ETNOFARMACOLOGIA / ETHNOPHARMACOLOGY

Estudo Etnobotânico em Comunidades Remanescentes de Quilombo em Rio de Contas - Chapada Diamantina - Bahia

Ethnobotanical Study on Remnants of Quilombo Communities in Rio de Contas - Chapada Diamantina-Bahia

https://doi.org/10.32712/2446-4775.2012.143

Silva, Nina C. B.13*;
Regis, Ana C. D.2;
Almeida, Mara Zélia3
1Faculdade de Farmácia, Departamento de Produtos Naturais e Alimentos, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CCS, Bloco A, 2º andar, sala 16, Ilha do Fundão, CEP 21941-590, Rio de Janeiro - RJ
2Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal, Universidade Estadual de Feira de Santana. Av. Transnordestina, S/N, Novo Horizonte. CEP: 44.036-900, Feira de Santana - BA
3Programa Farmácia da Terra, Faculdade de Farmácia, Departamento do Medicamento, Universidade Federal da Bahia. Rua Barão do Jeremoabo, 147 CEP 40.170-115, Ondina, Salvador - BA
*Correspondência:
ninacbs@ufrj.br

Resumo

A etnobotânica é uma importante ferramenta para a identificação de espécies da Flora utilizada por comunidades tradicionais para fins medicinais, contribuindo também para a preservação da cultura popular. Esse estudo objetivou avaliar a relação entre o uso de plantas medicinais e a busca por saúde nas comunidades quilombolas da Barra e Bananal, Rio de Contas-BA. O levantamento etnobotânico foi realizado através de entrevistas semiestruturadas, aplicação de formulários e observação participante a fim de identificar o uso de plantas para fins medicinais. Os sinais e sintomas de doenças citadas para as quais eram utilizadas plantas foram organizados em categorias baseadas na Classificação Internacional de Doenças proposta pela OMS. Foram citadas 71 espécies vegetais sendo Mentha spícata, a mais citada (8,5%) e a família Lamiaceae a mais representativa. As comunidades utilizam principalmente as folhas (55,3%), na forma de chá (64%). A maioria das plantas (62,5%) é obtida nos quintais das casas e cerca de 24% são coletadas em diferentes áreas da região. O maior número de espécies foi indicado para aliviar sintomas em geral (31,5%) seguidos pelos problemas relacionados aos sistemas respiratórios (24,3%) e gastrointestinais (15,8%). As comunidades estudadas fazem intenso uso de plantas medicinais, possuindo amplo conhecimento acerca desses recursos.

Palavras chave:
Plantas medicinais.
etnobotânica.
quilombolas.
Bahia..

Abstract

Ethnobotany is an important tool for identification of plants species used by traditional communities for medicinal purposes, also contributing to the preservation of popular culture. This study aimed to evaluate the relationship between the use of medicinal plants and the search for health in communities of Barra and Bananal, Rio de Contas, Bahia, Brazil. The ethnobotanical survey was conducted through semi-structured interviews, using forms and participant observation to identify the use of plants for medicinal purposes. Signs and symptoms of these some diseases to which plants were used were classified into categories based on International Classification of Diseases proposed by WHO. Were cited 71 plant species. Mentha spicata was the most cited one (8.5%) and the most representative family was Lamiaceae. Communities primarily use the leaves (55.3%) in the form of tea (64%). Most plants (62.5%) was obtained in backyards and about 24% are collected in different areas of the region. The greatest number of species was shown to relieve symptoms in general (31.5%) followed by problems related to respiratory systems (24.3%) and gastrointestinal disorders (15.8%). The studied communities make extensive use of medicinal plants, possessing great knowledge about these resources.

Keywords:
medicinal plants.
ethnobotany.
quilombolas.
Bahia..

Introdução

A pesquisa etnobotânica tem sido um importante instrumento para o conhecimento das relações dos indivíduos de uma comunidade com as espécies vegetais utilizadas para diversos fins, desde a produção de lenha, assim como nos rituais ou cultos, para a ornamentação, como condimentos, mas principalmente na medicina tradicional. O conhecimento construído é transmitido de forma oral, sendo os mais velhos os principais detentores dessas informações, porém, de acordo com Brito e Brito (1999), os meios modernos de comunicação e os processos de aculturação pelos quais os jovens passam causam a perda desse valioso conhecimento.

O termo quilombo deriva de ‘kilombo’, uma sociedade iniciática de jovens guerreiros mbundu adotada pelos invasores jaga (ou imbangala), estes formados por gente de vários grupos étnicos desenraizados de suas comunidades (Reis, 1996). Os quilombos eram formados, principalmente, por escravos fugidos e, em muitos casos, soldados desertores, índios acuados pelos europeus e perseguidos pela justiça. Caracterizavam-se como sociedades organizadas, sendo que os seus agregados mantinham uma relação de solidariedade, utilizando a terra como principal fonte de recurso para a sobrevivência, plantando principalmente milho, mandioca, feijão e outros grãos, a depender da região, ocorrendo também negociações com a sociedade abrangente. O Brasil foi palco da formação de vários quilombos, resultado da resistência dos negros ao regime escravocrata ao qual estavam submetidos.

Após a Constituição Federal de 1988 o termo quilombo ressurge em um novo contexto, agora, como resultado da luta de movimentos negros organizados, que reivindicavam direitos básicos, mas principalmente pela necessidade de definir o novo conceito de quilombola, a fim de cumprir o artigo 68 das Disposições Constitucionais Transitórias (DCT), da referida Constituição, que estabelecia o direito a terra para tais comunidades. Os quilombolas de hoje, são, portanto, os moradores de comunidades negras, que se reconhecem como tais, e que resistiram ao longo do tempo às adversidades decorrentes do passado escravista, não importando, contudo se esse passado se configurou antes ou após a abolição em 1888 (Fiabani, 2008). Existe, entretanto, ainda uma ampla discussão sobre como definir as comunidades remanescentes de quilombo atuais (Lopes, 2010).

Na Bahia são reconhecidas 348 comunidades remanescentes de quilombo, sendo o estado com o segundo maior número de comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares, perdendo apenas para o Maranhão que apresenta 357 comunidades certificadas (Fundação Cultural Palmares, 2011). Os quilombolas atuais constituem-se como representantes de uma cultura e história particulares, marcados pela influência africana não só nas atividades agrícolas, mas também na religião, na medicina, no artesanato, na culinária, na relação comunitária de uso da terra, dentre outras formas de expressão cultural e tecnológica (Anjos, 2004) sobrevivendo, ainda hoje da agricultura familiar, e de tudo o que podem utilizar dos recursos naturais encontrados no entorno de suas propriedades.

Desse modo, percebe-se que a íntima relação existente entre essas comunidades e a natureza gerou um importante conhecimento sobre os recursos naturais brasileiros, principalmente sobre aqueles que eram utilizados em suas preparações para cura, reconhecidamente associações de plantas, minerais e animais, influenciando amplamente a medicina tradicional no Brasil (Crepaldi e Peixoto, 2010). A identificação das espécies da flora local, usadas por comunidades tradicionais, portanto, é de grande importância para fins de preservação da cultura e forma de uso dos insumos vegetais, possibilitando ainda o desenvolvimento de métodos para a utilização racional e sustentável desses recursos. Nesse contexto, a realização de levantamentos etnobotânicos nessas comunidades se configura como uma importante ferramenta para o cumprimento desse propósito.

Assim, este trabalho objetivou investigar a relação existente entre as comunidades remanescentes de quilombo da Barra e Bananal e as plantas utilizadas para fins medicinais na busca pela saúde.

Material e Métodos

Caracterização da Área de estudo

Rio de Contas está situado na porção Centro-Sul do Estado da Bahia, a 742 km de Salvador, estando a sede administrativa do município localizada às coordenadas de 13O35’ de latitude Sul e 41O48’ de longitude Oeste. O clima é mesotérmico brando, tipo Cwb (Kõppen, 1936), caracterizado como tropical semiúmido, com verão chuvoso e inverno seco. Parte do município encontra-se dentro do domínio da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Barbado, representada pelas variadas nuances do bioma caatinga, como os Gerais, Campos Rupestres de altitude e o Cerrado com vegetação variada, se configurando como uma região com uma fisionomia pouco homogênea (IMA, 2007). As Florestas Estacionais, quando ocorrem nos sopés das serras, apresentam fisionomia retilínea com árvores de grande porte, sendo chamadas de matas de grotão formando, próximas ao leito dos rios, as Matas de Galeria (IMA, 2007).

Rio de Contas abriga três comunidades negras rurais remanescentes de quilombo: Barra, Bananal e Riacho das Pedras. Essa última teve suas terras inundadas pela barragem Luiz Vieira, do açude Brumado - construído entre os anos de 1977 e 1983 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) - e sua população foi realocada para a periferia da sede municipal, em uma área denominada Pirulito.

Caracterização das comunidades estudadas

As comunidades da Barra e Bananal estão localizadas a 15 km da sede do município de Rio de Contas a uma altitude de 1050 m e são constituídas exclusivamente por negros descendentes de ex-escravos que se estabeleceram nessa região. Os negros escravizados em Rio de Contas procediam de diversas regiões da África, como Moçambique, Benguela, Congo, Haussá, Cabinda, Angola e Costa da Mina, principalmente dessas duas últimas nações (Capinan, 2009).

A história da formação desses quilombos se assemelha a de muitas outras comunidades quilombolas do Brasil, por ser envolta em dúvidas e fatos não comprovados. Uma das várias versões diz que no século XVII um navio negreiro vindo da África, naufragou na baía de Camamu, próximo do local onde hoje fica a cidade de Itacaré, no Sul da Bahia, e que os negros que sobreviveram nadaram até a praia, entrando pela foz do rio de Contas, avançando pelas suas margens, entraram pelo rio Brumado até chegarem onde hoje fleam localizados os povoados. A partir do início do ciclo do ouro e diamantes, os negros foram escravizados por Raposo Tavares para o trabalho no cascalho, procurando as preciosidades que os bandeirantes tanto ansiavam. Embora escravos, não foram feitas senzalas e os negros continuaram morando nos seus povoados, compartilhando seu modo de vida e sua cultura. Com a escassez de ouro e a descoberta de diamantes na região de Lençóis, os negros foram deixados para trás e reconquistaram sua liberdade (Sakamoto, 2000). Outra versão conta que os quilombos se formaram onde residiam ex-escravos, fugidos das lavras de ouro e diamante ainda no século XVII.

A titulação das terras do quilombo em Rio de Contas data de 22 de dezembro de 1999 (Capinan, 2009). Atualmente, residem em Barra cerca de 60 famílias, totalizando aproximadamente 260 pessoas e em Bananal, 26 famílias, com um contingente aproximado de 70 pessoas. Essas famílias mantêm o hábito de vida simples dos seus antepassados, cultivando parte ou tudo do que consomem nas roças e nos quintais das casas, sendo a agricultura de subsistência a principal atividade nas comunidades. Planta-se principalmente milho, feijão e mandioca. Alguns cultivam também cana de açúcar e vendem para um alambique localizado nas proximidades da localidade.

Levantamento etnobotânico

O levantamento etnobotânico foi realizado entre dezembro de 2004 e dezembro de 2005. Para seleção de informantes foi realizada amostragem intencional tendo sido usados como critério de escolha ser nativo das comunidades e possuir notório saber sobre as plantas da região comumente utilizadas como medicinais. Os informantes foram encontrados por indicações, primeiro através de lideranças locais e depois através dos próprios informantes.

Para coleta de dados foram utilizadas técnicas de entrevistas não-estruturadas e informais, juntamente com a observação direta (não participante) para obter informações sobre o contexto social, presente e passado no qual as comunidades de Barra e Bananal estavam inseridas. Posteriormente, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas (Albuquerque; Lucena e Cunha, 2008) com auxilio de um formulário a fim de identificar as características sócio-econômicas dos entrevistados e sobre as plantas utilizadas como medicinais. Para complementação das informações, foram realizadas também turnês-guiadas (Albuquerque; Lucena e Cunha, 2008).

A partir da análise dos dados, as plantas foram organizadas em dez categorias de uso medicinal, adaptadas de Medeiros, Fonseca e Andreata (2004), sendo elas: doenças associadas ao aparelho gastrintestinal (APG); doenças associadas ao aparelho respiratório (APR); doenças associadas à condições dermatológicas (CD); doenças associadas ao aparelho urinário (AU); doenças associadas ao sistema cardiovascular (CAR); doenças parasitárias (DP), doenças associadas a problemas ginecológicos (GI), sistema nervoso (SN), sintomas e sinais gerais (SSG), aquelas que se referem a sintomatologia de várias doenças não específicas e “doenças culturais” (Amorozo, 2002). Os dados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa avaliando a frequência de citações, parte usada, indicação medicinal, forma de preparo e forma de uso.

O material botânico indicado nas entrevistas foi coletado durante as entrevistas, quando as plantas encontravam-se no próprio quintal ou residência dos informantes ou durante a realização da turnê-guiada. As plantas coletadas foram herborizadas (Rotta; Beltrami e Zonta, 2008), identificadas e, as que apresentavam material fértil, depositadas nos herbários RADAMBRASIL (HRD) e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB).

Resultados e Discussão

Foram entrevistadas 22 mulheres e 10 homens, totalizando 32 entrevistas. A idade dos entrevistados variou entre 46 e 87 anos.

Inicialmente a comunidade não relatou o uso de plantas, porém após o fortalecimento das relações com os entrevistados, 98% citaram o uso de plantas para fins medicinais e/ou ritualísticos. Foram citadas pelas comunidades da Barra e Bananal 71 espécies vegetais utilizadas para fins medicinais, distribuídas por 36 famílias botânicas (Tabela 1).

As famílias mais representativas foram Lamiaceae (6 espécies), Fabaceae, Solanaceae e Asteraceae (5 espécies) seguidas por Apiaceae e Rutaceae (4 espécies). Resultado semelhante foi encontrado em outras comunidades quilombolas, onde as famílias Lamiaceae e Asteraceae aparecem entre as três mais representativas (Crepaldi e Peixoto, 2010; Lopes, 2010; Monteles e Pinheiro, 2007; Pasa; Soares e Guarim Neto, 2005).

A espécie mais citada pelos moradores para fins medicinais foi o hortelã miúdo (Mentha spicata L.) com 8,5% da freqüência das citações, seguida pela erva cidreira (Lippia alba (Mill) N.E.Br) e a Erva doce (Foeniculum vulgare Mill.) ambas com freqüência de 6,8%, e o Sabugueiro (Sambucus australis Cham. & Schltdl.) com 6,4%. É comum nas comunidades estudas a utilização de várias plantas para tratar de uma única doença bem como o uso de uma única espécie para diferentes aplicações terapêuticas. Assim, nesse estudo, pode-se citar como exemplo, o uso das folhas do hortelã miúdo, preparadas na forma de chá ou xarope para o tratamento de gripes e resfriados e como expectorante, podendo ainda ser utilizada contra verminoses, neste caso, o sumo extraído das folhas ou estas batidas com leite são administradas à pessoa infectada. A literatura científica indica o uso de diversas espécies do gênero Mentha confirmando a sua aplicação para algumas das citações obtidas nesse estudo (Matos, 2000). Estudo desenvolvido por Franco e Barros (2006), mostrou que 50% das plantas citadas no quilombo Olho D’água dos Pires possuem mais de duas indicações de uso terapêutico, o que também foi constatado por Amorozo (2002).

Quanto à parte vegetal usada, há a predominância do uso de folhas com 55,3% das citações, seguida pelas raízes (14,6%), casca do caule (10,3%), sementes (7,7%), fruto (4,8%), flor (4,1%) e a planta inteira (3,3%). Em diversos levantamentos etnobotânicos realizados pelo mundo, as folhas são frequentemente a parte vegetal mais utilizada pelas comunidades tradicionais (Crepaldi e Peixoto, 2010; Franco e Barros, 2006; Lopes, 2010; Monteles e Pinheiro, 2007; Pasa, Soares e Guarim Neto, 2005) Isto se deve provavelmente devido à maior disponibilidade dessa estrutura vegetal e pela facilidade de colheita. O uso de raízes e cascas, contudo, é um aspecto que merece atenção, tendo em vista que, a extração dessas estruturas vegetais pode causar a morte da planta. Gomes e colaboradores (2008), também alertaram para esse perigo, destacando que a retirada de forma irracional de cascas de árvores, poderá colocar em risco as espécies, principalmente as nativas.

Os chás, obtidos tanto por infusão quanto por decocção, foram a forma de preparo mais freqüente com 64% das citações, seguida pelos xaropes com cerca de 12%, estes preparados com uma combinação de várias plantas (FIGURA 1). Os chás também foram o principal modo de preparo dos remédios caseiros nos levantamentos etnobotânicos de Pinto, Amorozo e Furlan (2006), Monteles e Pinheiro (2007), Crepaldi e Peixoto (2010) e Lopes (2010). Os chás são frequentemente a forma de preparo mais comum dentre as populações de diferentes partes do mundo, variando entre quentes e frios, “abafados ou cozidos”. Garlet e Irgang (2001) apontam que nas diversas formas citadas em seu estudo para a preparação dos remédios, os chás são preferencialmente feitos por decocção, seguida de infusão. Nas comunidades de Barra e Bananal, muitas vezes é grande a dificuldade em se distinguir o chá preparado por decocção (cozidos) daquele preparado por infusão (abafados). Pode-se afirmar, contudo, que de maneira geral a decocção é mais apropriada para o preparo de partes vegetais mais duras, como cascas, sementes e raízes, e a infusão para as partes moles tais como flores e folhas (Brasil, 2010). Entretanto, essa recomendação com freqüência não é observada pelas comunidades estudadas. Outras formas de preparo foram também citadas podendo-se destacar o “serenado”, (quando a parte vegetal a ser utilizada é deixada sob o “sereno” da madrugada antes de ser administrada ao doente), as vitaminas e os cigarros que contém as ervas curativas (FIGURA 1). Algumas recomendações peculiares foram também registradas, dentre elas a de que o mastruz (Chenopodium ambrosioides L.) “deve ser tomado antes do nascer do sol” para combaterverminose, ou ainda que se deve “colocar o pó da noz moscada (Myhstica frangans Houtt) embaixo da língua” para tratar a hipertensão, forma de uso semelhante à utilizada para a administração de medicamentos alopáticos indicados para essa doença.

Figura 1: Formas de preparo das espécies usadas como medicinais nas comunidades quilombolas da Barra e Bananal, Rio de Contas, Bahia, Brasil.
Figura 1

A maioria das plantas citadas (62,5%) é obtida diretamente na propriedade dos entrevistados, colhidas nos quintais das casas ou nas roças onde algumas são cultivadas intencionalmente juntamente com outros vegetais de importância alimentar, como o feijão de corda e a mandioca, e outras crescem de maneira espontânea. Para Moura e Andrade (2007) os quintais são importantes para a sustentação dos povos, contribuindo para a subsistência de determinadas populações principalmente as rurais, constituindo-se ainda como relevante fonte de conhecimento sobre a biodiversidade, possibilitando a experimentação, seleção e o retorno da diversidade biológica. O extrativismo da vegetação nativa dos morros e beira dos rios que circundam as comunidades corresponde a segunda forma de obtenção mais importante das espécies utilizadas com fins medicinais (24,6%). Outras formas de obtenção das plantas são a compra na feira-livre (7,1%) de Rio de Contas ou ainda junto a vizinhança (5,8%). Franco e Barros (2006) encontraram que a maior parte (68%) das espécies utilizadas por quilombolas do Piauí cresce espontaneamente em ambientes naturais ou antropicamente modificados, enquanto que 28% são encontrado por Amorozo (2002) no Mato Grosso. O resultado encontrado para as comunidades da Barra e Bananal, desse modo, pode ser explicado pela dificuldade de obtenção e acesso às espécies nativas, mostrando ainda uma adaptação e aceitação crescentes pelas plantas cultivadas.

O maior número de espécies foi indicado para aliviar sintomas ou sinais em geral (31,5%) que são indicativos de vários tipos de doenças como, febre, dor de cabeça (cefaléia), além de inflamações e dores em geral. Para o tratamento da dor de cabeça, várias plantas foram citadas pelos informantes de Barra e Bananal como, anador (Artemísia sp.), umburana (Amburana cearensís (Allemao) A.C.Sm.), café (Coffea arábica L.) e laranja (Citrus sp.), sendo indicados como preparações, o chá das folhas ou estas “amarradas na testa até que a dor passe ou até suar”. Os problemas relacionados aos sistemas respiratórios (24,3%) e gastrointestinais (15,8%) também apresentaram alta freqüência de citações. As condições sócioeconômicas, sanitárias e de saúde na comunidade pesquisada, e na região como um todo, são muito precárias e estas podem ser a causa do grande número de doenças do sistema gastrointestinal. Além disso, a presença de fogões de lenha no interior das casas aliado ao clima seco e frio da região podem contribuir para alta incidência de problemas respiratórios. Os problemas ginecológicos são também freqüentes, sendo que nesse estudo foram considerados como problemas dessa natureza as infecções ou inflamações relacionadas ao aparelho genital feminino, designadas nas comunidades como “doença de mulher”, assim como os problemas relacionados a gravidez, parto e puerpério. Na comunidade Olho D’água dos Pires, Franco e Barros (2006) observaram que há entre as mulheres, uma forte tendência e conhecimento para o uso de preparos para cura das “inflamações de mulher” (10,4%).

O uso de uma ampla diversidade de plantas, bem como as suas várias aplicações, evidencia a crença das comunidades nesses recursos vegetais como alternativa para o tratamento das doenças mais comuns dos grupos, frente a um deficiente sistema de saúde pública. Além disso, as comunidades mostraram possuir um amplo conhecimento sobre plantas com fins medicinais, sendo este transmitido pelos mais velhos e provavelmente adquirido desde os tempos de escravidão.

Agradecimentos

Os autores agradecem às comunidades de Barra e Bananal por permitirem a realização deste estudo, ao acolhimento e colaboração em todos os momentos do trabalho. ASEPPIR pelo suporte financeiro.
Nome Popular/ Nome científico/ Família Uso popular citado Categoria de uso Parte usada Forma de preparo
Abacate/ Persea americana Mill./ Lauraceae Antiinflamatório dos rins; dores nos rins e bexiga AU F Chá
Abacaxi/Ananas comosus (L.) Merril/ Bromeliaceae Gripe; catarro APR Fr Xarope
Abóbora/ Cucurbita sp./ Cucurbitaceae Dor de ouvido SSG Fl Sumo
Acerola/ Malpighia glabra L./ Malpighiaceae Gripe; pressão alta APR, CAR F Chá
Agrião/ Nasturtium officinale R. Br./ Brassicaceae Gripe; catarro no peito APR F Chá/ xarope
Água de alevante/ Mentha sp./ Lamiaceae Pressão alta CAR F Chá
Alecrim da horta/ Rosmarinus officinalis L./ Lamiaceae Nervoso SN F Chá
Alfavaca/ Ocimum sp./ Lamiaceae Tosse; gripe; bronquite APR F Chá / xarope
Alfazema/ Aloysia sp./ Verbenaceae Dor no joelho SSG F Chá / sumo
Algodão/ Gossipium sp./ Malvaceae Gripe; catarro; inflama­ção; feridas; tosse; dor de barriga APR, CD, APG, SSG Fl, F, S Chá
Alho/Allium sativum L./ Alliaceae Gripe; bronquite; dor de cabeça; catarro; ajudar no parto APR, SN, GI OU Chá/ xarope/ in natura
Amburana, umburana, imbu­rana, Amburana de Cheiro/ Amburana cearensis (Allemao) A.C.Sm./ Fabaceae Dor de estômago; doença de mulher; gripe; bronqui­te; dor de cabeça; dor de dente; constipação; cólica de bebê; cólica de mulher parida; enjôo; cólica APG, GI, APR, SN SSG F, S, CC Chá/ xarope/ cigarro
Anador/Artemisia sp./ Asteraceae Dorde cabeça; Febre SN, SSG F Chá
Arruda IRuta graveolens L./ Rutaceae Resto de parto; mulher parida; cólica; doença de mulher; dor de ouvido; dor de dente GI, SSG F Chá/ xarope/ sumo/ cigarro
Babosa/ Aloe sp./ Asphodelaceae Cólica; furúnculo; hemorróidas; piolho SSG, CD F Chá/ sumo
Banana de São Tomé/ Musa sp./ Musaceae Dor de cabeça; febre de criança SN, SSG F Chá
Barbatimão/ Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville./ Fabaceae Pereba; feridas; cicatrização; sangue ralo ou fraco CD, SSG, HE CC, F Chá / serenado
Batata doce/ Ipomoea batatas (L.) Poir./ Convolvulaceae Dor de dente SSG F Chá
Batatinha/ Solanum sp. / Solanaceae Dor de cabeça SN R in natura
Boldo/ Plectranthus barbatus Andrews/ Lamiaceae Barriga estufada; inchaço nos pés APG, SSG F Chá
Caatinga de porco Caesalpinia piramidales Tull./ Fabaceae Dor de cabeça; dor de dente; dor de estômago SN, SSG, APG CC, F Chá/ “cigarro”
Caté/Coffea arábica L./ Rubiaceae Dor de cabeça; febre de criança SN, SSG F Chá
Caiçara/ Solanum sp./ Solanaceae Dor de barriga; verminose DP R Chá
Caju/ Anacardium occidentale L./ Anacardiaceae Dor de barriga; disenteria; diabetes APG, SSG F, Fr, CC Chá/ in natura
Camará/ Lantana câmara L./ Verbenaceae Catarro APR Fl, R Chá
Capim santo; Capim da lapa/ Cymbopogon citratus (DC.) Stapf/ Poaceae Dor de cabeça; gripe; insônia; pressão alta SN, APR, CAR F Chá
Carobinha/ indet./ Bignoniaceae Alergia; Pressão alta; feridas SSG, CAR, CD F, R Chá
Cebola/ Allium cepa L./ Alliaceae Gripe; bronquite; furúnculo; catarro APG, CD PI, OU Xarope
Chuchu/ Sechium edule (Jacq.) Sw./ Cucurbitaceae Pressão alta CAR Fr Chá
Coco/ Cocus nucifera L./ Arecaceae Dor de dente SSG F (seca) Chá
Coentro/Coriandrum sativum L. /Apiaceae Dor de garganta APR F Chá
Cominho/ Cuminum cyminum L. / Apiaceae Mulher parida; resto de parto GI F, S Chá/ xarope
Erva cidreira/ Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson / Verbenaceae Dor de cabeça; dor de estômago; dor de barriga; nervoso (calmante); gripe; pressão alta; náuseas; febre; tosse SSG, APG, SN, CAR. F Chá
Erva doce/Pimpinella anisium L./ Apiaceae Dores abdominais; cólica; estômago cheio; mulher pa­rida; gases; prisão de ventre APG, GI F, S Chá
Erva de Santa Maria, Mastruz/ Chenopodium ambrosioides L./ Amaranthaceae Verminose; catarro no peito; Inflamação; mulher parida; dor de cabeça; gripe; dor no joelho DP, APR, Gl, SN, APG, SSG F, R, S Chá/ xarope/ F batida com leite/ serenado/ sumo/ óleo da semente
EucaWptolEucaliptus sp.l Myrtaceae Dor nas vistas; gripe; febre APR, SSG F, Fr Chá/ xarope/ Fruto ralado no café.
Fedegoso/ Cassia sp.l Fabaceae Resto de parto; gripe; dor de cabeça; verminose GI,APR, SN, DP F, R Chá/ xarope
Gengibre/ Zingiber officinale Roscoe /Zingiberaceae Gripe APR R Rala da no café
Goiabeira branca/ Psidium guajava L./Myrtaceae Dor de barriga APG F Chá
Hortelã, hortelã miúdo/ Mentha suaveolens Ehrh./ Lamiaceae Resto de parto; gripe; bronquite; mulher parida; verminose; dor de estô­mago; catarro; garganta inflamada; ajudar no parto GI, APR, APG F Chá/ xarope/ vitamina (batida com leite)/ sumo
Jatobá/ Hymenaea courbaril L./ Fabaceae Gripe; bronquite APR CC Xarope
Jurubeba/ Solanum paniculatum L./ Solanaceae Gripe; bronquite APR Fr; F Xarope
Laranja/ Citrus aurantium L./ Rutaceae Dor de cabeça; intestino preso; nervoso SN, APG F Chá
Lima/ Citrus sinensis (L.) Osbeck./ Rutaceae Nervoso SN F Chá
Limão/ Citrus * limon (L.) Osbeck / Rutaceae Gripe APG Fr Chá
Losna/ Artemisia sp.i Astera- ceae Resto de parto; dor de cabeça; dor de estômago; doença de mulher; gripe GI, SN, APG, APR F Chá/ xarope
Maçã/ Pyrus malus L./ Rosaceae Intestino frouxo APG Fr in natura
Malva branca/ Sida sp.i Mal­vaceae Doença de mulher; dor de dente GI, SSG F, R Chá
Mamão/ Carica papaya L./ Caricaceae Verminose; intestino preso DP, APG Fr, S in nafwa/vitamina (Sementes batidas com leite)
Mandioca/ Manihot esculenta Cranz./ Euphorbiaceae Intestino preso APG R Cozida
Mangerona/Onganum majorana L./ Lamiaceae Dor de cabeça; gripe; bronquite; catarro SN, APR F Chá/ xarope
Manjericão/Oc/mum basilicum L./ Lamiaceae Gripe; bronquite APR F Xarope
Maracujá/ PassiFla sp./ Passi- Flaceae Disenteria; pressão alta APG, CAR F, Fr, CC, R Chá/ Pó/ sumo
Mentrasto/ Ageratum conyzoides L./Asteraceae Dor de barriga APG F, R Chá
Milho roxo/ Zea mays L./ Poaceae Dente inflamado SSG OU Chá
Nego nu/ Cyathea sp.l Cyatheaceae Reumatismo SSG CC, R Chá/ infusão no vinho ou cachaça
Novalgina/ Justicia pectoralis Jacq./Acanthaceae Febre; dor de cabeça; inflamação; pressão alta SSG, SN, CAR F Chá
Noz moscada/ Myristica frangans Houtt/ Myristicaceae Pressão alta; dor nas vis­tas; dor de cabeça; cons­tipação; nariz entupido CAR, SSG, SN, APG, APR S Chá
Pau-de-óleo/ Copaifera sp./ Fabaceae Reumatismo; gripe; bronquite SSG, APR S, CC Xarope
Pepino/ Cucumis sativum L./ Cucurbitaceae Dor de cabeça SN Fr in natura
Pequi/ Caryocarbrasiliense Cambess./ Caryocaraceae Dorde cabeça; bronquite; coceira; nariz entupido; reumatismo; dor nos olhos SN, APG, CD, APR, SSG Fr Óleo
Pimenta/ Capsicum sp.l Solanaceae Furúnculo; dor de dente; gripe; bronquite CD, SSG.APR F, R Chá/ xarope
Poejo/ Mentha pulegium L./ Lamiaceae Doença da mulher; fraqueza; resto de parto; gripe; bronquite; catarro; ausência de menstrua­ção; verminose Gl, APR, DP, SSG F Chá/ xarope
Quebra pedra/ Phyllanthus niruri L./ Euphorbiaceae Pedra nos rins; dor nos rins AU F, R, PI Chá
Romã/ Púnica granatum L../ Lythraceae Infecção na garganta; gastrite; dor de barriga; vômito APR, APG, SSG CC Chá
Sabugueiro/ Sambucus sp.l Adoxaceae Gripe; febre; garganta inflamada; catapora APR, SSG. F, Fl Chá/ xarope
Salsa/ Petroselinum críspum (Mill.) Nyman exA.W. Hill/ Apiaceae Mulher parida; pressão alta; pressão baixa GI, CAR F, R Chá/ xarope
Sete sangria/ Heliotropium lanceolatum Ruiz & Pav./ Boraginaceae Inflamação SSG CC, PI Chá
Sucupira/ Bowdichia sp.l Fabaceae Dor de garganta APR S Chá
Trançagem/ Plantago major L./ Plantaginaceae Doença da mulher; dor de estômago; gripe; dor de dente; garganta inflama­da; catarro GI, APG, APR, SSG F Chá/ xarope/ in natura
Urucum/ Bixa orellana L./ Bixaceae Gripe; bronquite APR S Xarope
F = folha; R = raiz; CC = casca do caule; S = Semente; Fr = Fruto; Fl = Flor; PI = Planta inteira; OU = Outra parte.

Referências

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