Revisão

Efeitos do consumo de chá verde ou extrato de chá verde como emagrecedor: revisão da literatura

Effects of consumption of green tea or green tea extract as slimming: literature review

https://doi.org/10.32712/2446-4775.2022.1254

Lopes, Sergiany Almeida1*;
Duarte, Louise Thaina de Oliveira Rauédys1;
Rodrigues, Juliana Lima Gomes2.
1Universidade Salvador (UNIFACS). Avenida Luís Viana Filho, n° 3100, Imbuí, CEP 41730-101, Salvador, BA, Brasil.
2Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto de Ciências da Saúde (ICS). Avenida Reitor Miguel Calmon, s/n, Canela, CEP 40110902, Salvador, BA, Brasil.
*Correspondência:
sergiany.lopes@gmail.com

Resumo

O uso de espécies vegetais com a finalidade de auxiliar na perda de peso vem sendo amplamente disseminado, por ser considerada uma terapêutica de fácil acesso, menor custo e menor incidência de efeitos colaterais graves. Neste cenário, o chá de Camellia sinensis (L.) Kuntze (Theaceae), popularmente chamado chá verde, tem se destacado no cenário mundial como emagrecedor. O presente trabalho objetivou realizar uma revisão da literatura acerca da utilização de chá verde ou extrato de chá verde como emagrecedor, por meio da busca nos bancos de dados PubMed (NCBI), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), além dos portais oficiais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Foram identificados diversos ensaios clínicos que apresentaram resultados positivos para a perda de peso induzida pelo chá verde, principalmente quando associado a hábitos saudáveis. Porém, a literatura ainda diverge quanto à concentração efetiva de bioativos para promoção do efeito antiobesidade dessa espécie vegetal. Desta forma, embora a perda de peso tenha sido observada em parte dos estudos analisados, ainda se faz necessária a realização de mais ensaios clínicos para comprovar a eficiência do chá verde ou extrato de chá verde como emagrecedor.

Palavras-chave:
Camellia sinensis.
Chá verde.
Perda de peso.
Obesidade.

Abstract

The use of plant species with the purpose of helping with weight loss has been widely disseminated, as it is considered an easily accessible therapy, with lower cost and lower incidence of serious side effects. In this scenario, Camellia sinensis (L.) Kuntze Theaceae tea, popularly called green tea, has stood out on the world stage as a slimming agent. The present study aimed to carry out a literature review on the use of green tea or green tea extract as a slimming agent, by searching the PubMed (NCBI), Virtual Health Library (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) databases, in addition to the official portals of the National Health Surveillance Agency (ANVISA) and the World Health Organization (WHO). Several clinical trials were identified that showed positive results for green tea-induced weight loss, especially when associated with healthy habits. However, the literature still differs regarding the effective concentration of bioactives to promote the anti-obesity effect of this plant species. Thus, although weight loss has been observed in part of the studies analyzed, it is still necessary to carry out more clinical trials to prove the efficiency of green tea or green tea extract as a slimming agent.

Keywords:
Camellia sinensis.
Green tea.
Weight loss.
Obesity.

Introdução

Atualmente, a obesidade é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo e a sua incidência tem aumentado a um ritmo alarmante. A mesma consiste em uma doença multifatorial, que atinge pessoas de todas as faixas etárias e classes econômicas, caracterizada pelo aumento de peso e o acúmulo excessivo ou anormal de gordura corporal[1].

A prevenção e o tratamento da obesidade abrangem a adoção de hábitos de vida saudáveis, atividade física regular e alimentação equilibrada. Além da utilização de medicamentos supressores do apetite e cirurgias bariátricas, os quais estão entre os recursos terapêuticos cada vez mais usados pela população em todo o mundo. Alternativamente, diferentes plantas medicinais têm sido analisadas e utilizadas com o objetivo de promover a diminuição de peso, especialmente àquelas com ação inibidora de lipases, termogênica, ou que reduzem o apetite[2].

Entre os fatores que tornam os medicamentos fitoterápicos cada vez mais consumidos estão o baixo custo e os poucos efeitos colaterais. Com isso, diversas são as opções disponíveis no mercado para o tratamento da obesidade, porém poucas realmente apresentam evidências consistentes de segurança e eficácia[3].

Dentre as diversas opções podemos citar o chá verde, que é obtido por meio das folhas frescas da erva Camellia sinensis L. Essa erva se destaca pela alta quantidade de flavonoides em sua composição molecular, conhecidos como catequinas, em especial a epigallocatequina galato (EGCG), as quais apresentam a capacidade de promover uma redução do peso corporal e da gordura visceral e total, auxiliando na prevenção e tratamento da obesidade. Além disso, nas folhas frescas também é encontrada a cafeína, a qual tem se destacado em demonstrar que a combinação dos componentes do chá verde com a cafeína aumenta a termogênese e a oxidação lipídica, promovendo gasto energético[4].

Em virtude das consequências que a obesidade pode provocar, estudos que busquem alternativas para o tratamento desta doença fazem-se necessários. Em especial, aqueles que tratam de plantas medicinais e fitoterápicos, uma vez que são soluções viáveis e de fácil acesso para toda a população. É necessário, portanto, a realização de pesquisas que avaliem a eficácia e segurança destes recursos. Desta forma, o presente artigo objetivou realizar uma revisão integrativa da literatura acerca dos efeitos do consumo de chá verde ou extrato de chá verde como emagrecedor.

Obesidade e sobrepeso

A obesidade é definida como um distúrbio nutricional e metabólico, que tem as manifestações clínicas de hipertrofia de células de gordura e hiperplasia[5]. Diferentes parâmetros podem ser utilizados para mensurar a obesidade, sendo o Índice de Massa Corporal (IMC) o principal indicador na avaliação do estado nutricional em indivíduos acima de 18 anos. Desta forma, convenciona-se chamar de sobrepeso o IMC de 25 a 29,9 kg/m² e obesidade o IMC maior ou igual a 30 kg/m²[6]

Esses distúrbios têm sido associados a um maior consumo de alimentos com alta densidade calórica, ricos em gordura saturada e açúcar, somada à diminuição do consumo de carboidratos complexos, fibras e da não realização de atividade física[7].

No Brasil, segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) de 2019, a frequência de adultos obesos foi de 20,3%, sendo semelhante entre homens e mulheres. Comparado ao ano anterior, houve um aumento na frequência de adultos obesos de 0,5%[8].

Essas comorbidades constituem grandes desafios a serem enfrentados pelos profissionais de saúde, gestores e formuladores de políticas públicas, considerando que, atualmente, uma parcela relevante da população se encontra nessa condição. Além de comprometer a qualidade de vida dos indivíduos, essas comorbidades estão associadas às doenças crônicas não transmissíveis, tais como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer, ressaltando a importância de condutas a serem abordadas para o tratamento desta patologia[9].

Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica[10], o tratamento da obesidade baseia-se nas intervenções para modificação do estilo de vida, na orientação dietoterápica, no aumento da atividade física e em mudanças comportamentais. No entanto, sabe-se que o percentual de pacientes que não obtêm resultados satisfatórios com medidas conservadoras é alto.

Intervenções farmacológicas ou cirúrgicas (pacientes com IMC acima de 40 kg/m², ou de 35 kg/m² com existência de comorbidades) podem então ser consideradas quando as medidas comportamentais não foram o suficiente para promover a perda de peso necessária no indivíduo[11]. Vale ressaltar que para a utilização de medicamentos na terapêutica da obesidade, há a necessidade de uma análise criteriosa da segurança e o seu uso deve se dar sob a orientação médica constante. Com isso, em razão dos efeitos adversos que podem vir a ocorrer e das poucas opções medicamentosas disponíveis, a fitoterapia tem se destacado como mais uma alternativa para o tratamento da obesidade[12].

Plantas medicinais

A ANVISA define plantas medicinais como espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos[13]. Para o crescimento e desenvolvimento dos vegetais em geral, é necessário que haja a produção de diversos compostos essenciais para a vida dos mesmos. Tais compostos são denominados de metabólitos primários (proteínas, vitaminas, carboidratos, aminoácidos, lipídios e ácidos nucleicos) e são provenientes das vias fotossintéticas e respiratórias[14]. Embora estes metabólitos estejam diretamente vinculados ao desenvolvimento das plantas, não são objeto de interesse farmacológico[15]. Já as substâncias de origem vegetal que apresentam atividade farmacológica de interesse concentram-se no grupo dos metabólitos secundários ou especiais[16].

A interação do vegetal com os fatores externos é determinante para sua composição química. Neste sentido, ocorre a produção de metabólitos secundários, que dão origem a uma variedade de classes de substâncias chamadas de grupos fitoquímicos, os quais são representados principalmente por flavonoides, taninos, cumarinas, antracênicos, cardiotônicos, alcaloides, saponinas e óleos essenciais[17].

Os metabólitos secundários, por representarem uma interface química entre as plantas e o ambiente circundante, têm sua síntese frequentemente afetada por condições ambientais. Dessa forma os fatores que influenciam o conteúdo de metabólitos secundários incluem sazonalidade, ritmo circadiano, temperatura, idade, desenvolvimento da planta, disponibilidade hídrica, radiação ultravioleta, nutrientes disponíveis, altitude, poluição atmosférica, indução por estímulos mecânicos ou ataque de patógenos[18].

Chá verde (Camellia sinensis L.)

O chá verde é preparado a partir das folhas da C. sinensis L., um arbusto originário da China pertencente à família Theaceae[19]. Assim como outros produtos naturais, as folhas desta planta contêm uma variedade de constituintes fitoquímicos que variam em concentração pela época da colheita, idade da planta, clima, meio ambiente e condições de processamento. A partir deste último fator, é possível obter diferentes tipos de chás, o chá oolong e o chá preto, por exemplo, são produzidos a partir das folhas da C. sinensis parcial ou completamente fermentadas, respectivamente[20]. Enquanto que, o chá verde é um chá não fermentado, produzido a partir da inativação da enzima polifenol oxidase pela ação de altas temperaturas, o que mantem preservado o teor de polifenóis presente nas folhas secas, tornando este chá o mais rico em catequinas[21].

Os principais constituintes bioativos do chá verde incluem cafeína e polifenóis. Esses polifenóis representam 20-30% do peso seco da folha fresca, sendo as catequinas o tipo mais presente[22]. As principais catequinas encontradas são epigalocatequina-3-galato (EGCG), epicatequina-3-galato (ECG), epigalocatequina (EGC) e epicatequina (EC). Sendo a epigalocatequina-3-galato a catequina mais abundante no chá verde, responsável por 50-80% do conteúdo de catequina, que se traduz em 200–300 mg/xícara de chá[23].

O chá verde, amplamente utilizado pela população para perda de peso, possivelmente estimula o sistema nervoso simpático, principalmente na modulação da noradrenalina, levando a um aumento do consumo de energia e desencadeamento da oxidação da gordura. Mecanismos alternativos podem incluir ainda regulação negativa de enzimas lipogênicas, responsáveis pelo metabolismo lipídico hepático, redução na absorção de nutrientes e supressão do apetite, e também, a regulação positiva de enzimas envolvidas na beta-oxidação no tecido adiposo e fígado. Além disso, estudos sugerem que as catequinas do chá verde inibem tanto a diferenciação quanto a proliferação de adipócitos, contribuindo para redução da massa adiposa[22,24].

Material e Método

O presente trabalho configura-se como uma revisão integrativa da literatura visando avaliar os efeitos do consumo de chá verde ou extrato de chá verde como emagrecedor. Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico com foco em avaliar as propriedades emagrecedoras do chá verde (FIGURA 1). Foram utilizados os bancos de dados PubMed (NCBI), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), além de sites como a ANVISA e OMS, seguindo as seguintes estratégias de busca: Camellia sinensis OR chá verde OR extrato de chá verde AND perda de peso OR emagrecimento.

Foram utilizados como fontes de pesquisa artigos com relevância sobre o assunto abordado, dentro do período de publicação de 2005 a 2020 e escritos nos idiomas espanhol, inglês ou português. Para a revisão do efeito do chá verde na perda de peso, foram incluídos ensaios clínicos randomizados, com número de participantes por grupo superior a cinco indivíduos, maiores de 16 anos e o uso do chá verde ou extrato de chá verde em pelo menos um de seus grupos. Como critério de exclusão, foram considerados: conteúdos não relacionados ao tema, fora do período mencionado, em idiomas diferentes dos citados e estudos que utilizaram modelos animais, combinação de espécies vegetais ou a participação de pessoas com problemas graves de saúde (exceto sobrepeso e obesidade).

FIGURA 1: Fluxograma de seleção de artigos sobre o tema proposto.
Figura 1
Fonte: autoria própria.

Resultados e Discussão

Nas décadas de 80 e 90, inúmeras estratégias, farmacológicas ou não, foram desenvolvidas a fim de alcançar redução do peso corporal em longo prazo. Dentre as abordagens não farmacológicas, destacam-se a mudança no comportamento alimentar e o aumento no gasto de energia, principalmente através de atividade física[25]. Aliada a estas abordagens, tem crescido a busca por plantas medicinais e fitoterápicos, o que leve ao aumento do número de profissionais de saúde interessados no seu estudo e na sua prática.

Embora o chá verde contenha uma série de compostos, os supostos efeitos antiobesidade foram mais comumente atribuídos à fração polifenólica do chá verde, especificamente as catequinas[20]. Além disso, o teor de cafeína presente no chá também tem sido relacionado com o gasto de energia, por meio do efeito termogênico apresentado por este alcaloide[26].

A seguir são apresentados os 10 estudos selecionados que descrevem ensaios clínicos sobre o uso da C. sinensis no tratamento de sobrepeso e obesidade (TABELA 1).

TABELA 1: Efeitos do chá verde ou extrato de chá verde no peso corporal em ensaios clínicos.
Autores Grupo amostral Período de intervenção Dieta empregada Ativos testados Peso corporal médio (kg)
Inicial Final
Di Pierro et al.[27] 100 indivíduos obesos.
Idade: 25-60 anos
90 dias Dieta hipocalórica 300 mg/dia de EGT comercial (GreenSelect® Phytosome) 96,1 82,2
Dieta controle 95,0 90,4
Mielgo-Ayuso et al. [28] 88 mulheres obesas na pré-menopausa (83 concluintes).
Idade: 19-49 anos; IMC: 30,0-39,9 kg/m2
12 semanas Dieta de restrição calórica 100 mg EGCG (EGT comercial Teavigo®) 3x ao dia 88,7 81,1
Placebo 89,2 81,5
Diepvens et al.[29] 48 mulheres com sobrepeso.
Idade: 41 anos;
IMC: 27 kg/m2
87 dias Dieta balanceada nos dias 1-3 e dieta de baixa energia nos dias 4-87 26,3 mg de cafeína, 66,2 mg EGCG (310 mg de GT) 3x ao dia 76,4 72,2
Placebo 76,3 72,1
Auvichayapat et al.[30] 60 indivíduos obesos e sedentários.
Idade: 28 anos;
IMC: 28 kg/m2
12 semanas Dieta regular 29 mg de cafeína, 34 mg EGCG (250 mg de EGT) 3x ao dia 69,3 66,6
Placebo 71.9 69,9
Cardoso et al.[31] 36 mulheres obesas ou com sobrepeso e sedentárias
Idade: 20-40 anos;
IMC: 25-35 kg/m2
8 semanas Dieta regular 10 g de GT 2x ao dia 72,8 67,1
Placebo 81,3 81,0
GT + treinamento de resistência 80,0 81,4
Placebo + treinamento de resistência 80,3 80,7
Chen et al.[32] 92 mulheres obesas (77 concluintes).
Idade: 20-60 anos;
IMC: > 27 Kg/m2
12 semanas Dieta habitual 285,6 mg de EGCG (500 mg de EGT descafeinado) 3x ao dia 76,8 75,7
Placebo 75,8 73,8
Janssens et al.[33] 65 indivíduos de peso normal ou com sobrepeso/ obesidade (60 concluintes).
Idade: 28 anos;
IMC: 23 kg/m2
12 semanas Dieta habitual 30-50 mg de cafeína, 60 mg EGCG (EGT) 9x ao dia 67,1 67,1
Placebo 67,2 67,4
Hsu et al.[34] 100 mulheres obesas (78 concluintes).
Idade: 43 anos;
IMC: 30,8 kg/m2
12 semanas Sem controle de dieta 9,2 mg de cafeína, 125,6 mg EGCG (400 mg de EGT) 3x ao dia 78,5 78,3
Placebo 76,3 76,2
Maki et al.[35] 128 indivíduos com sobrepeso ou obesidade (107 concluintes).
Idade: 48 anos
12 semanas Dieta regular e exercício de intensidade moderada ≥ 180 min/semana 39 mg de cafeína, 214 mg EGCG (500 ml de GT) 95,1 92,9
Controle (39 mg cafeína) 95,1 94,1
Narotzki et al.[36] 22 indivíduos idosos saudáveis.
Idade: 71,1 anos;
IMC: 28,3 kg/m2
12 semanas Dieta habitual e caminhada moderada ou intensa 180 min/semana 1,5 g de GT 3x ao dia + vitamina E 400 UI 1x ao dia 76,8 73,4
Placebo - vitamina E 76,2 74,5
Fonte: autoria própria.
Legenda: GT – chá verde; EGT – extrato de chá verde; EGCG – epigalocatequina galato;  – média aritmética.

Como apresentado na TABELA 1, diversos autores associaram o uso da C. sinensis com dietas hipocalóricas. O estudo de Di Pierro et al.[27] avaliou 100 indivíduos obesos durante 90 dias, e foi percebido que 300 mg diárias de um extrato comercial de chá verde (GreenSelect® Phytosome) promoveu uma perda de peso 3 vezes maior do que a dieta hipocalórica isolada. Em contrapartida, no estudo de Mielgo-Ayuso et al.[28] no qual foram avaliadas 83 mulheres obesas, observou-se que 100 mg de EGCG (extrato comercial Teavigo® descafeinado) três vezes ao dia durante 12 semanas, não influenciaram as mudanças induzidas por dieta restrita em energia na composição corporal. Tal resultado também foi encontrado em outro estudo de Diepvens et al.[29] realizado com 48 mulheres com sobrepeso, usuárias moderadas de cafeína (200-400 mg/dia), durante 87 dias, com suplementação de 310 mg de chá verde (contendo 26,3 mg de cafeína e 66,2 mg de EGCG) 3 vezes ao dia.

A divergência observada entre esses resultados pode ser justificada pelo fato de o extrato GreenSelect® Phytosome ser um produto complexado com fosfolipídios, o que leva à formação de complexos estáveis chamados de fitossomas, resultando em uma maior biodisponibilidade da fração polifenólica após administração oral, melhorando, assim, o efeito antiobesidade promovido pelas catequinas do chá verde[27].

Em um estudo de Auvichayapat et al.[30], realizado com 60 tailandeses, obesos e sedentários, foi observado que 250 mg de extrato de chá verde 3 vezes ao dia (100 mg/dia de EGCG) com dieta regular, proporcionou uma perda de 4,4 kg na 8ª semana do estudo, porém, ao final das 12 semanas houve um aumento no peso equivalente a 2,3 kg. Foi constatado aumento significativo no gasto de energia no grupo do chá verde na 8ª semana, com ambos os grupos (tratamento e placebo) mantendo ingestão calórica inferior a 8373,6 kJ por dia, enquanto que na 12ª semana, ambos os grupos tiveram ingestão calórica superior à anterior. Portanto, a redução de peso que ocorreu desde a inscrição até a 8ª semana do estudo pode ter sido causada pelo efeito do chá verde e controle da dieta. A evidência que apoia esta conclusão é a tendência de rebote em peso corporal no grupo chá verde durante as 8-12 semanas, quando a ingestão alimentar aumentou em ambos os grupos.

Outro estudo, de Cardoso et al.[31], por sua vez, investigou os efeitos do chá verde em 36 mulheres brasileiras, sedentárias, com sobrepeso ou obesidade, sendo que para isso, foi realizada uma adaptação metabólica de 4 semanas antes do início do estudo, em que as voluntárias ingeriram 1200 kcal/dia com base em hábitos alimentares individuais, o que possibilitou minimizar as interferências das diversidades metabólicas e assegurar que a perda de peso que ocorreria após esse período seria em decorrência do consumo do chá verde. Com isso, foi verificado que o grupo que ingeriu 10 g de chá verde diluído em 200 mL de água gelada 2 vezes ao dia, ao final de 8 semanas de estudo com manutenção de dieta básica habitual, apresentou uma diferença de perda de peso de 5,4 kg em relação ao grupo placebo. Enquanto isso, o grupo que recebeu chá verde associado ao treinamento de resistência demonstrou que juntas, essas duas medidas promoveram uma diminuição expressiva na circunferência da cintura, na porcentagem de gordura e nos níveis de triglicerídeos, embora tenha provocado menor perda de peso corporal quando comparado ao chá verde isolado, devido ao aumento significativo na massa corporal magra e diminuição significativa na gordura corporal.

Estudo realizado na China, por Chen et al.[32], com 77 mulheres obesas por 12 semanas, concluiu que o grupo tratamento tratado com extrato de chá verde com alta dose de EGCG – 856,8 mg/dia, orientados a manter dieta habitual, apresentou uma média de redução de peso inferior ao grupo placebo, mas o desvio padrão em ambos os grupos foi alto, sendo que o percentual de redução no grupo placebo apresentou maior desvio padrão, mas, em média, a porcentagem de redução é menor no grupo placebo em comparação ao grupo EGCG. Além disso, os autores também discorreram que, a celulose microcristalina pura utilizada como placebo pelo estudo, em doses aumentadas (1500 mg/dia) e tempo prolongado, possa apresentar benefícios positivos na redução de peso, sendo uma possível razão para a falta de diferenças estatísticas nas medidas antropométricas entre os grupos. Com isso, tal estudo não apresenta confiabilidade ao comparar os resultados entre os grupos tratamento e placebo, já que, neste segundo grupo foi utilizada uma substância que pode proporcionar ação emagrecedora, assim como o chá verde, impossibilitando-a de ser utilizada como placebo, necessitando, portanto, uma análise mais rigorosa do trabalho em questão.

Por outro lado, um estudo de Janssens et al.[33], realizado em uma amostra de 60 indivíduos caucasianos constatou que extrato de chá verde (540 mg/dia de EGCG) por 12 semanas com dieta habitual, não foi capaz de promover perda de peso. Os autores relataram que o gasto de energia induzido por catequinas a longo prazo, não apresentou alteração, assim como o efeito na oxidação de gordura, enquanto estudos anteriores mostraram um aumento imediato, a curto prazo, no gasto de energia e na oxidação de gordura, implicando que os efeitos do chá verde sob esses parâmetros possam ser agudos. Equivalentemente, um estudo realizado em Taiwan, China por Hsu et al.[34], com 78 mulheres obesas, durante 12 semanas sem controle de dieta, com dose diária de EGCG superior a 370 mg, também não apresentaram redução de peso comparado ao grupo placebo, embora tenha havido reduções nos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos e aumento acentuado no nível de colesterol HDL após 12 semanas de tratamento com extrato de chá verde, concluindo que a dieta possa exercer forte influência na perda de peso corporal.

Seguindo a mesma linha de associação entre o emprego do chá verde e medidas não farmacológicas, um estudo multicêntrico de Maki et al.[35] realizado nos estados americanos Indiana e Flórida, avaliou os resultados de 107 indivíduos saudáveis, sedentários, após 12 semanas com dieta regular e exercício de intensidade moderada (≥ 180 min/semana), observando que a ingestão de 500 mL de bebida contendo 625 mg de catequinas do chá verde levou a uma maior perda de peso 1,2 kg, quando comparado com bebida controle. Além disso, o estudo concluiu que o chá verde promoveu maior perda de gordura abdominal.

Resultado semelhante foi encontrado pelo estudo de Narotzki et al.[36], que ao avaliar 22 indivíduos idosos saudáveis, por 12 semanas com manutenção de dieta habitual e caminhada moderada ou intensa (180 min/semana), concluiu que o grupo tratamento, que ingeria 1,5 g de chá verde diluídos em 240 mL de água fervente 3 vezes ao dia, mais vitamina E 400 UI 1 vez ao dia, promoveu uma perda de peso de 1,7 kg a mais do que o grupo placebo, que ingeria vitamina E 400 UI. Em contraponto, somente no grupo que recebeu extrato de chá verde houve redução da circunferência corporal. A indução da redução da gordura abdominal pelo uso de chá verde, conforme observado nos dois estudos anteriores[35,36], deve ser alvo de estudo, uma vez que o excesso de adiposidade abdominal é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Como foi observado, os autores citados nesta revisão obtiveram resultados variados para a perda de peso após o uso da C. sinensis. As doses utilizadas por estes estudos também variaram bastante, não apresentando resultados uniformes de redução de peso mesmo para doses semelhantes, isto porque muitos dos estudos empregaram medidas não farmacológicas associadas ao uso do chá verde, diferindo entre os métodos aplicados, já que foram utilizados diferentes níveis de restrições calóricas, podendo influenciar nas discrepâncias de resultados encontrados entre os estudos.

Outro fator que também possa ter influenciado na discrepância entre os resultados é a variabilidade no processo de produção dos chás ou extratos, uma vez que até mesmo o processo de colheita pode influenciar na concentração de componentes bioativos presente na planta.

O tamanho da amostra também pode configurar outro fator interferente, pois alguns estudos foram realizados a partir de um número pequeno de participantes, apontando para um menor grau de confiança e precisão dos resultados. Além disso, uma meta-análise[37] sugeriu que a ingestão habitual de cafeína e a etnia da população estudada (asiáticos x caucasianos) podem influenciar no efeito antiobesidade do chá verde, pois as diferenças nas frequências alélicas de polimorfismos entre as etnias pode proporcionar a certos indivíduos maior sensibilidade à cafeína que, combinado ao baixo consumo frequente da substância, pode gerar baixa tolerância a grandes quantidades de cafeína  e, portanto, reajam mais facilmente a baixas concentrações de cafeína adicionada à mistura de chá verde. Por fim, embora o tempo de intervenção não tenha variado muito entre os estudos analisados, foram poucos os ensaios em que os parâmetros antropométricos eram medidos no decorrer do estudo, não sendo possível inferir o tempo de uso mínimo do chá verde para a promoção da perda de peso.

Com isso, faz-se necessário, a realização de novos estudos clínicos em que seja avaliado o efeito do chá verde sem outras medidas de controle de peso associadas, em doses variadas e com uma amostra populacional maior, para então ser determinada a concentração de bioativos efetivada C. sinensis, além do tempo necessário para proporcionar redução do peso corporal. A segurança desta planta também deve ser objeto de estudo, uma vez que tem sido observada uma preocupação crescente em relação ao potencial dano hepático que pode ser causado pelo uso do extrato de chá verde[38,39].

Conclusão

Nesta revisão foi caracterizado o amplo emprego da C. sinensis com o objetivo de promover perda de peso corporal, observando alguns estudos clínicos que demonstram a eficiência do chá verde no tratamento do sobrepeso e obesidade, porém, os mesmos ainda divergem quanto à concentração de bioativos efetiva para promoção do efeito emagrecedor, sendo necessário reunir maiores evidências científicas para a comprovação da atividade no tratamento da obesidade.

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