicinais e fitoterápicos pelos profissionais prescritores.
Portanto, tendo em vista a importância da fitoterapia para usuários da APS e a necessidade de orientação da população sobre o uso racional e seguro das plantas medicinais, o presente estudo objetivou realizar um levantamento etnofarmacológico das plantas medicinais utilizadas pelos usuários de Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Mossoró/RN e caracterizar o uso dessas plantas por essa população.
Material e Métodos
A presente pesquisa consiste em um estudo transversal e descritivo com aplicação de questionário a usuários de UBS do município de Mossoró/RN. O estudo foi realizado respeitando-se a Resolução 466/2012, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (CEP-UERN) com Parecer Consubstanciado nº 2.993.013. Participaram da pesquisa 100 usuários maiores de 18 anos, atendidos nas UBS do município, no período de novembro de 2018 a fevereiro 2019, e que aceitaram participar da pesquisa, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A coleta dos dados foi realizada por meio do questionário semiestruturado, contendo questões referentes às características sociodemográficas e utilização de plantas medicinais, como seu uso, modo de preparo, indicações, ocorrência de efeitos adversos, fonte de conhecimento sobre as propriedades terapêuticas, dentre outras, sendo registradas de acordo com as informações fornecidas pelos participantes. Os nomes científicos das plantas medicinais foram atribuídos através de busca em repositórios de informações botânicas[12] e na literatura[5,10,13] por meio dos nomes populares relatados e pelos usos e descrição dada pelos usuários. Não foram realizadas coletas e identificação botânica das espécies medicinais.
Na análise dos dados, as plantas foram agrupadas em 14 categorias de sistemas corporais, conforme a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID 10[14] e calculado o Fator de Consenso dos Informantes através da equação FCI = (nur - nt) / (nur - 1), onde nur é o número de citações de uso em cada categoria e nt é o número de espécies usadas naquela categoria. Esse parâmetro é utilizado para identificar os sistemas corporais com maior consenso entre os informantes[15]. Para cada uma das espécies citadas foi calculado o seu valor de uso (VU), no qual a planta mais importante para uma comunidade é aquela que detém o maior número de usos, utilizando a equação VU = ΣU/n, sendo U o número de citações (usos) totais da espécie e n o número total de informantes que a citaram[16]. Os dados foram interpretados mediante análise estatística descritiva com distribuição da frequência simples, sendo expressos em percentuais ou médias e desvios padrão para variáveis quantitativas, com auxílio do software Microsoft Office Excel.
Resultados e Discussão
Constatou-se que 84% dos participantes utilizam plantas medicinais como terapia alternativa ou complementar para prevenção e/ou tratamento de doenças ou sintomas destas. Quando avaliado o perfil sociodemográfico dos participantes, observou-se que 45% destes encontra-se na faixa etária entre 40 e 59 anos, com média de idade de 45,70 (±14,15). Em relação ao sexo, 82% dos entrevistados são do sexo feminino. A renda de 40% dos entrevistados é de até um salário mínimo e de 36% de um a três 1 a 3 salários mínimos, representando 76% dos entrevistados. A maioria dos entrevistados (28%) concluiu apenas o ensino médio e a maior parte dos entrevistados (24%) é formada por donas de casa (TABELA 1).
Variáveis | n (%) | |
Sexo | Masculino | 18 |
Feminino | 82 | |
Idade | 18 a 29 anos | 24 |
30 a 39 anos | 13 | |
40 a 59 anos | 45 | |
60 + | 17 | |
NI | 1 | |
Profissão | Agente comunitário | 14 |
Do lar | 24 | |
Serviços gerais | 14 | |
Técnico de enfermagem | 3 | |
Professor | 4 | |
Estudante | 9 | |
Aposentado | 9 | |
NI | 3 | |
Outros | 20 | |
Escolaridade | Pós-graduação | 7 |
Ensino superior completo | 13 | |
Ensino superior incompleto | 8 | |
Ensino médio completo | 28 | |
Ensino médio incompleto | 9 | |
Ensino fundamental completo | 8 | |
Ensino fundamental incompleto | 23 | |
Não alfabetizado | 4 | |
Renda familiar | Até 1 salário mínimo | 40 |
De 1 a 3 salários mínimos | 36 | |
De 3 a 5 salários mínimos | 16 | |
Acima de 5 salários mínimos | 4 | |
Legenda: n = Número de usuários entrevistados. NI= Não informado. |
As características sociodemográficas dos entrevistados, principalmente a menor escolaridade e renda, bem como a prevalência do uso de plantas medicinais são semelhantes às de outros estudos[17,18,19] e ao cenário nacional[1]. Isso se justifica pela busca por terapias mais acessíveis por essa população, tendo em vista o custo elevado dos medicamentos alopáticos tradicionais[19], além da crença na eficácia das plantas para tratar doenças[20]. Ademais, a predominância de pessoas do sexo feminino e donas de casa que relataram o cultivo de plantas medicinais nos seus próprios quintais contribui para a continuidade desta importante tradição popular e demonstra a importância das mulheres na transmissão do conhecimento entre as gerações.
Quando questionados sobre como adquiriram conhecimento sobre o uso das plantas medicinais, 73,1% mencionaram utilizar plantas medicinais por indicação dos familiares, principalmente mães e avós, 13,0% mencionaram além dos familiares, amigos e vizinhos e 10,2% a consulta a livros, internet e televisão, enquanto apenas 2,8% dos entrevistados relataram a indicação somente de vizinhos e amigos. Apenas 3,6% relataram a obtenção de medicamento fitoterápico através de prescrição médica, enquanto 96,4%, relatou o uso de preparações caseiras a partir das plantas medicinais. Destes, 39% mantém seus canteiros medicinais em suas próprias casas, 25,6% cultivam algumas plantas em casa e adquirem outras espécies de forma in natura (planta fresca) ou droga vegetal (planta seca) com vizinhos, amigos, nas próprias UBS quando disponível, ou compram em feiras, supermercados ou farmácias, enquanto 35,4% não cultivam as plantas em suas casas, mas adquirem de maneira semelhante. O principal modo de preparo citado foi o chá na forma de infusão, decocção ou maceração (67,3%), a via oral a principal via de administração, corroborando com outros estudos[3,16,21,22]. A parte da planta mais utilizada para as preparações caseiras são as folhas (55,8%). Provavelmente, isso se deve a facilidade na coleta das folhas e por serem encontradas praticamente durante o ano todo, diferente das flores, frutos e sementes que não se encontram disponíveis durante todos os períodos do ano, e a coleta de raízes, rizomas, cascas e caules pode representar riscos à sobrevivência das plantas[3,23].
Dentre os entrevistados, 80% gostariam que o médico ou outro profissional de saúde prescrevesse remédio à base de plantas medicinais ou preparações caseiras de plantas medicinais, destacando como principais justificativas a confiança no saber médico, o acesso fácil devido tratar-se de um produto natural, a eficácia e o fato de possuírem menos efeitos colaterais. De fato, apenas 8,3% dos entrevistados relataram efeitos colaterais como dor de barriga, diarreia, dor de cabeça, queda ou aumento da pressão arterial. É notório o consenso na população de que por serem considerados "naturais", as plantas medicinais e os medicamentos à base delas não trazem riscos à saúde[3]. Esse estudo reforça esse dado, visto que poucos entrevistados atribuíram a ocorrência de algum efeito colateral ao uso das plantas. Embora nem todas as plantas medicinais tenham efeitos nocivos, ressalta-se a necessidade de se conhecer seus efeitos colaterais e interações com medicamentos, principalmente quando usados por período prolongado.
A TABELA 2 caracteriza a utilização de plantas medicinais pelos entrevistados que mencionaram o uso de 54 espécies diferentes para fins terapêuticos. A forma de utilização e a indicação de uso permitiam mais de uma resposta por entrevistado, bem como, em geral, cada usuário relatou a utilização de mais de uma planta medicinal. Em relação à frequência de citação, as plantas mais mencionadas (≥ 20%) pela população analisada foram boldo (Plectranthus barbatus e Peumus boldus; 51,2%), hortelã (Mentha spp.; 42,9%), erva cidreira (Lippia alba e Melissa officinalis; 40,5%), capim santo (Cymbopogon citratus; 34,5%), camomila (Matricaria chamomilla; 28,6%) e malvarisco (Plectranthus amboinicus; 25,0%). A espécie que apresentou o maior VU foi o Cymbopogon citratus. Vale destacar que das 54 espécies vegetais mencionadas, 28 espécies estão descritas nos compêndios oficiais, Formulário de Fitoterápicos e Memento Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, contendo suas indicações terapêuticas validadas cientificamente e orientações quanto ao uso seguro[5,10,11].
Nome científico | Nome popular | Principais usos relatados | Parte utilizada | Forma de utilização | Citações | VU |
Plectranthus barbatus Andr./ Peumus boldus Molina* | Boldo | Má digestão, diarreia, gastrite, cólica, náuseas, dor de estômago | Folha | Chá (infusão/decocção) | 43 | 1,28 |
Mentha spp. | Hortelã | Cefaleia, febre, verminose, azia, problemas respiratórios, calmante | Folha | Chá (infusão/ decocção), lambedor, suco | 36 | 1,30 |
Lippia alba (Mill.) N.E. Brown/ Melissa officinalis L.* | Cidreira | Má digestão, diarreia, enxaqueca, cólica, insônia, calmante | Folha, talo | Chá (infusão/ decocção) | 34 | 1,20 |
Cymbopogon citratus Stapf. | Capim santo | Má digestão, gripes, febre, cólica, ansiedade, hipertensão, insônia, analgésico, calmante | Folha | Chá (infusão/ decocção) | 29 | 1,31 |
Matricaria chamomilla L. | Camomila | Má digestão, calmante, insônia, alergia | Flores, semente | Chá (infusão) | 24 | 1,08 |
Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. | Malvarisco | Problemas respiratórios, inflamação uterina, problemas gastrintestinais, analgésico | Folha, caule | Chá (decocção), lambedor, suco, sumo, óleo | 21 | 1,09 |
Pimpinella anisum L. | Erva doce | Má digestão, calmante, cefaleia, analgésico, regulador da flora intestinal, cólica | Folha, semente | Chá (infusão) | 12 | 0,83 |
Punica granatum L. | Romã | Problemas respiratórios, cicatrizante, tosse | Semente, fruta e casca do fruto | Lambedor, ingestão in natura, chá (infusão/ decocção) | 10 | 1,00 |
Chenopodium ambrosioides L. | Mastruz | Inflamação uterina, pneumonias, restauração de ossos, cicatrizante | Folha, talo e semente | Chá (infusão/ decocção), suco, cataplasma | 9 | 1,22 |
Eucalyptus spp. | Eucalipto medicinal | Problemas respiratórios, febre | Folha | Chá (infusão/ decocção), inalação, banho | 7 | 1,14 |
Camellia sinensis (L.) O. Kuntze | Chá preto | Má digestão e cólicas gastrintestinais | Folha | Chá (infusão/ decocção) | 7 | 1,00 |
Achyrocline satureioides (Lam.) DC. | Marcela | Má digestão, cólicas gastrintestinais | Semente | Chá (infusão), in natura | 6 | 1,17 |
Psidium guajava L. | Goiabeira | Dor de barriga, diarreia, má digestão | Folhas novas | Chá (infusão/ decocção) | 6 | 1,17 |
Phyllanthus niruri L. | Quebra pedra | Pedras nos rins | Folha | Chá (infusão/ decocção) | 5 | 1,00 |
Cinnamomum verum J. Presl | Canela | Diurético, perda de peso | Casca ou pó | Chá (decocção) | 5 | 0,60 |
Citrus x limonia (L.) Osbeck | Limão | Problemas gastrintestinais, diabetes, perda de peso, cólicas | Fruto | Sumo | 5 | 1,20 |
Justicia pectoralis Jacq. | Chambá | Dor de cabeça, expectorante | Folha, talo | Chá (Infusão), lambedor | 4 | 1,00 |
Aloe vera (L.) Burm. F. | Babosa | Ferimentos, queimaduras, caspa | Folha | Gel, tópico in natura, creme | 4 | 1,00 |
Nasturtium officinale R. Br. | Agrião | Anti-inflamatório (garganta), cicatrizante, tosse | Folha, semente, planta toda | Chá (infusão), lambedor, in natura (mascar) | 4 | 1,00 |
Zingiber officinale Roscoe | Gengibre | Gripe, inflamação, dor de garganta | Raiz (rizoma) | Chá (infusão/ decocção) | 4 | 1,00 |
Citrus sinensis (L.) Osbeck | Laranjeira | Calmante, náuseas, perda de peso | Folha, casca | Chá (infusão/ decocção) | 4 | 1,00 |
Allium sativum L. | Alho | Gripe, inflamação, analgésico | Bulbo | Chá (decocção) | 4 | 1,00 |
Morinda citrifolia L. | None | Má digestão, gastrite, câncer, refluxo | Fruto | Suco | 4 | 1,00 |
Rosmarinus officinalis L. | Alecrim | Ansiedade, febre, dor de garganta, gripe | Folha, semente | Chá (decocção) | 3 | 1,00 |
Prunus domestica L. | Ameixa | Diarreia, inflamação uterina | Fruto, casca | Chá (infusão) | 3 | 1,00 |
Ocimum basilicum L. | Manjericão | Dor de ouvido | Folha | Cataplasma | 3 | 0,33 |
Passiflora spp. | Maracujá | Calmante (insônia), hipertensão | Fruto | Suco | 2 | 1,00 |
Kalanchoe brasiliensis Camb | Coirama | Inflamação uterina | Folha | Lambedor, chá (maceração) | 2 | 1,00 |
Ilex paraguariensis A. St. Hill | Erva-mate | Regulador intestinal, antiemético, antiespasmódico | Folha | Chá (infusão) | 2 | 1,00 |
Hymenaea courbaril L. | Jatobá | Problemas respiratórios, anemia | Casca | Chá (decocção), lambedor | 2 | 1,00 |
Anacardium occidentale L. | Cajueiro | Cicatrizante | Casca | Chá (decocção), banho | 2 | 1,00 |
Pombalia calceolaria (L.) Paula-Souza | Ipecacunha | Expectorante, bronquite | Folha, raiz | Chá (infusão/ decocção) | 2 | 1,00 |
Cissus sicyoides L. | Insulina | Diabetes | Folha | Chá (infusão) | 2 | 1,00 |
Laurus nobilis L. | Louro | Má digestão, antiespasmódico | Folha | Chá (infusão) | 2 | 1,00 |
Baccharis trimera (Less.) DC. | Carqueja | Má digestão, diabetes, perda de peso | Folha | Chá (infusão) | 2 | 1,00 |
Achillea millefolium L. | Mil-folhas | Febre | Folha | Chá (infusão) | 1 | 1,00 |
Caesalpinea ferrea Mart. | Jucá | Ferimentos na pele | Vagem (fruto) | Chá (decocção) para uso tópico e gargarejo | 1 | 1,00 |
Amburana cearenses (Allemao) A.C.Sm. | Cumarú | Expectorante | Casca | Chá (infusão), inalação | 1 | 1,00 |
Syzygium cumini L. | Jambolão | Diabetes | Folha | Chá (infusão) | 1 | 1,00 |
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze | penicilina | Infecção | NI | NI | 1 | 1,00 |
Ananas comosus (L.) Merril. | Abacaxi | Tosse | Fruto | Lambedor | 1 | 1,00 |
Morus spp. | Amora | Menopausa | Folha | Chá (infusão) | 1 | 1,00 |
Nectandra venulosa Meisn. | Canelinha | Sinusite | Parte aérea | Chá (decocção) | 1 | 1,00 |
Curcuma longa L. | Açafrão | Anti-inflamatório (garganta) | Rizoma | Suco | 1 | 1,00 |
Copaifera langsdorfii Desf. | Copaíba | Anti-inflamatório | Casca | Óleo | 1 | 1,00 |
Syzygium aromaticum L. | Cravo | Dor de barriga | Flor | Chá (decocção) | 1 | 1,00 |
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville | Barbatimão | Ferimentos | Casca | Tintura para uso tópico | 1 | 1,00 |
Ziziphus joazeiro Mart. | Juazeiro | Caspa | Casca | Chá (maceração) para uso tópico | 1 | 1,00 |
Tunera opifera Mart. | Chanana | Candidíase | NI | Garrafada | 1 | 1,00 |
Malpighia glabra L. | Acerola | Gripe | Fruto | Lambedor | 1 | 1,00 |
Symphytum officinale L. | Confrei | Anti-inflamatório | Folha | Chá (infusão) | 1 | 1,00 |
Senna alexandrina Mill. | Sene | Constipação | NI | Chá (infusão) | 1 | 1,00 |
Legenda: * Usuários relataram uso de ambas as espécies que foram agrupadas na mesma seção por apresentarem nome popular e indicações semelhantes. Legenda: VU = Valor de uso. NI = Não informado. |
Quanto às indicações terapêuticas, a maioria delas estava associada ao sistema digestivo (21 espécies medicinais), seguido pelas doenças relacionadas ao sistema respiratório (19 espécies medicinais), pelos sinais e sintomas não classificados (15 espécies medicinais) e pelos transtornos mentais e comportamentais (09 espécies medicinais) (TABELA 3). Transtornos mentais e comportamentais foi a categoria de sistema corporal de maior consenso pelos informantes (0,89).
Sistemas corporais (CID-10) | Indicações terapêuticas | Espécies medicinais |
TMC: transtornos mentais e comportamentais (FCI = 0,89) |
Insônia (10), ansiedade (2), estresse/calmante (64), problemas de memória (1) | Lippia alba Melissa officinalis Cymbopogon citratus Matricaria chamomilla Pimpinella anisum Mentha spp Citrus sinensis Rosmarinus officinalis Passiflora spp. (9 spp.) |
SD: doenças do sistema digestivo (FCI = 0,84) | Má digestão (48), diarreia (7), dor de barriga (25), gastrite (3), náuseas (5), dores no estômago (10), constipação (2), gordura fígado (2), problemas gastrintestinais gerais (23) | Plectranthus barbatus Peumus boldus Mentha spp Lippia alba Melissa officinalis Cymbopogon citratus Matricaria chamomilla Plectranthus amboinicus Pimpinella anisum Camellia sinensis Achyrocline satureioides Psidium guajava Citrus x limonia Citrus sinensis Morinda citrifolia Prunus domestica Ilex paraguariensis Laurus nobilis Baccharis trimera Syzygium aromaticum Cassia angustifólia. (21 spp.) |
SR: doenças do sistema respiratório (FCI = 0,73) | Gripe (35), tosse (4), bronquite (1), Sinusite (1), problemas respiratórios gerais (26) | Mentha spp. Cymbopogon citratus Plectranthus amboinicus Punica granatum Chenopodium ambrosioides Eucalyptus spp Justicia pectoralis Nasturtium officinale Zingiber officinale Allium sativum Rosmarinus officinalis Hymenaea courbaril Cephaelis ipecacuanha Amburana cearenses Ananas comosus Nectandra venulosa Curcuma longa Citrus x limonia Malpighia glabra. (19 spp.) |
NC: sintoma não classificado em outra categoria (FCI = 0,71) |
Cefaleia (20), inflamação (10), febre (6), edema (1), dores no corpo em geral (14) | Mentha spp. Lippia alba Cymbopogon citratus Pimpinella anisum Punica granatum Chenopodium ambrosioides Justicia pectoralis Anacardium occidentale Matricaria chamomilla Plectranthus amboinicus Eucalyptus spp Morinda citrifolia Achillea Millefolium Copaifera langsdorfii Cinnamomum verum. (15 spp.) |
SOM: doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (FCI = 0,60) | Transtornos ósseos (4), dorsalgia (2) | Chenopodium ambrosioides Symphytum officinale Copaifera langsdorfii. (3 spp.) |
SC: doenças do sistema cardiovascular (FCI = 0,50) |
Pressão alta (7), problemas circulatórios (1), derrame (1) | Lippia alba Cymbopogon citratus Mentha spp, Passiflora spp. (4 spp.) |
SGU: sistema genitourinário (FCI = 0,45) |
Inflamação uterina (5), calculose renal (2), problemas renais (3), sintomas menopausa (1), vaginite (1) | Plectranthus amboinicus Chenopodium ambrosioides Phyllanthus niruri Prunus domestica Kalanchoe brasiliensis Morus spp Tunera opifera. (7 spp.) |
DE: doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (FCI = 0,44) |
Diabetes (6), obesidade (4) | Cinnamomum verum Citrus sinensis Citrus x limonia Cissus sicyoides Baccharis trimera Syzygium cumini. (6 spp.) |
LE: lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (FCI = 0,30) | Queimadura (3), alergia (1), ferimentos (7) | Aloe vera Matricaria chamomilla Stryphnodendron adstringens Caesalpinea Ferrea Mentha spp Punica granatum Chenopodium ambrosioides Anacardium occidentale. |
DIP: doenças infecciosas e parasitárias (FCI = 0,25) |
Helmintíase (1), amebíase (1), infecções em geral (3) | Mentha spp Chenopodium ambrosioides Ocimum basilicum Alternanthera Brasiliana. (4 spp.) |
DP: doença da pele e do tecido subcutâneo (FCI = 0,00) |
Dermatite seborreica/caspa (2) | Aloe vera Ziziphus joazeiro. (2 spp.) |
SH: doenças do Sangue e órgãos hematopoiéticos (FCI = 0,00) |
Anemia (1) | Hymenaea courbaril. (1 sp.) |
SN: doenças do sistema nervoso (FCI = 0,00) | Enxaqueca (2) | Lippia alba, Melissa officinalis. (2 spp.) |
NEO: neoplasias (FCI = 0,00) |
Câncer (1) | Morinda citrifolia. (1 sp.) |
A maioria das espécies vegetais mencionadas no presente estudo são plantas de ocorrência no Nordeste do Brasil[13] e no estado no Rio Grande do Norte[24,25]. Muitas dessas espécies foram encontradas nos quintais da Comunidade de São João da Várzea em Mossoró/RN, estudo que identificou maior número de plantas medicinais usadas para afecções do sistema respiratório e digestório como gripes e desinterias, respectivamente[26]. Em geral, os sintomas referentes ao sistema digestivo e respiratório estão relacionados com os problemas primários de saúde[3]. E o uso preferencial de plantas medicinais para esses problemas também é destacado por outros autores[17,21,27].
Para as afecções do sistema digestivo, o boldo, nas espécies boldo nacional (Plectranthus barbatus) e boldo do Chile (Peumus boldus), foi a planta medicinal mais comumente utilizada. Ambas as espécies são reconhecidas por suas propriedades anti-dispépticas[5,10,11]. A boldina, um alcaloide encontrado nas folhas de P. boldus, impede a peroxidação lipídica no fígado e a inativação de enzimas do citocromo P4502E1, sendo reconhecido como agente antioxidante e hepatoprotetor[28]. A forskolina, um dos principais constituintes de P. barbatus, é um potente ativador da enzima adenilil ciclase, propriedade farmacológica relacionada com diferentes usos tradicionais dessa planta medicinal[29]. Sua ação gastroprotetora, antioxidante e anti-inflamatória justificam o seu uso para o alívio dos sintomas dispépticos[10,13]. Contudo, doses acima das recomendadas, ou por longo período, podem causar irritação gástrica[10]. Costa[30], destaca, ainda, o risco de hepatotoxicidade caso P. barbatus seja consumido por tempo prolongado.
Existem cerca de 25 espécies do gênero Mentha[31]. No Nordeste do Brasil, destacam-se a hortelã-japonesa (Mentha arvensis), hortelã-pimenta (Mentha x piperita) e a hortelã-rasteira ou hortelã-comum (Mentha x villosa)[13]. Hortelã-japonesa e hortelã pimenta contêm óleo essencial rico em mentol, principal responsável por suas atividades farmacológicas, enquanto na hortelã-rasteira o óxido de piperitenona é o principal constituinte químico do seu óleo essencial[13]. Os principais relatos de uso da hortelã pelos entrevistados foram para afecções do sistema digestivo e respiratório. No Formulário de Fitoterápicos, a hortelã-pimenta é indicada para tratamento de sintomas dispépticos e como antiflatulento[10]. É reconhecido também o seu uso como descongestionante nasal[13]. A hortelã-japonesa é reconhecida por suas ações no sistema digestivo contra dores de estômago, cólica hepática, além de ação antivomitiva, bem como contra dores de dente e de cabeça, enquanto a hortelã rasteira é indicada como antiparasitário eficaz no tratamento das diarreias provocadas por infestação intestinal por ameba e/ou giárdia[13]. Destaca-se aqui a importância do uso da planta correta para sucesso no tratamento[13,32] uma vez que, por serem do mesmo gênero e possuírem nomes populares semelhantes, podem gerar equívocos durante as trocas de informações.
No presente estudo destacou-se também o uso de plantas medicinais para transtornos mentais e comportamentais, principalmente plantas com atividade calmante, ansiolítica e indutora do sono[5,10,11]. Mcintyre et al.[33] enfatizam que mais de 20% de pacientes com transtornos de ansiedades utilizam fitoterápicos. Dado este que se torna particularmente importante no contexto atual, tendo em vista que, segundo a OMS, 9,3% da população brasileira sofre com transtornos ansiosos[34]. As plantas medicinais ascendem como uma alternativa nos cuidados primários com a saúde mental, evidenciando-se no presente estudo a erva cidreira, o capim santo e a camomila.
A erva cidreira, foi a terceira planta mais citada no presente estudo, destacando-se a espécie Melissa officinalis (melissa), utilizada nas afecções do sistema digestivo (distensão e flatulência) e transtornos mentais e comportamentais (sintomas ansiosos e insônias leves) e a Lippia alba (erva-cidreira-brasileira ou falsa-melissa) indicada como sedativo leve ou contra doenças do sistema nervoso como a enxaqueca[10].
O capim santo (Cymbopogon citratus), planta que apresentou o maior VU no presente estudo, destaca-se como a espécie mais importante para a população entrevistada. Contém óleo essencial rico em citral com ação calmante e antiespasmódica, e em mirceno com atividade analgésica, sendo esses constituintes responsáveis pelas suas ações farmacológicas[5,13]. Interações medicamentosas envolvendo o capim santo podem ocorrer por potencialização do efeito de medicamentos sedativos[10] ou anti-hipertensivos, visto que a ação antiespasmódica pode causar queda da pressão arterial[35], efeito que foi relatado por dois entrevistados no presente estudo. A camomila (Matricaria chamomilla) por sua vez, citada principalmente para afecções do sistema digestivo e transtornos mentais e comportamentais, é indicada oficialmente como antiespasmódico, ansiolítico, sedativo leve e anti-inflamatório em afecções da cavidade oral[10,11].
O Plectranthus amboinicus, também entre as plantas mais citadas no presente estudo, é uma planta medicinal de uso comum no Nordeste brasileiro principalmente na forma de lambedores (xaropes caseiros), devido à mucilagem de suas folhas, contra afecções no sistema respiratório, como tosse, rouquidão e inflamações da boca e garganta[13,36]. A presença de timol no seu óleo essencial justifica sua ação antimicrobiana[13].
Destaca-se, ainda, que muitas das plantas medicinais mencionadas pela população estudada fazem parte da RENISUS, sendo, portanto, plantas medicinais com potenciais terapêuticos. Além disso, as plantas Mentha x piperita e Aloe vera fazem parte da RENAME, documento que orienta a oferta, a prescrição e a dispensação de medicamentos nos serviços do SUS[9].
O presente estudo contribuirá, portanto, para embasar os profissionais de saúde quanto a orientação correta do uso das principais plantas relatadas. Além disso, ressalta-se que os resultados aqui apresentados corroboram outros autores e os próprios documentos oficiais do MS no Brasil, os quais destacam e validam os usos populares dessas plantas medicinais.
Conclusão
Este estudo revelou que o uso de plantas medicinais pelos usuários de UBS em Mossoró/RN é uma alternativa importante para o tratamento e prevenção de doenças, sendo estas utilizadas principalmente para afecções do sistema digestivo, respiratório e transtornos mentais e comportamentais. A maioria das espécies medicinais relatadas estão descritas nos compêndios oficiais, Formulário de Fitoterápicos e Memento Fitoterápico, sendo úteis para os profissionais prescritores na orientação do uso racional e correto desses remédios, principalmente porque a maioria utiliza preparações caseiras. Além disso, destaca-se a contribuição do estudo para a preservação do conhecimento sobre o uso de plantas medicinais na região.
Agradecimentos
Os autores agradecem a todos os usuários das UBSs do município de Mossoró/RN por terem permitido o compartilhamento de seus conhecimentos sobre plantas medicinais e à Universidade Rural Federal do Semi-Árido (UFERSA) pelo apoio prestado através da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG).
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