Artigo de Pesquisa

Plantas alimentícias não convencionais e medicinais: conhecimento e aplicações em feiras-livres de Belém, Pará, Brasil

Non-conventional and medicinal food plants: knowledge and applications in fairs in Belém, Pará, Brazil

https://doi.org/10.32712/2446-4775.2022.1207

Santos, Jéssica Juliane Furtado1*;
Gomes, Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva1*.
1Universidade Federal do Pará (UFPA), Lab. Estudos Pesquisas em Políticas Públicas de Saúde e Direitos Humanos. Rua Augusto Correa, 01, Cidade Universitária Prof. José da Silveira Neto, Instituto de Ciências Biológicas, 3º andar, Guamá, CEP: 66075-900, Belém, PA, Brasil.
*Correspondência:
jessicajulianef@gmail.com

Resumo

Plantas alimentícias não convencionais (PANC) são espécies pouco conhecidas, mas possuem rico valor nutricional e propriedades terapêuticas. Diante disso, este estudo objetivou realizar levantamento das PANC comercializadas em feiras-livres de Belém, sua procedência e usos. A coleta dos dados foi realizada em 30 locais de venda, abrangendo 10 feiras/mercados públicos, para análise qualitativa e quantitativa. Foram encontradas 34 espécies, de 24 famílias botânicas; e o local de venda com maior diversidade de espécies foi a Feira do Ver-o-Peso, sendo o principal fornecedor para as demais feiras e mercados de Belém. As partes das PANC mais utilizadas como alimentos foram folhas e frutos; e como uso medicinal, predominaram espécies utilizadas para tratamento de problemas do aparelho digestivo. As plantas pesquisadas expressam relevante diversidade vegetal, e podem ser usadas em preparações alimentares saudáveis, contribuindo para uma alimentação saudável e resgate da cultura alimentar regional.

Palavras-chave:
Diversidade alimentar.
Cultura alimentar.
Fitoterapia.
PANC.
Amazônia.

Abstract

Non-conventional food plants (PANC) are little known species, but have rich nutritional value and therapeutic properties. In view of this, this study aimed to carry out a survey of PANCs marketed in fairs in Belém, their origin and uses. Data collection was carried out at 30 sales points, covering 10 fairs / public markets, for qualitative and quantitative analysis. 34 species were found, from 24 botanical families; and the selling point with the greatest diversity of species was the Feira do Ver-o-Peso, being the main supplier for the other fairs and markets in Belém. The PANC parts most used as food were leaves and fruits; and as medicinal use, species used to treat digestive problems predominated. The researched plants express relevant plant diversity, and can be used in healthy food preparations, contributing to a healthy diet and rescue of the regional food culture.

Keywords:
Food diversity.
Food culture.
Phytotherapy.
PANC.
Amazonia.

Introdução

Com a globalização das práticas alimentares tem-se perdido os hábitos alimentares de gerações familiares, com perda da cultura regional e da soberania alimentar, particularmente nas grandes áreas urbanas, o que inclusive se observa nas cidades do interior da região amazônica e de outras áreas do país.

Para avaliar uma das práticas tradicionais da cultura amazônica, que começa a se perder no tempo, foram coletadas informações e exemplares de plantas, da maneira como são vendidas em feiras livres e mercados públicos da cidade de Belém/PA, para conhecer porque ali estão expostas, a origem de produção, a identificação botânica e os usos alimentares e medicinais referidos por vendedores das plantas nesses locais.

A região amazônica apresenta a maior diversidade de plantas do mundo, com mais de 40 mil espécies, com descoberta de 250 novas espécies a cada ano[1,2]. A biodiversidade vegetal de cada bioma é composta por 10% de plantas alimentícias, e das quase 300 mil espécies vegetais conhecidas no mundo, cerca de 30 mil servem como alimento[3].

O uso na alimentação é feito com hortaliças, castanhas, cereais, condimentos e corantes naturais[4], empregando raízes, caules, folhas, flores, frutos, sementes, além da extração de óleos e gorduras alimentícias[5]. A humanidade já utilizou entre 3.000 e 10.000 espécies de plantas na alimentação, contudo, a produção mundial de alimentos depende de um número reduzido de espécies, cerca de 150[6].

O Brasil é reconhecido por possuir regiões e Estados famosos por sua rica variedade em recursos naturais, pois desde a colonização trazem relatos da cultura alimentar, desde populações indígenas, africanas, até as europeias em sua cor, aroma e sabor[6]. Há registro de cerca de 3.000 espécies de plantas alimentícias no Brasil, algumas ainda pouco conhecidas, as referidas plantas alimentícias não convencionais (PANC)[7]; isto é, aquelas que possuem partes alimentícias, mas não são consumidas pela maioria da população de uma região[8].

Neste conceito são incluídas as plantas que apresentam uma ou mais partes alimentares das plantas, que podem ser exóticas, nativas, espontâneas ou cultivadas. Incluem-se também plantas convencionais que possuem partes que não são consumidas como alimento e, ainda, plantas que podem ser convencionais e/ou tradicionais em outra região[8].

Existe ainda um grande número de espécies de PANC, sendo que a maior parte ainda não foi pesquisada quanto às suas propriedades nutricionais, funcionais e até mesmo medicinais. Porém, aos poucos vem sendo descoberto e redescoberto no Brasil[9].

As PANC são alimentos funcionais por apresentarem vitaminas essenciais, antioxidantes, fibras, sais minerais e proteínas, indicando o alto potencial nutricional dessas espécies aliado às propriedades medicinais de prevenção e combate à doenças[7,10], possibilitando uma dieta com alimentos in natura, como recomenda o guia alimentar brasileiro, evitando alimentos processados e ultra processados ricos em gordura, sal e açúcar[11]. Além do mais, tais plantas podem, ainda, ser consumidas na forma de farinha, sobremesas e bebidas[12] É fundamental o conhecimento das propriedades e funcionalidades dessas PANC visando manejos sustentáveis, cultivos, pesquisas e marketing das espécies, para bom entendimento e divulgação sobre os benefícios do seu consumo[11,13,14].

As PANC são uma importante fonte de alimentação para a população amazônica em situação de pobreza e com insuficiência de nutrientes[9]. Pois, são alimentos saudáveis, adequados e de baixo custo[3] e que promovem a autonomia nas pessoas, para que busquem e escolham alimentação adequada e preservem a soberania alimentar[7]. Esse reconhecimento do valor da biodiversidade na melhora da nutrição é essencial para mudança de paradigma na abordagem sobre a insegurança alimentar e a desnutrição[6].

As feiras livres são espaços que se destacam pela grande diversidade presente, tanto de saberes quanto de recursos biológicos[15], onde se inclui grande quantidade de plantas[16], apesar de poucos estudos tenham sido desenvolvidos sobre PANC comercializadas nesses espaços[17,18].

Material e Método

A pesquisa foi realizada em feiras livres da cidade de Belém, capital do Estado do Pará, que conta com 1.446.042 habitantes, cuja área territorial possui 39 ilhas, 71 bairros e 32 feiras e mercados, oficialmente reconhecidos[19,20]. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quanti-qualitativa, com registros fotográficos das plantas pesquisadas e dos locais de comercialização. As espécies foram botanicamente identificadas e os dados tabulados em planilha eletrônica e dispostos em tabela.

A coleta de dados aconteceu entre agosto e dezembro de 2018, em 10 feiras livres/mercados públicos e a seleção dos estabelecimentos considerou como critério de inclusão a presença de feirantes vendedores de plantas alimentícias não convencionais (PANC) e medicinais e a aceitação dos mesmos em participar da pesquisa, resultando em uma amostra de 30 vendedores oriundos dos seguintes espaços públicos: feiras-livres do Ver-o-Peso (9), da Rua 25 de setembro (2), da Bandeira Branca (2), da Pedreira (4), da Terra Firme (1), da Cremação (2), do Jurunas (2), da Rua 8 de maio (5), Mercado de São Brás (2) e Mercado do Guamá (1).

Na abordagem com os vendedores não se usou o termo PANC. Os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, embora dos mesmos apenas se tenha perguntado o nome para registrar o sexo e iniciar um diálogo sobre as plantas. A pesquisa de base trata da valorização da cultura alimentar regional e está registrada no CEP-ICS/UFPA sob Parecer Conep nº 4.568.153. Os formulários de pesquisa questionaram informações sobre as plantas comercializadas, procedência dos exemplares vendidos, nomes populares, partes utilizadas e usos medicinal e/ou alimentício.

A identificação das espécies foi realizada com base na literatura científica disponível[1,7-9], fazendo comparações dos nomes populares com os nomes científicos e fotografias dos exemplares[21-23]. A identificação das formas e partes usadas na alimentação[4,6-9,24,25]; bem como seus usos alimentícios e terapêuticos[1,8,9,26] baseou-se na literatura científica especializada, somado aos dados pesquisados.

Resultados e Discussão

Foram encontradas trinta e quatro (34) espécies de plantas alimentícias não convencionais, de vinte e quatro (24) famílias botânicas, principalmente Fabaceae e Lamiaceae, com quatro (4) espécies de cada uma; tal resultado foi encontrado, também, em pesquisas que buscavam identificar plantas medicinais em feiras e mercados de Belém e Região Metropolitana[16,27].

A maior abundância de espécies foi encontrada em duas feiras: na Feira da Rua 8 de Maio, no distrito de Icoaraci, que é relativamente ribeirinha, pois recebe a maior parte dos produtos oriundos das ilhas do arquipélago noroeste de Belém; e na Feira do Ver-o-Peso, na orla fluvial de Belém, que recebe produtos de municípios ribeirinhos da Ilha do Marajó e dos rios Tocantins, Moju, Acará, São Domingos do Capim e São Miguel do Guamá; contudo, a maior diversidade de espécies foi encontrada na Feira do Ver-o-Peso, que é maior feira da capital e a principal nas relações comerciais entre as regiões ribeirinhas[28], o que possibilita ser o maior fornecedor para as outras feiras.

As PANC presentes em todas as feiras pesquisadas foram: canela (Cinnamomum verum), cidreira (Lippia alba), capim-santo (Cymbopogon citratus), cana-do-brejo (Costus amazonicus), dente-de-leão (Taraxacum officinale), erva-de-jaboti (Peperomia pellucida), sucuúba (Himatanthus articulatu), jacareúba (Calophyllum brasiliense) e pedra-ume-caá (Myrcia citrifolia) [1,7-9]. No que se refere à origem das espécies, grande parte das plantas (44%) são nativas da região amazônica, outras são exóticas, introduzidas na época colonial portuguesa e melhoradas devido às condições ambientais e que se incorporaram à cultura e dia-a-dia das populações amazônicas[1].

Quanto ao potencial alimentício das plantas pesquisadas, por ordem de importância, as seguintes partes ou extratos são utilizados: folhas (52%), frutos (29%), sementes (14%), casca (8%), caule (2%), raiz (2%), planta inteira (2%) e exsudato do tipo látex (5%). Das plantas pesquisadas, 23% fornecem mais de um órgão vegetal com propriedade alimentar, como: 'preciosa' (Aniba canelilla), que tem a casca e folhas alimentícias; 'puxuri' (Licaria puchury-major), com sementes e casca; e 'vinagreira' (Hibiscus sabdariffa), que fornece folhas e flores alimentícias.

Em outros estudos com PANC, as partes mais consumidas como alimento também são frutos e folhas, por povos amazônidas, em comunidades do baixo rio Tapajós, município de Santarém, no Estado do Pará[25] e comunidades do rio Preto da Eva, município de Manaus, no Estado do Amazonas[29]; assim como em outras regiões do país, como no Vale do Rio Taquari, no Estado do Rio Grande do Sul[12] e em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro[30]. A maioria das plantas (52%) é ofertada de forma fresca; algumas espécies (14%) são comercializadas de duas formas: da 'cidreira' (Lippia alba) e do 'picão' (Bidens pilosa) são as folhas verdes e folhas desidratadas; do 'açafrão' (Curcuma longa) é oferecido o caule (rizoma) fresco ou desidratado como pó, o qual pode ser usado como condimento em sopas, cozidos, ensopados, molhos, peixes, frango, pratos à base de arroz, feijão[6,8].

A expressiva maioria das PANC (76%) apresenta mais de uma forma de uso alimentar, sendo 55% consumidas como bebida (suco, chá, água aromatizada, energético, cerveja, licor); 38% utilizadas na preparação de doces (bolo, pudim, mousse, geleia, creme, sorvete); 35% usadas em saladas; 32% usadas nos mais variados pratos (empanados, risoto, sopa, arroz, macarrão, pizza, pipoca, cookies, pão); 29% utilizadas como condimento e 26% consumidas in natura, principalmente, os frutos.

Na TABELA 1 encontram-se registradas a classificação botânica das PANC pesquisadas, com partes utilizadas e usos alimentícios.

TABELA 1: Classificação, nomes e usos de plantas alimentícias não convencionais em feiras livres de Belém/PA.
Família Nome científico Nome popular Parte alimentícia Forma de uso alimentar
Alismataceae Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli Chapéu-de-couro Folhas Bebida
Apiaceae Centella asiatica (L.) Urb. Centelha-asiática Folhas Condimento, bebida
Apocynaceae Parahancornia fasciculata (Poir.) Benoist Amapá Exsudato (Látex) In natura
Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson Sucuúba Exsudato (Látex) In natura
Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A.St.-Hil Erva-mate Folhas Molho, doces
Asteraceae Taraxacum officinale F.H. Wigg. Dente-de-leão Planta inteira Molho, caldo, salada, bebida, cozido, empanado
Bidens pilosa L. Picão Folhas Salada, cozido, empanado
Bignoniaceae Fridericia chica (Bonpl.) L.G.Lohmann Pariri Folhas Condimento
Brassicaceae Brassica juncea (L.) Czern. Mostarda Folhas e sementes Salada, refogado
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Breu Frutos In natura
Calophyllaceae Calophyllum brasiliense Cambess. Jacareúba Frutos In natura, doces, bebida
Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess. Pequi Frutos e óleo do fruto In natura, óleo, risoto, doce
Costaceae Costus amazonicus (Loes.) J.F.Macbr. Cana-do-brejo Folhas e flores Salada, bebida, doces
Crassulaceae Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. Pirarucu Folhas Salada, bebida
Cucurbitaceae Momordica charantia L. Melão-de-são-caetano Frutos In natura, empanado, salada, refogado
Fabaceae Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Cumaru Frutos e sementes In natura, bebida, doce, cozido, torrada
Cajanus cajan (L.) Huth Feijão-guandu Frutos e sementes Cozido
Hymenaea courbaril L. Jatobá Frutos In natura, farinha, doce, salgado
Tamarindus indica L. Tamarindo Folhas e frutos Cozido, doce, salada
Lamiaceae Ocimum gratissimum L. Alfavacão Folhas e talos Condimento, bebida, salada, empanado, cozido
Aeollanthus suaveolens Mart. ex Spreng. Catinga-de-mulata Folhas Condimento, bebida, doces
Salvia hispanica L. Chia Sementes Bebida, doce, farinha, salada
Ocimum basilicum L. Manjericão Folhas Condimento, bebida, molho, salada, cozido, refogado,
Lauraceae Cinnamomum verum J.Presl Canela Folhas e casca Bebida, doce, molho, condimento
Aniba canelilla (Kunth) Mez Preciosa Casca e folhas Bebida, condimento, doce, molho
Licaria puchury-major (Mart.) Kosterm. Puxuri Sementes e casca Condimento, bebida
Malvaceae Hibiscus sabdariffa L. Vinagreira Folhas e flores Salada, bebida, doce, refogado, cozido
Myrtaceae Myrcia citrifolia (Aubl.) Urb. Pedra-ume-caá Frutos In natura
Olacaceae Ptychopetalum olacoides Benth. Marapuama Raiz Bebida
Piperaceae Peperomia pellucida (L.) Kunth Erva-de-jaboti Folhas e talos Salada, bebida, refogado, risoto
Poaceae Cymbopogon citratus (DC.) Stapf Capim-santo Folhas e talos Condimento, bebida, cozido, molho
Rutaceae Citrus sinensis (L.) Osbeck Laranja Casca da fruta Doce, bebida
Verbenaceae Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P. Wilson Cidreira Folhas Bebida, cozido, salada
Zingiberaceae Curcuma longa L. Açafrão Caule (Rizoma) Condimento, cozido, molho
Fonte: Dados da pesquisa (Santos e Gomes).

Por influência da mídia e interesses econômicos, as pessoas passaram a optar por uma dieta pobre, ao invés de diversificação alimentar, apesar da rica biodiversidade brasileira, com oferta de milhares de espécies vegetais com potencial uso na alimentação[5,9] e que têm importante papel na segurança alimentar das populações humanas, uma vez que são da cultura alimentar local, fornecem nutrientes essenciais e contribuem para a qualidade da alimentação[31].

Algumas espécies nativas amazônicas são negligenciadas como plantas alimentícias pela maioria da população dos centros urbanos, que conservam apenas o uso medicinal. Contudo, em populações do interior do Estado do Pará ainda é conservado o uso alimentício de algumas plantas, como: o 'amapá' (Parahancornia fasciculata), que é consumido na forma de bebida, com açúcar ou com farinha de mandioca; e a 'sucuúba' (Himatanthus articulatus), que pode ser adicionada ao café, em substituição ao leite[25].

Existem comunidades amazônicas que utilizam plantas alimentícias não convencionais no seu dia-a-dia[25,29,32], daí ser importante ressaltar que o conhecimento tradicional de indígenas e caboclos acerca das propriedades das plantas nativas alimentícias precisa ser valorizado para que o aproveitamento das PANC seja uma realidade presente[3].

Os feirantes participantes da pesquisa demonstraram reconhecer propriedades alimentícias em 20% das espécies vendidas, pois as comercializam principalmente por conta de suas propriedades medicinais. Igual resultado foi observado no estudo com PANC comercializadas em feiras e mercados de Manaus[9]; onde relataram, também, que os consumidores que frequentavam as barracas demonstram não saber identificar o nome da maioria das folhas, frutas, raízes e sementes ali vendidas, mesmo na Amazônia, com uma rica biodiversidade[3]. A espécie 'canela' (Cinnamomum verum) é conhecida pelos feirantes da presente pesquisa como alimentícia apenas pelas folhas, mas não conhecem a propriedade alimentícia de sua casca, que pode ser utilizada como aromatizante na preparação de doces, molhos, produtos de panificação e bebidas do tipo cola[9].

Os principais fornecedores de PANC na Região Metropolitana de Belém são os vendedores da Feira do Ver-o-Peso que comercializam plantas frescas obtidas de diferentes locais e regiões do Pará e, também, de hortas de municípios vizinhos e as vendem para os feirantes de Belém. Os ervanários do Complexo do Ver-o-Peso são fornecedores de PANC secas adquiridas de fornecedores de regiões interioranas do Pará e oriundas de outros estados brasileiros.

No âmbito estadual, os locais de procedência de plantas na região metropolitana da capital são os distritos de Icoaraci e Ilha do Outeiro, em Belém; os municípios de Ananindeua (bairro de Curuçambá) e Marituba; além de municípios vizinhos como Acará, Abaetetuba, Barcarena (Ilha das Onças), Cametá e o município de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó. Os municípios de Ponta de Pedras e Barcarena destacam-se pelo fornecimento de 'amapá' (Parahancornia fasciculata), 'sucuúba' (Himatanthus articulatus) e 'marapuama' (Ptychopetalum olacoides), que são coletadas em remanescentes florestais, igarapés e beiras de rio destes municípios. Uma parcela dos feirantes pesquisados (29%) cultiva algumas das espécies em seus quintais, tais como: 'pariri' (Fridericia chica), 'capim-santo' (Cymbopogon citratus) e 'cidreira' (Lippia alba); algumas PANC são coletadas nas ruas, calçadas, terrenos, cercas e muros, como espécies espontâneas, como a 'erva-de-jaboti' (Peperomia pellucida) e o 'melão-de-são-caetano' (Momordica charantia).

De PANC oriundas de outras regiões do país tem-se o 'pequi' (Caryocar brasiliense) e o ''cumaru (Dipteryx odorata), oriundas do Nordeste; das regiões Sul e Sudeste proveem o 'chapéu-de-couro' (Echinodorus macrophyllus), a 'centelha asiática' (Centella asiatica) e o 'dente-de-leão' (Taraxacum officinale), que ocorrem espontaneamente ou cultivadas nessas regiões[8].

As plantas consideradas "espontâneas", "daninhas" ou "invasoras" são de grande valor ecológico e econômico, pois algumas são alimentícias em diferentes partes, como folhas, frutos, sementes, raízes, caules, flores, mas têm seu uso pouco conhecido para a maioria das pessoas[9].

Estudos destacaram as propriedades medicinais das PANC, o que justifica a importância do conhecimento terapêutico dessas plantas[8,25]. No entanto, ainda é limitada a incorporação dessas plantas na alimentação, pois são vistas por grande parte das pessoas apenas como medicinais, apesar de ser possível utilizá-las tanto para fins medicinais quanto alimentícios[13].

A utilização de plantas na fitoterapia é muito antiga, comumente empregadas pelas populações amazônicas[1] e fundamentais para a área da saúde. Cerca de 25% dos medicamentos modernos são derivados, diretamente ou indiretamente, de plantas[33] e neste estudo, indicadas para o tratamento de afecções de diversos sistemas orgânicos humanos. Quanto ao potencial terapêutico das PANC pesquisadas, as partes mais utilizadas são as folhas (55%), como descrito em outros estudos de plantas medicinais em feiras e mercados de Belém[16,27,34].

Os vegetais possuem elevado potencial nutricional e terapêutico que contribuem para a melhora da saúde e prevenção de doenças, em virtude da ação de compostos bioativos, tais como carotenoides e polifenóis, com ação antioxidante[35]. Das PANC pesquisadas, como destaque por suas ações antioxidantes[36-38], tem-se: 'vinagreira' (Hibiscus sabdariffa L.), 'canela' (Cinnamomum verum), 'mostarda' (Brassica juncea) e 'manjericão' (Ocimum basilicum).

Algumas das PANC são oferecidas nas feiras/mercados apenas com suas partes medicinais (14%), como a casca da 'jacareúba' (Calophyllum brasiliense), que tem o fruto com propriedade alimentícia e pode ser usado na preparação de geleia, pudim, suco[8]; e a casca do 'jatobá' (Hymenaea courbaril), que tem fruto comestível e pode ser utilizado na preparação de bolos, pudins, farofa, pães, mingaus, além de possuir alto valor nutritivo[6,8].

Todas as plantas pesquisadas eram indicadas para tratamento de afecções de mais de um sistema orgânico humano: 50% destinadas ao tratamento de problemas do aparelho digestivo; 44% do aparelho respiratório, tal qual registrado em estudo realizado na Feira da Rua 25 de setembro, em Belém[27]; as demais para o tratamento de doenças do aparelho geniturinário (38%), doenças infecciosas e parasitárias (26%), doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (20%), doenças do aparelho circulatório (17%), doenças do sistema nervoso (17%), doenças do sistema osteomuscular (8%), doenças do sangue (8%), doenças da pele (2%) e doenças do ouvido (2%).

Dentre as espécies presentes neste estudo, 'açafrão' (Curcuma longa), 'canela' (Cinnamomum verum), 'capim-santo' (Cymbopogon citratus), 'chapéu-de-couro' (Echinodorus macrophyllus), 'cidreira' (Lippia alba), 'dente-de-leão' (Taraxacum officinale) e 'melão-de-são-caetano' (Momordica charantia) já estão descritas com padrões de qualidade do uso na fitoterapia, com indicações, preparações e contraindicações de uso de cada espécie, para garantir o acesso seguro e uso racional como plantas medicinais[39].

Vale destacar que a Resolução CFN n° 680/2021, do Conselho Federal de Nutricionistas, assegura ao nutricionista graduado prescrever plantas medicinais in natura e drogas vegetais, na forma de infusão, decocção e maceração, como complemento da prescrição dietética, desde que ingeridos por via oral[40].

A prática da Fitoterapia tem uma grande interface com a da Nutrição, já que as plantas medicinais agregam ações terapêuticas, compostos bioativos e funções nutricionais. Porém, essa prática ainda é pouco trabalhada na matriz curricular de formação acadêmica de nutricionistas, o que demanda, agora, maior empenho nas revisões curriculares, reforçando a importância do conhecimento sobre plantas medicinais durante a graduação de profissionais de nutrição, para que orientem sua prescrição segura e seu uso pela população[41].

Conclusão

A capital paraense reúne significativo número de plantas alimentícias não convencionais (PANC) comercializadas nas feiras livres da cidade, expressando a diversidade de espécies disponíveis à população. Entretanto, o potencial alimentar dessas plantas pesquisadas é desconhecido pela maioria dos vendedores, que apenas as comercializam por suas utilidades medicinais.

As espécies vegetais encontradas são oriundas de municípios da Região Metropolitana de Belém, de municípios ribeirinhos do Baixo Tocantins e da Ilha do Marajó, além de outros Estados brasileiros.

O conhecimento do potencial alimentício dessas plantas pode contribuir para o resgate da cultura alimentar regional e preservação da alimentação saudável e da soberania alimentar da população. Para tanto, é fundamental a educação alimentar e nutricional por parte de programas escolares e por profissionais da nutrição, para orientar o aproveitamento dessas plantas e o preparo de receitas, colaborando para preservação da cultura alimentar e promoção de hábitos alimentares saudáveis.

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