REVISÃO
Espécies vegetais descritas em área de reserva da biosfera da Mata Atlântica como fonte para novos compostos bioativos
Plant species described in an Atlantic Forest biosphere reserve area as a source for new bioactive compounds
Resumo
Esse trabalho consistiu na revisão sistemática da literatura referente às espécies vegetais catalogadas no Parque das Dunas de Salvador - BA, região aclamada com o título de reserva da biosfera da Mata Atlântica pela UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization). O critério de inclusão foram pesquisas sobre atividade farmacológica, perfil fitoquímico e tóxico das espécies, das bases de dados PubMed, SciELO e Science Direct, em português e inglês, sem período delimitado. Como descritores foram utilizados os nomes científicos das trinta espécies catalogadas. Os metabólitos secundários isolados e ativos tiveram os parâmetros físico-químicos e predição da toxicidade in silico avaliados. Verificou-se que, das trinta espécies doze foram investigadas quanto à atividade farmacológica e/ou perfil fitoquímico e tóxico, com maioria dos estudos envolvendo Chrysobalanus icaco L. (Chrysobalanaceae). Encontrou-se vinte cinco compostos bioativos, predominantemente das classes terpeno e flavonoide, e dezoito estudos com avaliação da segurança de sete espécies. A análise in sílico mostrou que dez compostos não violaram as regras de Lipinski e Veber, e apenas três com alto potencial tóxico. Essa revisão reuniu dados que apontaram para a utilização de produtos naturais do território brasileiro em pesquisas que poderão culminar no desenvolvimento de fármacos inovadores.
- Palavras-chave:
- Parque das Dunas.
- Espécies vegetais.
- Mata Atlântica.
- Propriedades Farmacológicas.
- Perfil Tóxico.
- Predição in silico.
- Metabólitos secundários.
Abstract
This work consists of a systematic review of the literature related to the plant species cataloged in Parque das Dunas, Salvador-BA, a region acclaimed by the title of Atlantic Forest biosphere reserve by UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization). We included studies containing data on pharmacological activity, phytochemical and toxic profile of the species, from PubMed, SciELO and Science Direct databases, in Portuguese and English, without a delimited period. The scientific names of the thirty cataloged species were used as descriptors. The physicochemical parameters and prediction in silico toxicity were evaluated for the isolated and active compounds. As result, it was verified that of the thirty species, twelve were investigated for pharmacological activity and/or phytochemical and toxic profile, and the majority of the studies involving Chrysobalanus icaco L. (Chrysobalanaceae). Twenty-five bioactive compounds isolated predominantly of the terpene and flavonoid classes, and in eighteen studies the safety of seven species was evaluated. The in silico analysis showed ten compounds did not violate the Lipinski and Veber rules, and only three with high toxic potential. This review gathers data that point to the use of natural products from Brazilian territory in research that may culminate in development of innovative drugs.
- Keywords:
- Parque das Dunas.
- Plant species.
- Atlantic Forest.
- Pharmacological Properties.
- Toxic Profile.
- In silico prediction.
- Secondary metabolites.
Introdução
A dimensão continental do território brasileiro resulta em diferentes zonas climáticas e geográficas, que consequentemente culminam na formação de distintos biomas. Devido a suas florestas e todos os ecossistemas existentes, pode-se dizer que o Brasil é um dos 17 países megadiversos do mundo, com exuberante diversidade biológica, tanto em número de espécies quanto na variedade e na complexidade de seus biomas[1]. Dentre estes biomas, vale ressaltar a Mata Atlântica que se estende desde o estado do Ceará até o Rio Grande do Sul, sendo considerada mundialmente como uma das áreas de prioridade para conservação, devido a sucessivos impactos resultantes de diferentes ciclos de exploração, o que levou a uma drástica redução na cobertura vegetal natural[2].
Compondo o bioma da Mata Atlântica encontram-se as regiões de restinga, que são definidas como deposições arenosas recentes paralelas à costa, com vegetação rasteira ou inexistente, que podem variar de acordo com fatores como proximidade do ambiente marinho, geomorfologias distintas e nível de sucessão ecológica[3,4].
A diversidade da flora que compõe a Mata Atlântica no Brasil é vasta e se constitui como um forte destaque para o cenário econômico e turístico, sendo também uma grande vantagem quando está vinculada à pesquisa e desenvolvimento de fármacos, através da obtenção de moléculas bioativas inéditas.
Como exemplo de iniciativa para a preservação do bioma Mata Atlântica pode-se citar o Parque Municipal das Dunas, na cidade de Salvador, Bahia, com extensão de 6 milhões de metros quadrados de cobertura vegetal original, conservando o último remanescente do ecossistema de dunas, lagoas e restingas da cidade. Essa área de cobertura vegetal original é administrada pela UNIDUNAS (uma OSCIP- Organização da Sociedade Cível de Interesse Público), e tem foco no desenvolvimento de pesquisas científicas e educação ambiental. Desde 1981, quando o Governo da Bahia decretou a área de preservação do Abaeté, o Parque das Dunas tem tido importantes conquistas como o Título de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) – UNESCO, em 2014, de grande relevância internacional, tendo vários países envolvidos na sua conservação e preservação[5].
Esse patrimônio baiano abriga grande quantidade de espécies vegetais que necessitam ser estudadas intensivamente, dentre as quais podem ser citadas o Guajuru (Chrysobalanus icaco L. (Chrysobalanaceae)), Velame-do-campo (Croton campestris A.St.-Hil.(Euphorbiaceae)) e a Mataíba (Matayba guianensis Aubl. (Sapindaceae)), utilizadas na medicina popular e descritas na literatura com variadas atividades biológicas, tais como, antimicrobiana[6], antifúngica[7], anti-inflamatória[8], antidiabética[9], entre outras.
Tendo em vista o potencial de pesquisa com produtos naturais para desenvolvimento de novos fármacos, essa revisão abrange os relatos da literatura sobre as propriedades farmacológicas das espécies vegetais catalogadas no Parque das Dunas, incluindo ainda estudos sobre o perfil fitoquímico e tóxico. A compilação dessas informações visa incentivar e auxiliar no avanço das pesquisas dessas espécies vegetais no âmbito da aplicação farmacoterapêutica.
Materiais e Métodos
Seleção dos estudos nas bases de dados
O trabalho foi desenvolvido através de uma revisão sistemática da literatura utilizando as seguintes bases de dados indexadas: PubMed (U.S National Library of Medicine), SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e Science Direct. A busca do material para elaboração deste estudo considerou publicações nos idiomas português e inglês, sem delimitação de tempo. Como descritores foram utilizados os nomes científicos das trinta espécies vegetais catalogadas no Parque das Dunas: Agarista coriifolia (Thunb.) J.D. Hook. ex Nied. (Ericaceae), Byrsonima microphylla A.Juss. (Malpighiaceae), Calycolpus legrandii Mattos (Myrtaceae), Catasetum roseoalbum (Hook.) Lindl.(Orchidaceae), Chamaecrista ramosa (Vogel) H.S.Irwin & Barneby (Fabaceae), Chrysobalanus icaco L., Coccoloba ramosíssima Wedd. (Polygonaceae), Comolia ovalifolia (DC.) Triana (Melastomataceae), Comanthera imbricata (Körn.) L.R.Parra & Giul. (Eriocaulaceae), Croton campestris A.St.-Hil., Davilla flexuosa A.St.-Hil. (Dilleniaceae), Epidendrum cinnabarinum Salzm. (Orchidaceae), Gomphrena duriuscula Moq. (Amaranthaceae), Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell (Nyctaginaceae), Guettarda platypoda DC. (Rubiaceae), Humiria balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil. (Humiriaceae), Kielmeyera reticulate Saddi (Calophyllaceae), Matayba guianensis Aubl., Manilkara salzmannii (A.DC.) H.J.Lam (Sapotaceae), Ouratea suaveolens (A.St.-Hil.) Engl. (Ochnaceae), Protium bahianum Daly (Burseraceae), Psittacanthus dichroos (Mart.) Mart. (Loranthaceae), Swartzia apetala Raddi (Fabaceae), Stigmaphyllon paralias A.Juss. (Malpighiaceae), Smilax rufescens Griseb. (Smilacaceae), Struthanthus polyrhizus (Mart.) Mart. (Loranthaceae), Vanilla bahiana Hoehne (Orchidaceae), Vellozia dasypus Seub. (Velloziaceae), Vitex cymosa Bertero ex Spreng. (Lamiaceae) e Waltheria cinerescens A.St.-Hil. (Malvaceae). Durante a pesquisa, não foram utilizadas as sinonímias botânicas das espécies, mas somente o nome botânico principal. Para todas as espécies vegetais foi utilizado como critério de inclusão estudos contendo atividade farmacológica e/ou perfil fitoquímico e tóxico, em artigos disponíveis na integra nas bases de dados.
Predição in silico
Os metabólitos secundários isolados e ativos farmacologicamente nos estudos encontrados foram avaliados in silico quanto aos parâmetros de Drug-likeness e predição da toxicidade, utilizando Swiss ADME web tool[10] e Osiris DataWarrior 5.5.0[11], respectivamente. Para os estudos de Drug-likeness foram analisados os parâmetros das regras de Lipinski[12] (Peso molecular, LogP, doadores e aceptores de ligações de hidrogênio) e de Veber[13] (número de ligações rotativas e área de superfície polar topológica (TPSA)), os quais consistem na predição de informações que irão interferir, por exemplo, na farmacocinética dos fármacos, mais precisamente na biodisponibilidade oral.
Quanto à predição de toxicidade, calculada no software Osiris, foram considerados os parâmetros de mutagenicidade, tumorigenicidade, irritabilidade e efeito reprodutivo, codificados por cores, em que o potencial alto, intermediário e baixo de toxicidade é representado pelas cores vermelho, amarelo e verde, respectivamente.
Resultados e Discussão
A busca referente a pesquisas científicas das trinta espécies vegetais catalogadas no Parque das Dunas resultou em 77 artigos nas bases de dados PubMed, SciELO e Science Direct, que atendiam os critérios de inclusão definido para a revisão e após exclusão dos registros duplicados. Esses artigos foram publicados entre os anos de 1967 até fevereiro de 2024, nos idiomas: português ou inglês. Dentre as trinta espécies vegetais catalogadas no Parque das Dunas, doze apresentaram estudos referentes à propriedade farmacológica e/ou perfil fitoquímico e tóxico. Os estudos referentes à propriedade farmacológica são apresentados na sequência com destaque para oito espécies vegetais menos investigadas, a fim de corroborar com o aumento de pesquisas para as mesmas. Quanto ao perfil fitoquímico, no item Metabólitos Secundários, são apresentadas na FIGURA 1 vinte e cinco estruturas químicas de compostos farmacologicamente ativos, pertencentes principalmente às classes dos terpenos e flavonoides. No item Perfil Toxicológico, são apresentadas dezoito pesquisas com investigação predominante para C. icaco L. em seis estudos. Na predição da toxicidade, no item Predição in silico, foram avaliados os vinte cinco metabólitos secundários isolados e descritos como responsáveis pela atividade farmacológica, uma vez que estudos neste sentido ainda são pouco explorados para as espécies vegetais revisadas. Os parâmetros que fazem parte das regras de Lipinski e Veber foram utilizados em estudos Drug-likeness in silico para esses metabólitos, a fim de contribuir com geração de dados referentes à biodisponibilidade por via oral.
Propriedade Farmacológica
Dez das doze espécies vegetais dessa revisão apresentaram em quarenta e nove pesquisas possuir diversas atividades biológicas, sendo as mais frequentemente relatadas: antibacteriana, antifúngica, anti-inflamatória e antitumoral, através de ensaios in vitro, in vivo e in silico para diferentes farmacógenos (folhas, caules, raízes e frutos) analisados na forma de extratos, frações, óleos essenciais e/ou seus compostos isolados. Em menor número, incluem estudos contendo a avaliação da atividade antioxidante, antidiabética e quimiopreventiva.
No que tange a propriedade farmacológica, a espécie vegetal com maior número de estudos nas bases de dados selecionadas foi C. icaco L., com dezoito artigos publicados entre os anos de 1991 e 2020. Esta espéciepertence à família Chrysobalanacaceae que possui 18 gêneros, com aproximadamente 525 espécies. Popularmente conhecida como guajuru ou abajeru possui um amplo uso popular de suas folhas, cascas e raízes para tratar doenças como diabetes, diarreia, inflamação, síndrome da imunodeficiência adquirida, infecções bacterianas e câncer[14]. Nos dezoito artigos encontrados foram relatadas as atividades anti-HIV[15] relacionada ao diterpeno ácido ent-15-oxo-kaur-16-en-19-óico (1; FIGURA 1), anti-angiogênese[16], antitumoral[17-20] atribuída à presença do triterpeno ácido pomólico (2; FIGURA 1), antioxidante[21], antileishmania[22], hipoglicemica[9], anti-proliferativa e anti-inflamatória[23], analgésica[24], antifúngica[25], além de tratar ou prevenir a obesidade[26-28], melhorar a homeostase da glicose e a resistência à insulina[29,30] e demonstrar potencial protetor a danos ao DNA causados pelo quimioterápico doxorrubicina[31,32].
A segunda espécie vegetal com maior número de investigação quanto à propriedade farmacológica foi C. campestris A.St.-Hil., com dez artigos publicados entre os anos de 2011 e 2020. Popularmente conhecida como velame-do-campo, a espécie pertence ao segundo maior gênero da família Euphorbiaceae, com cerca de 1.200 a 1.300 espécies distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais[33,34]. O velame-do-campo configura-se como uma espécie arbustiva que pode alcançar até 2 metros de altura, possuindo grande importância etnofarmacológica por ser benéfico para dores em geral, gripe, constipação, bronquite, pneumonia, asma, acidente vascular cerebral, problemas oculares e aftas[8]. Os estudos científicos dos dez artigos mostraram para C. campestris A.St.-Hil. efeito potencializador da atividade antibiótica da norfloxacina[35], canamicina e neomicina[6], amicacina[36], aminoglicosídeos[37], atividade antimicrobiana[38], antibacteriana e antifúngica[39], efeito citoprotetor contra lesão gástrica[40], antitumoral[41], anti-inflamatória e anti-edematogênica[8], sendo as duas últimas em termos de avaliação de composto isolado teve o β-cariofileno (3; FIGURA 1) avaliado, e neuroptrotetora[42], relacionada ao ácido gálico (4; FIGURA 1).
Na sequência as oito espécies vegetais menos investigadas (contendo entre um a seis artigos publicados), serão apresentadas em subitens com estudos descritos de forma mais detalhada, a fim de incentivar a ampliação das pesquisas para as mesmas.
Byrsonima microphylla A. Juss. (Malpighiaceae)
O gênero Byrsonima, pertencente à família Malpighiaceae, é composto por aproximadamente 150 espécies[43], sendo algumas destas utilizadas em rituais de indígenas brasileiros devido ao efeito alucinógeno e narcótico de seus constituintes[44]. A espécie vegetal B. microphylla A. Juss. é endêmica no Brasil, sendo um arbusto com ocorrência no nordeste brasileiro, especialmente em região de restinga no estado baiano[45]. As espécies do gênero Byrsonima são reconhecidas pelo uso com propósito medicinal como antiasmático, febre e infecções de pele[46].
Para B. microphylla A. Juss. foi encontrado um artigo publicado em 2005, contendo estudo referente à investigação do seu potencial antioxidante. Nesta pesquisa, foi avaliado o perfil antioxidante dos metabólitos secundários (3-hidroxi-2-metoxi-8,8,10-trimetil-8H-antracen-1,4,5-triona, 3,7-dihidroxi-2-metoxi-8,8,10-trimetil-7,8-dihidro-6H-antracen-1,4,5-triona, (2S*,10aR*)-2,8-dihidroxi-6-methoxi-1,1,7-trimetil-2,3,10, 10a-tetrahidro-1H-fenantren-9-ona, (2S,3S)-30-hidroxi-40,5,7-trimetoxi-flavan-3-ol) isolados do caule de B. microphylla A. Juss.. Os ensaios empregados foram referentes à avaliação da inibição de autooxidação do β-caroteno em suspensão de ácido linoleico e o DPPH (1,1-difenil-2-picrilhidrazil). Os compostos isolados não apresentaram atividade antioxidante quando comparados com antioxidantes comerciais (galato de propila e α-tocoferol)[45].
Guettarda platypoda DC. (Rubiaceae)
O gênero Guettarda é composto por cerca de 180 espécies distribuídas em região tropical e neotropical, sendo 24 espécies distribuídas no território brasileiro[47]. G. platypoda DC., conhecida popularmente como angélica ou angélica-do-mato, é uma espécie vegetal arbustiva pertencente à família Rubiaceae, encontrada no nordeste brasileiro[48]. No aspecto etnofarmacológico, a raiz de G. platypoda DC. é utilizada na medicina popular como febrífugo[49], no período do puerpério[50] e para regular o ciclo menstrual[51]. Para G. platypoda DC. foram encontrados dois estudos referentes à investigação do seu potencial farmacológico, publicados em 1989 e 2012.
Aquino e colaboradores[52] descreveram a atividade antiviral de três glicosídeos de ácido quinóvico (5, 6, 7; FIGURA 1) isolados de G. platypoda DC.. Foi evidenciado um efeito inibitório para as três saponinas triterpênicas avaliadas frente ao vírus da estomatite vesicular com CIM50 na faixa de 0,040 a 0,087 mmol, e concentração tóxica nas células hospedeiras (células epiteliais respiratórias- CER) de 150 µg/mL. Porém, apenas um dos glicosídeos apresentou atividade frente ao rinovírus tipo 1B, com redução de 50% do efeito citopático na concentração de 20 µg/mL, sendo a concentração máxima não tóxica para a célula hospedeira de 100 µg/mL.
O segundo estudo encontrado foi desenvolvido por Pina e colaboradores[48], que investigaram a atividade anti-inflamatória, antitumoral e citotóxica do extrato seco das cascas das raízes de G. platypoda DC.. Para avaliação da atividade anti-inflamatória in vivo com o teste de peritonite induzida por carragenina onde os camundongos receberam o extrato seco em doses de 30, 50, 100, 150 e 200 mg/kg, em seguida foram sacrificados e o exsudato coletado foi utilizado para contagem de leucócitos polimorfonucleares. Os resultados mostraram que houve redução significativa na migração de leucócitos polimorfonucleares nas doses testadas acima de 50 mg/kg, indicando atividade anti-inflamatória promissora para o extrato. A avaliação da atividade antitumoral também utilizou modelo in vivo através primeiramente do transplante de sarcoma tumoral 180 e carcinoma Ehrlich nos animais, que após 48 h receberam a quimioterapia experimental (extrato seco nas concentrações de 100 e 200 mg/kg para o grupo teste ou o fármaco metotrexato para o grupo controle). Após a quimioterapia experimental com o extrato seco foi verificado nos animais tratados a redução do peso do sarcoma 180, porém não apresentou efeito significativo no carcinoma Ehrlich. A atividade citotóxica foi avaliada in vitro através do ensaio MTT (3-(4,5-dimetiltiazol-2il)-2,5-difenil brometo de tetrazolina), onde o extrato seco diluído em DMSO (Dimetilsufóxido) a uma concentração de 50 μg/mL foi testado contra três linhagens de células: HT29 (carcinoma de cólon humano), MCF-7 (carcinoma de mama humano) e NCI H-292 (câncer de pulmão humano). O extrato não apresentou atividade citotóxica nas linhagens avaliadas.
Humiria balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil. (Humiriaceae)
A família Humiriaceae inclui plantas lenhosas e arbustivas de médio porte[53]. Dentre as 39 espécies pertencentes à família Humiriaceae pode-se citar H. balsamifera (Aubl.) A. St.-Hil. conhecida popularmente como mirim, umiri, umiri-de-cheiro, umiri-do-pará, umirizeiro, e muréua[54,55], com distribuição tropical, sendo encontrada no Brasil no norte, nordeste, centro-oeste e sudeste[56,57]. Trata-se de uma espécie vegetal arbórea, utilizada na Amazônia como perfume com importância na medicina popular para tratar hepatite, diarreia, hemorroidas[58], e também usada como anti-helmíntico, expectorante, cicatrizante contra dor de dente e feridas crônicas[54].
Para a espécie vegetal H. balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil.foram encontrados três estudos abrangendo pesquisas referentes à investigação do seu potencial farmacológico, no período de 2021 a 2024.
Dias e colaboradores[55] prepararam os extratos metanólico, hexânico e acetato de etila das folhas e caule de H. balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil.para a avaliação da atividade antimicrobiana. As cepas bacterianas de origem alimentar Escherichia coli ATCC (American Type Culture Collection) 25922, Listeria monocytogenes ATCC 15313, Salmonella enterica, Typhimurium ATCC 14028e Staphylococcus aureus ATCC 6538foram selecionadas para o estudo in vitro da determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e atividade antibiofilme. A melhor atividade foi obtida frente S. aureus para os extratos metanólico (780 µg/mL), acetato de etila (780 µg/mL) e hexânico (1560 µg/mL) das folhas. A partir destes resultados S. aureus foi selecionada para avaliação da atividade antibiofilme para os extratos das folhas. O extrato hexânico e acetato de etila inibiram a formação de biofilme na maior concentração testada (390 µg/mL) em aproximadamente 25%. Com base nestes resultados a pesquisa teve sequência com o extrato acetato de etila das folhas em ensaio in vivo com a larva de Tenebrio molitor. O tratamento com este extrato prolongou a vida média das larvas infectadas com S. aureus em 6,5 dias, sendo que após o período de avaliação 50% das larvas ainda estavam vivas. Assim, o extrato acetato de etila das folhas apresentou eficácia nos três ensaios realizados (CIM, potencial antibiofilme e ensaio in vivo), a qual foi relacionada à presença de flavonoides.
A atividade anti-inflamatória dos extratos e frações das folhas e cascas secas de H. balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil. foi avaliada através de ensaios in vitro. As frações hexânica (IC50 9,26 µg/mL), diclorometânica (IC50 15,43 µg/mL) e acetato de etila (IC50 19,34 µg/mL) das folhas apresentaram maior potencial de inibição do NO, enquanto a fração diclorometânica (IC50 44,92 µg/mL) e acetato de etila (IC50 52,52 µg/mL) tiveram maior atividade inibitória para TNF-α. Em comparação aos demais compostos isolados, o flavonoide quercetina (8; FIGURA 1) isolado da fração acetato de etila apresentou a melhor atividade inibitória na produção de NO e moderada inibição da produção de TNF-α, 84,73% e 95%, respectivamente, em 100 µg/mL[55].
Matos e colaboradores[60] recentemente publicaram pesquisa referente à investigação do potencial antioxidante das folhas e cascas de H. balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil., pelo método de DPPH. Foi verificado que o método de extração influência a atividade antioxidante das folhas, com porcentagem de inibição de oxidação dos radicais livres de 91,7% para o extrato etéreo, enquanto o extrato aquoso foi quase três vezes menor. No entanto, para as cascas a porcentagem de inibição foi similar para ambos os extratos (extrato aquoso 80,8% e extrato etéreo 87,3%).
Kielmeyera reticulata Saddi (Calophyllaceae)
O gênero Kielmeyera, pertencente à família Calophyllaceae, é endêmico na América do Sul, sendo a maioria das espécies encontradas no Brasil com distribuição em região de restinga, cerrado e campo rupestre[61]. A espécie K. reticulata Saddi é um arbusto endêmico no estado baiano[62] ainda pouco investigado quanto ao seu potencial farmacológico. Algumas espécies do gênero Kielmeyera, têm descrito na literatura o uso na medicina popular para o tratamento de doenças como esquistossomose, leishmaniose, malária, além de infecções bacterianas e fúngicas[63]. Para K. reticulada Saddifoi encontrado apenas um artigo publicado em 2021, abordando a investigação do potencial anti-inflamatório da espécie.
Inicialmente, a pesquisa descreve o isolamento de quatro cromonas, denominadas Kielmeieronas A−D das raízes de K. reticulada Saddi. A investigação farmacológica foi realizada para o composto Kielmeierona A (9; FIGURA 1), descrito como majoritário, utilizando ensaios de dor e inflamação in vitro e in vivo.Os resultados dos ensaios in vitro demostraram que em concentrações não citotóxicas (0,097−1,56 μM), ocorreu a inibição da produção de óxido nítrico pelos macrófagos J774 estimulados com LPS e IFN-γ. Para os testes in vivo, foram utilizados camundongos SwissWebster machos em modelos de edema de pata, teste da formalina e teste Rota-rod. Os resultados mostraram uma redução significativa do edema de pata de maneira dose-dependente. O efeito antinociceptivo também aconteceu de maneira dose-dependente, mas apenas na fase tardia, a qual está relacionada com inflamação local e liberação de substâncias inflamatórias mediadoras, sendo o efeito similar ao fármaco dexametasona. Os animais tratados com Kielmeierona A (100 mg/kg) não apresentaram alteração na performance motora no teste Rota-rod. Assim, a pesquisa conclui que uma nova cromona, Kielmeierona A, isolada de K. reticulada Saddi possui atividade anti-inflamatória e antinociceptiva[64].
Matayba guianensis Aubl. (Sapindaceae)
A família Sapindaceae ocorre no Brasil em 25 gêneros e 411 espécies[65], sendo que o gênero Matayba distribuído desde o México até o Norte da Argentina[66]. Dentre as 17 espécies endêmicas no Brasil pode-se citar M. guianensis Aubl., conhecida popularmente como mataíba, espécie arbustiva de grande ocorrência no Cerrado brasileiro e de rápido crescimento[67]. A M. guianensis Aubl. tem uso na medicina popular descrito para o tratamento da malária[68], tratamento de doenças respiratórias e para aliviar dores nas costas e nas pernas[69]. Para M. guianensis Aubl. foram encontrados cinco artigos publicados no período entre 2005 a 2020 que relatam a investigação da atividade farmacológica.
Os compostos denominados mataiosídeos A-D (10, 11, 12, 13; FIGURA 1), éter diglicosídeos, foram isolados a partir do extrato hexânico das cascas das raízes de M. guianensis Aubl., que em estudos prévios apresentou atividade antimalárica com IC50 6,1 µg/mL. Subsequentemente os compostos foram avaliados quanto ao seu potencial antimalárico in vitro frente à cepa FcB1de Plasmodium falciparum, resistente à cloroquina.O ensaio de hemólise foi empregado para verificar se atividade antimalárica estaria relacionada à hemólise dos eritrócitos. Os resultados revelaram valores de IC50 entre 2,5 e 8,9 µg/mL para mataiosídeos A-D, sendo considerada uma moderada atividade. Diferentemente de outros compostos isolados de espécies vegetais da família Sapindaceae que apresentaram ação hemolítica[70], os compostos éter diglicosídeos não apresentaram ação hemolítica, levando a conclusão de que a atividade antimalárica não está relacionada com a hemólise dos eritrócitos[68,71].
Posteriormente, o composto mataiosídeo D isolado de M. guianensis Aubl. teve rota sintética planejada, tendo sido sintetizado em onze etapas reacionais com rendimento global 5%. Nesta pesquisa foi avaliada a atividade antimalárica frente à cepa 3D7 (sensível à cloroquina) de P. falciparum, tendo como resultado atividade considerada moderada com IC50 24,59 µM, significativamente maior que a cloroquina (IC50 0,06 µM). Na avaliação frente à cepa W2 (resistente à cloroquina) de P. falciparum, o mataiosídeo D mostrou IC50 ligeiramente menor (17,28 µM), enquanto a cloroquina apresentou IC50 1,11 µM[72].
Os extratos hexânico e etanólico das cascas das raízes de M. guianensis Aubl.foram investigados quanto à propriedade antifúngica. Os ensaios in vitro com diferentes cepas fúngicas demostraram que o extrato etanólico apresentou atividade inibitória frente aos fungos Candida albicans ATCC 10231 (CIM= 1,95 µg/mL) e Candida parapsilosis ATCC 22019 (CIM= 0,97 µg/mL); e frente aos dermatófitos isolados clínicos: Trichophyton mentagrophytes LMGO 09 (CIM= 15,62 µg/mL) e Trichophyton rubrum LMGO 06 (CIM= 31,25 µg/mL). Já o extrato hexânico apresentou atividade apenas frente T. rubrum LMGO 06 (CIM= 125 µg/mL). A partir do extrato etanólico foram isolados os compostos mataiosídeo E (14; FIGURA 1), mataiosídeo F (15; FIGURA 1), cupaniosídeo e stigmasterol. Os três primeiros compostos tiveram a atividade antifúngica avaliada, sendo que mataiosídeo E e mataiosídeo F foram ativos frente C. parapsilosis ATCC 22019 com CIM= 6,31 e 3,15 µM, respectivamente. Cabe ressaltar que estes resultados encontram-se na faixa do valor obtido para o controle positivo Anfotericina B (CIM= 4,33 µM), podendo ser tais compostos promissores na busca de novos antifúngicos[7].
O óleo essencial das folhas de M. guianensis Aubl. foi obtido por hidrodestilação, com rendimento de 0,2% após 8 h de extração. O óleo foi avaliado frente às cepas padrão E. coli NEWP0022 e NEWP0018, S. aureus NEWP 0023, P. aeruginosa NEWP0027 e, também, isolados clínicos de bactérias multirresistentes Staphylococcus sp. 841 e 873 e Salmonella typhi 905. Foi verificada atividade moderada frente às cepas E. coli NEWP0022 e NEWP0018, S. aureus NEWP 0023, P. aeruginosa NEWP0027com CIM= 500 µg·mL−1. Para Staphylococcus sp. 841 foi relatada boa atividade com CIM= 125 µg·mL−1 e moderada atividade frente Staphylococcus sp. 873 com CIM= 500 µg·mL−1. Quando avaliado frente à S. typhi o óleo essencial apresentou CIM >1000 µg·mL−1, sendo considerado inativo[69].
Swartzia apetala Raddi (Fabaceae)
Swartzia é um dos 650 gêneros da família da Fabaceae que possui mais de 18000 espécies de distribuição mundial. O gênero Swartzia compreende cerca de 130-140 espécies sendo que apenas nove foram quimicamente estudadas[73,74]. A espécie vegetal S. apetala Raddi é arbórea de distribuição tropical conhecida popularmente no Brasil como arruda rajada, além de coração de negro, fruto de aracuá ou fruto de urubu[75,76]. A espécie tem sua utilização focada principalmente na construção civil e obras hidráulicas em razão da durabilidade e impenetrabilidade da sua madeira[75].
A revisão da literatura, quanto às propriedades farmacológicas de S. apetala Raddi, resultou em dois estudos de 2009 e 2013, relacionados à investigação do potencial antifúngico da espécie.
O primeiro estudo descreve a obtenção por maceração do extrato hexânico, diclorometânico e metanólico do caule de S. apetala Raddi. O extrato hexânico foi particionado e os compostos 3-metoxi-5-estirilfenol, pinocembrina, maackiaína, campesterol, β-sitosterol e estigmasterol foram isolados por cromatografia em coluna. A avaliação da atividade antifúngica in vitro foi realizada pelo método da difusão em ágar frente a nove cepas do gênero Candida (C. albicans ATCC 36802, C. lusitaneae ATCC 34449, C. guillermondii ATCC 6260, C. glabrata ATCC 2001, C. inconspicua ATCC 16783, C. parapsilosis ATCC 22019, C. krusei ATCC 34135, C. tropicalis ATCC 13803 e Candida spp. 34147). Os resultados mostraram que os compostos 3-metoxi-5-estirilfenol (16; FIGURA 1), pinocembrina (17; FIGURA 1), maackiaína (18; FIGURA 1) apresentaram atividade inibitória frente todas as cepas testadas, com exceção de C. glabrata para a maackiaína. Da mesma maneira, o extrato hexânico bruto também apresentou atividade inibitória frente a quase todas as cepas testadas, exceto C. albicans, C. parapsilosis e Candida spp[77].
Em 2013, De Araújo e colaboradores[78] obtiveram a partir das folhas secas os extratos diclorometânico, metanólico e hidroalcoólico (MeOH:H2O 8:2). O extrato metanólico foi particionado, obtendo-se as frações acetato de etila e butanólica, que posteriormente foram purificadas em cromatografia em coluna resultando em quatro compostos denominados éster de ácido 3β-o-[α-L-ramnopiranosil-(1→4)-β-D-xilopiranosil] oleanólico-(28→1)-β-D-glicopiranosil (19; FIGURA 1), mauritianina (20; FIGURA 1), kaempferol (21; FIGURA 1) e β-D-glucopiranosil 3β-hidroxi-olean-12-en-28-oato (22; FIGURA 1). O extrato metanólico e os compostos isolados foram testados in vitro pelo ensaio de difusão em ágar frente a nove cepas: C. albicans ATCC 36802, C. inconspicua ATCC 16783, C. glabrata ATCC 2001, C. tropicalis ATCC 13803, C. krusei ATCC 34135, C. guilliermondii ATCC 6260, C. parapsilosis ATCC 22019, C. lusitaniae ATCC 34449 e Candida spp. ATCC 34147. O extrato metanólico mostrou-se mais ativo frente às cepas de C. parapsilosis (16 mm ± 0,1) e C. krusei (18,0 mm ± 0,4).Já entre os compostos, 19 e 20 demonstraram melhor atividade frente C. albicans, com halo de inibição de 21,0 e 20 mm ± 0,1, respectivamente. Cabe destacar que C. parapsilosis foi sensível ao extrato e a todos os compostos testados, contrariamente aos resultados obtidos para C. inconspícua, cepa resistente a todas as amostras teste avaliada.
Vellozia dasypus Seub. (Velloziaceae)
A família Velloziaceae engloba monocotiledôneas com cerca de 200 espécies tropicais localizadas na América do Sul e África, como exemplo o arbusto V. dasypus Seub[79].
Ayensu[80] descreveu que espécies dessa família demonstraram atividade anticâncer. Com relação ao gênero Vellozia a literatura descreve o uso na medicina popular brasileira como anti-inflamatório e antirreumático[81].
Com relação às propriedades farmacológicas da espécie vegetal V. dasypus Seub.foi encontrado um artigo publicado em 2021.
No referido estudo foi obtido o extrato acetato de etila das partes aéreas de V. dysapus Seub., que após purificação por cromatografia em coluna resultou em fração contendo a mistura dos flavonoides quercetina 3-O-metil éter (23; FIGURA 1) e 6-C-metil quercetina 3-O-metil metil éter (24; FIGURA 1). Tanto o extrato quanto a fração enriquecida com os flavonoides mencionados foram avaliados quanto ao seu efeito sobre mieloperoxidase (MPO), uma enzima envolvida não só na resposta imune inata, como também tem papel importante na progressão de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Para verificar o efeito das amostras citadas, foram realizados ensaios in vitro através da verificação da cloração de MPO demonstrada pela formação de taurina cloramina, além de avaliação in silico com análise de docking, dinâmica molecular e cálculo da afinidade energética de ligação por MM-GBSA. Os resultados dos estudos in vitro e in silico foram favoráveis e complementares. No ensaio in vitro a fração enriquecida dos flavonoides metoxilados apresentou IC50 40 µg/mL demostrando maior inibição da enzima MPO que o extrato acetato de etila (IC50 64 µg/mL). In silico foi verificada a interação dos flavonoides com o sítio ativo da enzima de forma semelhante ao hidroxamato aromático substituído por trifluorometil, um conhecido inibidor de MPO, co-cristalizado ao sítio de ligação (PDB ID: 4C1M). Os estudos de dinâmica molecular também mostraram que a interação das duas moléculas com o sítio de ligação da MPO possui um perfil energético similar ao do ligante cristalográfico[79].
Vitex cymosa Bertero ex Spreng. (Lamiaceae)
O gênero Vitex, pertencente à família Lamiaceae,é constituído por arbustos amplamente distribuídos em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o gênero é representado por cerca de 35 espécies, entre estas pode-se citar V. cymosa Bertero ex Spreng., conhecida popularmente como "tarumã-do-igapó" e "tarumã-do-alagado". V. cymosa Bertero ex Spreng. é encontrada especialmente na região Central e Amazônia brasileira, com utilização na medicina popular para tratar dores reumáticas[82,83].
Nas bases de dados foram encontrados seis artigos que descrevem pesquisas referentes à propriedade farmacológica de V. cymosa Bertero ex Spreng. no período entre 2010 a 2020.
O composto (±)-trans-4-hidroxi-6-propil-1-oxociclohexan-2-ona (25; FIGURA 1) foi isolado do extrato diclorometânico das cascas de V. cymosa Bertero ex Spreng. através de cromatografia em coluna e avaliado quanto ao seu potencial antinociceptivo em camundongos através dos testes como movimento da cauda, da formalina, de placa quente, de contorções abdominais induzidas por ácido acético e de campo aberto. Os resultados obtidos mostram atividade antinociceptiva após administração oral do composto com aumento dessa atividade em 150% após 1 h, sendo a área sob a curva (AUC) do mesmo na dose de 300 mmol/kg semelhante ao analgésico morfina. A (±)-d-Lactona também apresentou um efeito dose-dependente na inibição de contorções e no teste da placa quente e apresentou inibição tanto na fase neurogênica quanto na fase inflamatória no teste da formalina. Ademais, através dos resultados obtidos no método de movimento de cauda e no teste térmico foi confirmado que a substância estudada possui efeito antinociceptivo central, uma vez que o método de movimento de cauda é um reflexo predominantemente espinhal, e os estímulos dolorosos térmicos são conhecidos por serem seletivos para drogas analgésicas de ação central, e não periférica. Tal efeito também pode estar relacionado com a redução na produção e liberação de NO, já que a administração prévia de L-NAME ou L-arginina potencializou a ação do composto[84,85].
A partir das folhas secas e pulverizadas de V. cymosa Bertero ex Spreng. foi produzido o extrato etanólico, o qual foi fracionado utilizando os solventes: diclorometano, acetato de etilae n-butanol. A partir das frações obtidas foram isolados vinte e três compostos por cromatografia em coluna classificados como iridoides, triterpenos, flavonoides e fenóis simples. A ação antinociceptiva dos extratos e frações de V. cymosa Bertero ex Spreng. foi avaliada utilizando modelo de analgesia periférico, espinhal e supraespinhal in vivo, tais como contorções abdominais induzidas por ácido acético, teste de formalina, teste de movimento da cauda e teste de placa quente. O mecanismo de ação também foi investigado. Os dados obtidos mostraram que todas as frações de V. cymosa Bertero ex Spreng causaram uma redução significativa no número de contorções em todas as doses testadas (10, 30 e 100 mg/kg), com melhor resultado para a fração butanólica. No teste da formalina, as frações não apresentaram efeito na primeira fase, sendo que na segunda fase todas as frações tiveram efeito, com destaque para fração diclorometânica em todas as doses testadas (10, 30 e 100 mg/kg). No teste de movimento de cauda, todas as frações aumentaram o tempo de latência, em contrapartida nenhuma fração demonstrou atividade antinociceptiva no teste de placa quente. Na investigação do mecanismo de ação foi possível verificar que a ação antinociceptiva das frações é mediada pelo sistema opioide, uma vez que na administração prévia de naloxona (antagonista opioide não seletivo) o efeito antinociceptivo das frações foi reduzido[82].
Outra propriedade atribuída a V. cymosa Bertero ex Spreng. é a atividade antimicrobiana do extrato hidroalcóolico (10, 20 e 30%, m/v) de partes dos frutos (cascas, polpa e sementes). Foi utilizado o método da difusão em disco e método da microdiluição para determinar a CIM e concentração microbicida mínima (CMM) frente S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e C. albicans. Como resultados para o teste da difusão em disco, o extrato a 30% da polpa do fruto de V. cymosa Bertero ex Spreng. apresentou melhor resultado, com halo de inibição frente S. aureus de 5,0 mm ± 0,37. Já frente E. coli o maior halo foi obtido com o extrato da casca a 30% (1,17 mm ± 0,17), frente P. aeruginosa o extrato da casca e semente a 30% (2,17 mm ± 0,17), e frente C. albicans com o extrato de semente de 30% (1,67 mm ± 0,21). Para o método de microdiluição, os extratos de V. cymosa Bertero ex Spreng. a 30% exibiram CIM e CMM entre 150 μg/mL e 1000 μg/mL frente a todos os microrganismos, exceto C. albicans[86].
O extrato hidroalcóolico bruto proveniente dos frutos pulverizados de V. cymosa Bertero ex Spreng. foi avaliado quanto a sua eficiência em neutralizar danos induzidos por oxidação quando incubado por 24 h com fibroblastos dérmicos humanos da linhagem PCS-201-012. Os níveis intracelulares de Espécie Reativas de Oxigênio (EROs) foram determinados usando Ensaio com Fluorescência, enquanto os níveis de ATP celulares foram mensurados através do Ensaio ATP Cell Titer Glo®. A atividade da catalase e da superóxido dismutase foi determinada espectrofotometricamente. Como resultados, obteve-se que a incubação com o extrato permitiu a redução significativa dos níveis de EROs intracelulares, melhorou os níveis de ATP intracelular, protegeu lipídios e proteínas contra os danos oxidativos, além de melhorar significativamente a atividade das enzimas antioxidantes como catalase e superóxido dismutase, em comparação com o grupo controle sem pré-tratamento com o extrato[87].
Diversos parâmetros como ganho de peso corporal, ingestão de energia, acúmulo de gordura, perfil lipídico hepático, homeostase da glicose e regulação da permeabilidade intestinal pela expressão do gene de junção estreita na obesidade induzida por dieta foram avaliados em camundongos após a administração diária de 100 mg/kg do extrato aquoso das frutas de V. cymosa Bertero ex Spreng. por 8 semanas. Os métodos utilizados para geração de dados foram o teste de tolerância à insulina, teste oral de tolerância à glicose, ensaio de proteína BCA e RT-PCR. Os resultados mostraram que o extrato testado é um potencial agente terapêutico a proteção contra o ganho de peso corporal e prevenção da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), pois este aumentou o gasto energético e reduziu os níveis de triglicerídeos e colesterol no fígado, sem suprimir a absorção de nutrientes. Essa redução, possivelmente está associada à estimulação da β-oxidação via AMPK[88].
Metabólitos Secundários
A pesquisa nas bases de dados resultou em quarenta e nove estudos incluídos no período entre 1967 e fevereiro de 2024, contendo informações relevantes sobre os metabólitos secundários como a presença de Kielmeierona A isolada da espécie vegetal K. reticulata Saddi e os mataiosídeos A-F, isolados de M. guianensis Aubl. inéditos na literatura. Ainda, foi verificado que os flavonoides quercetina e rutina, quercitrina e kaempferol foram os mais prevalentes.
As informações coletadas estão organizadas nas TABELAS 1 a 12, contendo os principais metabólitos secundários identificados em cada estudo. Para os metabólitos secundários isolados e ativos nos estudos apresentados no item Propriedade Farmacológica, a estrutura química encontra-se disponibilizada na FIGURA 1.
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
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3β-Eicosanato, -estearato e -palmitato de 24-hidroxi-urs-12-enila, 3β-Eicosanato, -estearato e -palmitato de 24-hidroxi-olean-12-enila, 3 β-Eicosanato, -estearato e -palmitato de 24-hidroxi-olean-12-enila, ácido oleanólico, galato de metila, quercetina. | Folhas | Extrato Hexânico e Metanólico/Maceração | CC | CG-EM, IV, RMN, UV | Mendes et al.[46] |
Δ1–lupenona, lupeol, β-amirina, betulina, 3-hidroxi-2-metoxi-8,8,10-trimetil-8H-antracen-1,4,5-triona, 3,7-dihidroxi2-metoxi-8,8,10-trimetil-7,8-dihidro-6H-antracen-1,4,5-triona, (2S*,10aR*)-2,8-dihidroxi-6-methoxi-1,1,7-trimetil-2,3,10, 10a-tetrahidro-1H-fenantren-9-ona, (2S,3S)-30-hidroxi-40,5,7-trimetoxi-flavan-3-ol | Caule | Extrato Metanólico/*NI | CC, CCD preparativa | EM, RMN, UV | Aguiar et al.[45] |
metil 3,5-dicloro-6-(6-hIdroxi-4-metoxi-3-metoxicarbonil-2-methilfenoxi)-2-hidroxi-4-metilbenzoato | Caule | Extrato Metanólico/*NI | CC, CCDAP, CLAE | EM, RMN, UV | Rocha et al.[89] |
CC: Cromatografia em Coluna; CCD: Cromatografia em Camada Delgada; CCDAP: Cromatografia em Camada Delgada de Alta Performance; CG-EM: Cromatografia Gasosa acoplada a Espectro de massas; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; EM: Espectrometria de Massas; IV: Infravermelho; RMN: Ressonância Magnética Nuclear; UV: Ultravioleta. *NI: Não informado. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
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Ésteres palmítico, esteárico, oleico, linoleico, eleostearico, 4-oxoparinarico, araquídico, parinárico, licânico e ácidos α-eleostearico, α- parinárico, α-licânico e 4-oxo-octadeca-cis-9,trans-11,trans-13,cis-15-tetraenóico | Sementes | Óleo Essencial/Soxhlet | CG, CCD preparativa | IV, UV | Gunstone, Subbarao [90] |
Ácido ent-15-oxo-kaur-16-en-19-óico e éster metílico do ácido ent-11S-hidroxi-15-oxo kaur-16-en-19-óico | Raízes | Extrato Metanólico/ Maceração | CC Flash, CLAE | EM, IV, RMN | Gustafson et al.[15] |
Ácido pomólico | Folhas | Extrato Metanólico, Fração Diclorometano/*NI | CC | EM-CG, RMN | Fernandes et al.[17] |
Miricitrina, miricetina 3-O-glicuronídeo, rutina e quercitrina | Folhas | Extrato Hidroalcoólico/ Maceração | CLAE | CLAE-DAD, CLAE-EM, CL-EM-DAD | Barbosa et al.[91] |
Hentriacontano, Nanocosane,Triacontane, Stigmast-4-en-3-ona, Dotriacontano, Stigmasta-5,23-dien-3-ol, Stigmast-5-en-3-ol, lupenona, lupenol, Tritriacontano. | Folhas | Óleo Essencial/Fluído supercrítico, Hidrodestilação, Soxhlet | CG | CG-DIC, CG-EM | Vargas et al.[92] |
Miricetina, quercetina | Folhas | Extrato Aquoso/ Infusão Extrato Metanólico/ Agitação em banho maria | CLAE | CLAE-DAD | Port´s et al.[21] |
Miricitrina, miricetina 3-O-glicuronídeo, rutina e quercitrina | Folhas | Extrato Aquoso/ Infusão | *AEP | *AEP | White et al.[26] |
Derivado de ácido elágico, pentosídeo de miricetina, derivado de quercetina, petunidina 3-glicosídeo + delfinidina 3-(6′′-acetoil) galactosídeo, trans-luteína, 9′-cis- neoxantina, trans-β-caroteno (79,2 ± 12,4), 9-cis-violaxantina e trans-violaxantina | Frutos | Liofilização | CLAE | CLAE-DAD-EM | Venâncio et al.[32] |
Rutina e miricetina | Folhas | Extrato Hidroalcóolico/ Maceração | CLAE | CLAE, UV | Silva et al.[25] |
Miricetina 3-O-glicuronídeo, miricetina 3-O-pentosídeo, quercetin-pentosilhexosideo, miricetina-ramnosilpentosideo, miricetina-ramnosilpentosideo sulfato, quercetina-3-O-ramnosideo, quercetin-ramnosilpentosideo, quercetina-raamnosilpentosideo e derivados triterpenos. | Folhas | Extrato Aquoso/Infusão | CLUE | CLUE-DAD-IES-Q-TOF-EM | Ribeiro et al.[93] |
Delfinidina 3-galactosídeo, petunidina 3-galactosídeo, delfinidina 3-(6′′-acetoil)galactosídeo, petunidina 3-(6′′-acetoil)galactosídeo, delfinidina 3-(6′′-acetoil)glicosídeo, delfinidina 3-( 6′′-succinil)ramnosídeo, petunidina 3-(6′′-acetoil)glicosídeo, petunidina 3-(6′′-succinil)ramnosídeo, peonidina 3-(6′′-succinil)ramnosídeo | Frutos | Extrato Metanólico com 10% de ácido fórmico | CLAE | EM-IES | Brito et al.,[94] |
CCD: Cromatografia em Camada Delgada; CG: Cromatografia Gasosa; CG-DIC: Cromatografia Gasosa com Detector de Ionização de Chama; CG-EM: Cromatografia Gasosa acoplada com Espectrometria de Massas; CL-EM-DAD: Cromatografia Líquida-Espectrometria de Massas-Detector de Diodos; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; CLAE-DAD: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência-Detector de Arranjo de Diodos; CLUE: Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência; CLUE-DAD-IES-Q-TOF-EM: Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência- Detector de Diodos-Ionização por Eletrospray-Quadrupolo tempo de voo- Espectrometria de Massas. EM: Espectrometria de Massas; EM-IES: Espectrometria de Massas com Ionização por Eletrospray; IV: Infravermelho; RMN: Ressonância Magnética Nuclear; UV: Ultravioleta. *AEP: Avaliado em Estudos Prévios. *NI: Não informado. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
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Velamona, Velamolona e Velamolona acetato | Cascas das raízes | Extrato Diclorometânico/Maceração | CC | IV, RMN, UV | El Babili et al.[95] |
3-O-β-D-apiofuranosil-(1→2)-galactopiranosil quercetina, hiperina, guaijaverina, quercitrina | Partes aéreas | Extrato Metanólico/Maceração | CLMP | CLAE-UV, EM-IES, RMN | Dos Santos et al.[96] |
Espatulenol, borneol, óxido de cariofileno e isopatulenol | Cascas das raízes | Extrato Diclorometânico/ Hidrodestilação | CG | CG-EM | El Babili et al.[39] |
α-Pineno, Camfeno, Sabinense, β-Pineno, 1-Octeu-3-ol, Mirceno, α-Felandreno, α-Terpineno, ρ-Cineno, Limoneno, ϒ-Terpineno, cis-Sabineno, Terpinoleno, Linalol, ρ-Ment-2-eu-1-ol, L-Canfora, (−)-Borneol, Terpine-4-ol, α-Terpineol, Bornil-acetato, 2-Undecanona, α-Elemeno, α-Copaeno, β-Elemeno, α-Gurjuneno, β-Cariofileno, Bergamoteno (α-trans), α-Guaieno, Aromadendreno, α-Humuleno, Germacreno-D, α-Curcumeno, Biciclogermacreno, Germacreno-A, α-Amorfeno, ϒ-Cadineno, Elemol, (+)-Espatulenol, Globulol, Viridiflorol, Guaiol, Torreiol, Cedrol, Eudesmol, Murola-4,10(14)-dien-1—ol, epi-α-Cadinol, α-Cadinol, Bulnesol | Folhas e ramos | Óleo Essencial/Hidrodestilação | CG | CG-EM | De Almeida et al.[6] |
Ácido gálico, Epicatequina, Ácido clorogênico, Ácido caféico, Catequina, Quercetina, Quercitrina, Isoquercitrina, Rutina, Kaempferol. | Raízes | Extrato Hidroalcoólico/ Maceração | CLAE | CLAE-DAD | Júnior et al.[97] |
Ácido gálico, Ácido clorogênico, Ácido caféico, Quercetina, Rutina, Kaempferol. | Folhas | Extrato Hidroalcoólico/ Maceração | CLAE | CLAE-DAD | Júnior et al.[98] |
3-(Z)-Hexenol, Mirceno, Limoneno, 1,8-Cineol, ϒ-Terpineno, (Z)-Cariofileno, α-Humuleno, ϒ-Elemeno, Germacreno B, epi-α–Muurolol | Folhas | Óleo Essencial/Hidrodestilação | CG | CG-EM | Monteiro et al.[41] |
α-Pineno, Sabineno, Mirceno, p-cimeno, Eucaliptol, ϒ-Terpineno, Linalool, Bornil acetato, α-Terpinil acetato, α-Copaeno, β-Cariofilleno, α-Humuleno, Germacreno D, Biciclogermacreno, δ-Cadineno, Spathulenol, óxido de cariofileno, Viridiflorol, α-Cadinol | Folhas | Óleo Essencial/Destilação por arraste de vapor | CG | CG-EM | Oliveira-Tintino et al.[8] |
Ácido gálico, Ácido clorogênico, Ácido caféico, Catequina, Quercetina, Quercitrina, Rutina, Kaempferol. | Folhas | Extrato Hidroalcoólico/Maceração | CLAE | CLAE-DAD | Gomes et al.[42] |
CC: Cromatografia em Coluna; CG: Cromatografia Gasosa; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; CLAE-DAD: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência-Detector de Arranjo de Diodos; CLAE-EM: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência-Espectrometria de Massas; CLAE-UV: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência- Ultravioleta; CLMP: Cromatografia Líquida de Média Pressão; EM-IES: Espectrometria de Massas com Ionização por Eletrospray; IV: Infravermelho; RMN: Ressonância Magnética Nuclear; UV: Ultravioleta. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
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Ácido quinóvico 3β-O-β-D-glucopiranosil-(27→1)-β-D- glucopiranosil ester, ácido quinóvico 3β-O-β-D-glucopiranosil- (28→1)-β-D-glucopiranosil ester e ácido quinóvico 3β-O-β-D-glucopiranosídeo | Raízes | Extrato Metanólico/*NI | CC, CLAE, DCCC | EM, RMN | Aquino et al.[99] |
Ácido logânico, loganina, secoxiloganina, morronosídeo e swerosideo | Raízes | Extrato Metanólico/*NI | CC, CCD, CLAE, DCCC | EM, RMN | Aquino et al.[100] |
Ácido quinóvico(28→1)-β-D-glucopiranosil ester, ácido quinóvico(28→1)-β-D-fucopiranosil ester, ácido quinóvico 3β-O-[β-D-glucopiranosil- (1→3)-α-L-ramnopiranosil- 28→1)-β-D-glucopiranosil ester, ácido quinóvico 3β-O-[β-D-glucopiranosil- (1→3)-α-L-ramnopiranosídeo, ácido quinóvico 3β-O-[β-D-fucopiranosil- β-D-glucopiranosídeo | Raízes | Extrato Metanólico/ Maceração | CC, CCD, CLAE, DCCC | EM, RMN | Aquino et al.[101] |
CC: Cromatografia em Coluna; CCD: Cromatografia em Camada Delgada; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; DCCC: Cromatografia Contracorrente; EM: Espectrometria de Massas; RMN: Ressonância Magnética Nuclear. NI: Não informado. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
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Friedelina, Borneol, éter terc-butildimetilsilílico, 4βH,5α-Eremofil-1(10)-eno, 11-(trimetilsiloxi), β-Citronelol, éter trimetilsilílico, ácido hexadecanóico, éster trimetilsilílico, diidroactinolida, ß-amirona, betulina, citronelol, eremophilleno, quercetina, quercetina-3-α-O-arabinopiranosídeo, bergenina | Folhas e cascas do caule | Extrato Etanólico/Maceração | CG, CC, CCD, CLAE | CG-EM, CLAE-DAD, RMN | Couto et al. [59] |
Galocatequina, kaempferol, 3-neohesperidosídeo, soforicosídeo, quercetina 3-arabinosídeo, quercetina-O-ramnosídeo, kaempferol-dirhamnosídeo, vitexina-dirhamnosídeo, bergenina, galloilbergenina e hidroxibenzoil bergenina | Folhas e cascas do caule | Extrato Hexânico, Acetato de Etila e Metanólico/ Percolação | CLAE | CLAE-IES-EM | Dias et al.[55] |
CC: Cromatografia em Coluna; CCD: Cromatografia em Camada Delgada; CG: Cromatografia Gasosa; CG-EM: Cromatografia Gasosa- Espectrometria de Massas; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; CLAE-DAD: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência- Detector de Arranjo de Diodos; CLAE-IES-EM: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência-Ionização por Eletrospray- Espectrometria de Massas; EM: Espectrometria de Massas; RMN: Ressonância Magnética Nuclear. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
---|---|---|---|---|---|
7-hidroxi-8-(4-cinamoil-3-metil-1-oxobutil)-4-fenil-2',2'-dimetil 2H,6H-benzo[1,2-b:3,4-b'] -dipiran-2-ona, 7-hidroxi-8-(4-hidroxi-3-metil-1-oxobutil)-4-fenil-2′,2′-dimetil-2H,6H-benzo [1,2-b :3,4-b′]-dipiran-2-ona, 5-hidroxi-6-(4-cinamoil-3-metil-1-oxobutil)-4-fenil-2′,2′-dimetil-2H,6H -benzo [1,2-b:3,4-b′]-dipiran-2-ona, 5,7-dihidroxi-6-(4-cinamoil-3-metil-1-oxobutil)-8-(3- metil-2-butenil)-4-fenil-2H-1-benzopiran-2-ona e 5,7-di-hidroxi-6-(4-hidroxi-3-metil-1-oxobutil)-8-(3-metil -2-butenil)-4-fenil-2H-1-benzopiran-2-ona. | Cascas do caule | Extrato Hexânico/*NI | CC | EM-IES, RMN, UV | Cruz et al.[62] |
5,7-diidroxi-6-(2'-hidroxi-3'-metil-3'-butenil)- 8-(4"-cinamoil-3"-metil-1"-oxobutil)-4-fenilcumarina, 7- hidroxi-8-(4"-cinamoil-3"-metil-1"-oxobutil)-2'-(2-hidroxiisopropil)diidrofurano (5',4':5,6)-4-fenilcumarina e 5,7- diidroxi-8-(4"- cinamoil-3"-metil-1"-oxobutil)-4-fenilcumarina. | Caule | Extrato Hexânico e Extrato Metanólico/*NI | CC | EM-IES, RMN | Cruz et al.[102] |
Kielmeieronas A-D | Raízes | Extrato Hexânico e Extrato Acetato de Etila/*NI | CC, CLAE | EM-IES, RMN, UV | Boness et al.[64] |
CC: Cromatografia em Coluna; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; EM-IES: Espectrometria de Massas com Ionização por Eletrospray; RMN: Ressonância Magnética Nuclear; UV: Ultravioleta; NI: Não informado. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
---|---|---|---|---|---|
Mataiosídeos A – D | Cascas das raízes | Extrato Hexânico/ Maceração | CC, CLMP | EM-IES, IV, RMN | De Mesquita et al.[71] |
Mataiosídeo E, mataiosídeo F, cupaniosídeo e estigmasterol | Cascas das raízes | Extrato Etanólico/ Maceração | CLMP | EM-IES, IV, RMN | De Assis et al.[7] |
Biciclogermacreno, germacreno D, β-cariofileno, germacreno B, δ-elemeno, β-elemeno, α-cubebeno, α-ylangeno, isoledeno, α-Copaeno, β-bourboneno, α-gurjuneno, aromadendreno, α-humuleno, α-patchouleno, α-amorfeno, β-selineno, α-muuroleno, δ-cadineno, espatulenol, viridiflorol e 5-epi-7-epi-α-eudesmol | Folhas | Óleo Essencial/ Hidrodestilação | CG | CG-EM | De Jesus et al.[69] |
CC: Cromatografia em Coluna; CG: Cromatografia Gasosa; CG-EM: Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas; CLMP: Cromatografia Líquida de Média Pressão; EM-IES: Espectrometria de Massas com ionização por Eletrospray; IV: Infravermelho; RMN: Ressonância Magnética Nuclear. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
---|---|---|---|---|---|
3-metoxi-5-estirilfenol, pinocembrina, maackiaína, campesterol, β-sitosterol e estigmasterol | Caule | Extrato Hexânico/ Maceração | CC, CCD preparativa | CG-EM, RMN | De Araújo et al.[77] |
Éster de ácido 3β-O-[α-L-ramnopiranosil-(1→4)-β-D-xilopiranosil]oleanólico-(28→ 1)-β-D-glicopiranosil, mauritianina, kaempferol e β-D-glucopiranosil 3β-hidroxi-olean-12-en-28-oato | Folhas | Extrato Metanólico/ Maceração | CC | CLAE, EM-IES, IV, RMN | De Araújo et al.[78] |
CC: Cromatografia em Coluna; CCD: Cromatografia em Camada Delgada; CG-EM: Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; EM-IES: Espectrometria de Massas com ionização por Eletrospray; IV: Infravermelho; RMN: Ressonância Magnética Nuclear. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
---|---|---|---|---|---|
Pirogalol, vanilina e ácido p-cumárico | Frutos | Extrato Metanólico/ Extração Assistida por Ultrassom | CLAE | CLAE-DAD | Lopes et al.[103] |
Ácido acético, 2,3-butanodiol, furfural, metoxi-fenil-oxima, 2-pentil-furano, p-cresol, o-guaiacol, álcool feniletílico, octanoato de metila, 4-etil-fenol, ácido octanóico, salicilato de metila, metila-chavicol, octanoato de etila, p-anisaldeído, álcool p-anísico, decanoato de metila, vanilina, acetato de anisila, anisato de etila, dodecanoato de metila, ácido láurico, dodecanoato de etila, tetradecanoato de etila, benzoato de benzila, nonadecano, palmitato de metila, eicosano | Frutos | Extrato Hidroalcóolico/Maceração | SPME, CG | CG-EM | Silva et al.[104] |
CG: Cromatografia Gasosa; CG-EM: Cromatografia Gasosa-Espectrometria de Massas; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; CLAE-DAD: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência-Detector de Arranjo de Diodos; SPME: Microextração de fase sólida. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
---|---|---|---|---|---|
Quercetina 3-O-metil éter e 6-C-metil quercetina 3-O-meti éter | Partes aéreas | Extrato de Acetato de Etila/ Maceração | CC | CLAE-DAD, EM-IES | Almeida et al.[79] |
CC: Cromatografia em Coluna; CLAE-DAD: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência-Detector de Arranjo de Diodos; EM-IES: Espectrometria de Massas com ionização por Eletrospray. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
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20-hidroxiecdisona e 26-hidroxipinnatasterona | Cascas do Caule | Extrato Etanólico/ Percolação | CC | EM, RMN | Dos Santos et al.[105] |
Tarumal, agnusida e viteóide II | Folhas | Extrato Etanólico/*NI | CC | CLAE, EM, RMN | Dos Santos et al. [106] |
Ácido 3,5-dicafeoilquínico | Frutos | Extrato Etanólico/*NI | CC | RMN | Leitão et al.[107] |
(±)-trans-4-hidroxi-6-propil-1-oxociclohexan-2-ona | Cascas do Caule | Extrato Etanólico/*NI | CC | RMN | De Maris e Miranda et al.[84] |
Tarumal, agnusida, kampferol, 1, 3-O-metil-luteolina, luteolina, paquipodol, apigenina, ácidos 2α,3α hidroxi-oleanólico, 2α,3β-hidroxi-oleanólico, 2α,3α-hidroxi-ursólico, 2α,3β hidroxi-ursólico, 2β,3β,19α-hidroxi-ursólico, e éster de ácido 28-O-glucosil 2α,3α,19α-hidroxi-ursólico | Folhas | Extrato Etanólico/*NI | CC, CCD preparativa | EM, RMN | Leitão et al.[82] |
CC: Cromatografia em Coluna; CCD: Cromatografia em Camada Delgada; CLAE: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência; EM: Espectrometria de Massas; RMN: Ressonância Magnética Nuclear. *NI: Não informado. |
Metabólitos Secundários | Farmacógeno | Extrato/Método | Método de Separação | Método de Detecção | Referências |
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Retusina, 5-hidroxi-3,7,4′-trimetoxiflavona, ácido betulonico e ácido betulínico | Caule | Extrato Hexânico/ Maceração | CC, CCD | RMN | Caridade et al. [108] |
CC: Cromatografia em Coluna; CCD: Cromatografia em Camada Delgada; RMN: Ressonância Magnética Nuclear. |
Perfil toxicológico
Foram encontrados dezoito estudos relacionados à avaliação da toxicidade para sete das doze espécies vegetais, que utilizaram modelos in vivo e in vitro. Relato de potencial tóxico foi encontrado majoritariamente para C. icaco L. e C. campestris A. St.-Hil. em quatro e três pesquisas, respectivamente. A segurança no uso das espécies vegetais catalogadas no Parque ainda é questionável, uma vez que, por exemplo, B. microphylla A.Juss., S. apetala Raddie V. bahiana Hoehne não tiveram seu efeito tóxico investigado. Além disso, as espécies vegetais avaliadas na fase pré-clínica, carecem de pesquisas em um contexto clínico.
Na sequência serão apresentados os dezoito estudos mencionados, sendo que para C. icaco L. será enfatizado aqueles que apresentaram efeito tóxico nos modelos avaliados.
Chrysobalanus icaco L. (Chrysobalanaceae)
Para C. icaco L. foram encontrados seis artigos com a abordagem referente à toxicidade. Venâncio e colaboradores[32] mostraram que as antocianinas extraídas de C. icaco L. não exerceram citotoxicidade nas linhagens de células humanas (fibroblasto de cólon humano não canceroso CCD-18Co) avaliadas, e Rodrigues e colaboradores[109] mostraram que o extrato aquoso das folhas não apresenta toxicidade reprodutiva. No entanto, os estudos da sequência mostram C. icaco L. com potencial tóxico nos modelos avaliados.
A análise in vitro do extrato aquoso das folhas de C. icaco L. em concentrações crescentes (0,7, 1,75, 3,5 e 7 mg/mL) foi realizada para investigar a genotoxicidade por análise de densitometria, frente a cepas de E. coli AB1157, PQ35, PQ37 e plasmídeo pUC 9.1 (cepa DH5αF'Iq). Os resultados mostraram que o extrato foi capaz de induzir quebras de fita simples do DNA bacteriano, embora sem padrão dose-resposta. Também houve um aumento significativo no número de lesões do DNA plasmidial quando tratado com C. icaco L., nas formas de círculo aberto e superenrolado[110].
Presta e colaboradores[111] também avaliaram o efeito genotóxico do extrato aquoso das folhas de C. icaco L., incubando o plasmídeo pBSK de E. coli DH5aF'Iq com três diferentes concentrações (0,5, 5 e 50 mg/mL) do extrato. Foi observado que na maior concentração ocorreu dano ao DNA da bactéria, além de alteração do perfil eletroforético, sugerindo também dessa forma, um efeito genotóxico dose dependente.
O extrato aquoso das folhas de C. icaco L.também foi avaliado em modelo in vivo utilizando camundongos, e aspectos como letalidade e alterações no comportamento dos animais foram observados. Os animais receberam doses de 5000 mg/kg e foram observados diariamente por 14 dias. Os estudos não mostraram sinais de letalidade na dose avaliada e a triagem comportamental mostrou algumas alterações, como sedação, analgesia, ptose palpebral, perda do reflexo auditivo e diminuição da defecação[9].
Ribeiro e colaboradores[93] avaliaram a toxicidade aguda do extrato aquoso das folhas da espécie C. icaco L. através da utilização de modelo animal. Para a toxicidade aguda, uma dose única de 2000 mg/kg foi administrada em camundongos por gavagem, enquanto o grupo controle recebeu apenas água. Esses animais foram observados individualmente em campo aberto aos 5, 10, 15, 30, 60, 120 e 240 min e uma vez ao dia, por um período de 14 dias, registrando-se os sinais de toxicidade ou mortalidade. Para avaliação da toxicidade por doses repetidas, os animais receberam doses de 100, 200 e 400 mg/kg ou água (grupo controle) por 28 dias consecutivos. Como resultados, verificou-se que a administração de uma dose única oral de 2000 mg/kg do extrato aquoso de C. icaco L. não levou a nenhuma mortalidade ou manifestação de sinais clínicos anormais. Nos estudos que envolveram a administração de doses repetidas, houve uma diminuição do peso corporal dos camundongos tratados, bem como um aumento das enzimas hepáticas, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST). Além disso, as análises histopatológicas revelaram alterações no fígado dos animais que receberam o extrato aquoso de C. icaco L., porém, tais efeitos não demonstraram relação dose-resposta evidentes.
Croton campestris A.St.-Hil.(Euphorbiaceae)
Para C. campestris A.St.-Hil.foram encontrados quatro artigos com pesquisas realizadas em diferentes modelos in vitro e in vivo, sendo que em três estudos foi evidenciado efeito tóxico, resumidamente compilado na sequência.
O óleo essencial das folhas de C. campestris A.St.-Hil.foi avaliado em linhagem de célula humana não tumoral HaCat, queratinócito. Os resultados mostraram que as células foram afetadas na maior concentração testada, 250 µg/mL. Após 48 h de tratamento, foi verificado que o valor da concentração do óleo essencial capaz de inibir o crescimento de 50% das células foi igual a 29,9 µg/mL[41].
O extrato hidroalcóolico das raízes de C. campestris A.St.-Hil. foi administrado via oral e intraperitoneal em camundongos, para avaliação da toxicidade aguda. Os animais que receberam dose única do extrato (concentração entre 17,5–5000 mg/kg) por via oral, após 14 dias de monitoramento, não demonstraram nenhuma evidência de toxicidade aguda, morbidade, morte, alteração do peso, em comparação com o grupo controle, que receberam apenas solução salina, com DL50= 2000 mg/kg. No entanto, os animais que receberam o extrato por via intraperitoneal na dose de 2000 mg/kg apresentaram letargia, diarreia, tremores e morte após 24 h de tratamento[97].
A toxicidade do extrato hidroalcóolico das folhas de C. campestris A.St.-Hil. também foi investigada em outro modelo in vivo, utilizando moscas adultas, com os dados analisados através de uma curva dose-resposta. Os resultados mostraram efeito tóxico do extrato, com indução de estresse oxidativo causando mortalidade e alteração no comportamento das moscas com DL50= 26,51 mg/mL. A formação de espécies reativas de oxigênio foi observada na concentração de 1 mg/mL, com indução de marcadores do estresse celular[98]. Já Oliveira-Tintino e colaboradores[8] mostraram que a administração oral do óleo essencial das folhas de C. campestris A.St.-Hil. não causou efeitos tóxicos centrais em camundongos, além de nenhuma morte observada (DL50 > 5000 mg/kg/ 14 dias de tratamento). O β-cariofileno, um dos metabólitos majoritários do óleo, também foi avaliado e não causou efeito tóxico a nível central.
Guettarda platypoda DC. (Rubiaceae)
Na revisão nas bases de dados por estudos relacionados à toxicidade da espécie vegetal G. platypoda DC. foi encontrada apenas a pesquisa de Pina e colaboradores[48]. Essa descreve que o extrato metanólico bruto das cascas das raízes de G. platypoda DC. obtido por infusão seguido de maceração, provocou diversas alterações comportamentais em camundongos como agitação, aumento da resposta ao toque, taquicardia e tremores, juntamente com sonolência, piloereção e tremor na cauda. No entanto, nenhuma morte foi observada durante 14 dias mesmo em altas doses do extrato (2000 e 3000 mg/kg), além de que os animais não apresentaram nenhuma mudança na ingestão de água e alimentos e seus órgãos mantiveram aspectos normais.
Humiria balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil. (Humiriaceae)
O perfil citotóxico do extrato etanólico das cascas e folhas, extrato aquoso das folhas e as frações (hexânica, diclorometânica, acetato de etila e butanólica) da espécie vegetal H. balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil. foi avaliadosob a linhagem celular de macrófagos de murinos RAW 264.7. O ensaio utilizado para extratos e frações foi o de liberação de lactato desidrogenase (LDH). Os compostos friedelina, quercetina e quercetina-3-O-α-arabinopiranosideo, isolados das frações hexânicas e acetato de etila, foram avaliados pelo método MTT e os resultados demonstraram uma baixa citotoxicidade para a fração diclorometânica do extrato etanólico das folhas e para os compostos friedelina e quercetina-3-O-α-arabinopiranosideo. Para os extratos, demais frações e a quercetina não foi observada citotoxicidade significativa nas concentrações testadas (até 100 µg/mL)[59].
Kielmeyera reticulata Saddi (Calophyllaceae)
O composto Kielmeierona A purificado a partir do extrato hexânico das raízes de K. reticulata Saddi foi avaliado quanto à sua citotoxicidade em macrófagos J774 de murinos. O ensaio de viabilidade celular mostrou que o composto não induziu efeitos citotóxicos nos macrófagos em concentrações testadas até 1,56 μM[64].
Matayba guianensis Aubl. (Sapindaceae)
A pesquisa nas bases de dados por toxicidade relacionada à M. guianensis Aubl. resultou em três estudos in vitro.
O primeiro avaliou os compostos éteres diglicosídeos, denominados mataiosídeos A – D, extraídos e isolados do extrato hexânico das cascas das raízes de M. guianensis Aubl.em ensaio de hemólise. Como resultado, não foi observada a contribuição desses compostos na hemólise das células sanguíneas humanas[71]. Posteriormente, outros diglicosídeos como mataiosídeo E, mataiosídeo F e cupaniosídeo extraídos do extrato etanólico da casca da raiz de M. guianensis Aubl. foram investigados quanto à sua citotoxicidade em células mononucleares do sangue periférico humano em ensaio MTT, com a doxorrubicina como controle positivo. Os compostos denominados mataiosídeos E e F não apresentaram citotoxicidade para as células mononucleares, porém o cupaniosídeo foi citotóxico com IC50 25,45 µM após 72 h de incubação[7].
O extrato hexânico das cascas das raízes de M. guianensis Aubl. foi avaliado quanto à sua citoxicidade em mamíferos através da cultura de células pulmonares embrionárias diplóides humanas MRC-5 e, também, de células derivadas de mioblastos de rato L-6 em microplacas de 96 poços. Os valores de IC50 foram determinados através do ensaio colorimétrico MTT. O extrato hexânico inibiu o crescimento de células L-6 e MRC-5 de forma incipiente (61,1 e >100 µg/mL; IS= 10 e 16,4), apresentando, portanto, uma baixa ação citotóxica para essas células[68].
Vitex cymosa Bertero ex Spreng. (Lamiaceae)
Para V. cymosa Bertero ex Spreng. foram encontrados dois estudos in vivo referentes à investigação do potencial tóxico da espécie.
As frações diclorometânica, acetato de etila e butanólica do extrato etanólico das folhas secas de V. cymosa Bertero ex Spreng. tiveram a toxicidade aguda determinada através da administração oral em camundongos em dose única (500 mg/kg). Durante cinco dias os animais tiveram os parâmetros comportamentais como convulsão, hiperatividade, sedação, aliciamento, perda do reflexo de endireitamento, aumento ou diminuição respiração e ingestão de alimentos e água observados. Os resultados mostraram que os animais não apresentaram alterações comportamentais nem lesões ou sangramento no estômago após a dissecação[82].
O extrato de etanólico dos frutos liofilizados de V. cymosa Bertero ex Spreng. foi avaliado na dose de 100 mg/kg em camundongos, que foram observados rotineiramente durante 8 semanas para registro em caso de ganho de peso, alterações no comportamento, doenças de pele e diarreia. Além disso, órgãos como fígado, coração, pâncreas, intestinos, músculos (gastrocnêmio, sóleo), tecidos adiposos (marrom interescapular, epididimal, retroperitoneal, intraperitoneal) foram coletados e analisados. Os resultados mostraram que não houve nenhuma alteração nos animais tratados com o extrato[88].
Predição in silico
Propriedades físico-químicas
O estudo de Drug-likeness com a análise das propriedades físico-químicas (TABELA 13) dos compostos bioativos isolados das espécies vegetais (FIGURA 1) foi realizada através do servidor online SwissADME, que possibilita o cálculo de descritores físico-químicos, parâmetros ADME (absorção, distribuição, metabolismo e excreção) na farmacocinética, contribuindo dessa forma no processo de desenvolvimento de novos fármacos[10].
A análise in silico realizada considerou a regra dos cinco ou de Lipinski[12], em que a avaliação de quatro propriedades físico-químicas são descritas como necessárias para o desenvolvimento de um candidato a fármaco apresentar boa solubilidade em água e permeabilidade intestinal, que resulta em adequada biodisponibilidade oral. Para tanto, o composto deve apresentar LogP <5; Peso molecular ≤500 daltons, e o número de doadores de hidrogênio ≤5 e de aceptores de hidrogênio ≤10.
Ao mesmo tempo, foi avaliada a regra de Veber[13] que considera a influência da flexibilidade da molécula e a distribuição de grupamentos polares na biodisponibilidade oral. Segundo essa análise, o tamanho da área de superfície polar (TPSA) devem ser ≤140 Å2 e o número de ligações rotacionáveis ≤10 para uma melhor permeabilidade do fármaco.
Como resultado, dentre os vinte e cinco metabólitos secundários analisados,dez (1, 3, 4, 16, 17, 18, 21, 23, 24 e 25) não violaram nenhum parâmetro da regra de Lipinski e quatorze (1, 2, 3, 4, 8, 9, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24 e 25) não violaram nenhum parâmetro da regra de Veber, o que torna os compostos 1, 3, 4, 16, 17, 18, 21, 23, 24 e 25 em especial, fortes candidatos a serem administrados por via oral.
Espécie Vegetal/Metabólitos Secundários | Atividade Farmacológica | PM (G/Mol) (≤500) | Log P (<5) | HBA (≤10) | HBD (≤5) | TPSA (Ų) (≤140) | Ligações Rotacionáveis (≤10) | Violações da Regra de Lipinski |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
C. icaco L. | ||||||||
(1) | Anti-HIV[15] | 316,43 | 3,76 | 3 | 1 | 54,37 | 1 | 0 |
(2) | Antitumoral[19] | 472,70 | 5,15* | 4 | 3 | 77,76 | 1 | 1 |
C. campestris A.St.-Hil. | ||||||||
(3) | Anti-inflamatória e Anti-edematogênica[8] | 204,35 | 4,24 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
(4) | Neuroptrotetora[42] | 170,12 | 0,21 | 5 | 4 | 97,99 | 1 | 0 |
G. platypoda DC. | ||||||||
(5) | Antiviral[52] | 634,80* | 2,96 | 10 | 6* | 173,98* | 5 | 2 |
(6) | Antiviral[52] | 796,94* | 1,16 | 15* | 6* | 253,13* | 8 | 3 |
(7) | Antiviral[52] | 796,94* | 1,18 | 15* | 9* | 253,13* | 8 | 3 |
H. balsamifera (Aubl.) A.St.-Hil. | ||||||||
(8) | Anti-inflamatória[59] | 318,36 | 1,29 | 7 | 6 | 130,61 | 1 | 1 |
K. reticulate Saddi | ||||||||
(9) | Antinociceptiva e Anti-inflamatória[64] | 454,60 | 5,55* | 5 | 1 | 84,58 | 9 | 1 |
M. guianensis Aubl. | ||||||||
(10) | Antimalárica[68,71] | 915,24* | 9,67* | 14* | 2 | 142,12* | 41* | 3 |
(11) | Antimalárica[68,71] | 944,86* | 3,67 | 14* | 1 | 171,58* | 28* | 2 |
(12) | Antimalárica[68,71] | 944,86* | 3,67 | 14* | 1 | 171,58* | 28* | 2 |
(13) | Antimalárica[68,71,72] | 718,87* | 4,68 | 14* | 2 | 182,58* | 27* | 2 |
(14) | Antifúngica[7] | 1002,71* | 2,39 | 10 | 4 | 136,30 | 21* | 1 |
(15) | Antifúngica[7] | 1002,71* | 2,39 | 10 | 4 | 136,30 | 21* | 1 |
S. apetala Raddi | ||||||||
(16) | Antifúngica[77] | 226,27 | 3,30 | 2 | 1 | 29,46 | 3 | 0 |
(17) | Antifúngica[77] | 256,25 | 2,26 | 4 | 2 | 66,76 | 1 | 0 |
(18) | Antifúngica[77] | 284,26 | 2,42 | 5 | 1 | 57,15 | 0 | 0 |
(19) | Antifúngica[77] | 897,10* | 2,19 | 16* | 9* | 254,52* | 8 | 3 |
(20) | Antifúngica[78] | 740,66* | 3,13 | 19* | 11* | 308,12* | 8 | 3 |
(21) | Antifúngica[78] | 286,24 | 1,58 | 6 | 4 | 111,13 | 1 | 0 |
(22) | Antifúngica[78] | 618,84* | 4,32 | 8 | 5 | 136,68 | 4 | 1 |
V. dasypus Seub. | ||||||||
(23) | Anti-mieloperoxidase[79] | 316,26 | 1,75 | 7 | 4 | 120,36 | 2 | 0 |
(24) | Anti-mieloperoxidase[79] | 330,29 | 2,07 | 7 | 4 | 120,36 | 2 | 0 |
V. cymosa Bertero ex. Spreng | ||||||||
(25) | Antinociceptiva[84] | 158,19 | 1,07 | 3 | 1 | 46,53 | 2 | 0 |
*Indica violação da regra de Lipinski ou Veber HBA: H-bound acceptor HBD: H-bound donor PM: Peso Molecular TPSA (Ų): Topological polar surface area |
Predição da toxicidade
Diante da escassez de informações relacionadas à toxicidade, este trabalho também contemplou avaliação in silico dos compostos bioativos quanto à predição da toxicidade (TABELA 14), calculada através do software Osiris DataWarrior 5.5.0. Foram incluídos os parâmetros de mutagenicidade, tumorogenicidade, irritabilidade da pele e efeito reprodutivo. O resultado é apresentado na forma de códigos por cores, em que o potencial alto, intermediário e baixo de toxicidade é representado pelas cores vermelho, amarelo e verde, respectivamente. Apenas três metabólitos secundários (4, 18 e 21) apresentaram alto risco da ocorrência de mutagenicidade e/ou efeito reprodutivo, indicando que estes compostos apresentam maior probabilidade de efeitos tóxicos quando forem avaliados em modelos in vivo. Mais especificamente os compostos 4 e 21 são potencialmente mutagênicos, enquanto os compostos 4 e 18 com potencial toxicidade no efeito reprodutivo (destaque em vermelho na TABELA 14).
Código do metabólito secundário | Mutagenicidade | Tumorogenicidade | Irritabilidade da pele | Efeito reprodutivo |
---|---|---|---|---|
(1) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(2) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(3) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(4) | Vermelho | Verde | Verde | Vermelho |
(5) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(6) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(7) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(8) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(9) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(10) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(11) | Verde | Verde | Verde | Verde |
(12) | Verde | Verde | Verde | Verde |
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Conclusão
A presente revisão bibliográfica e análise in silico ratificaram o potencial significativo das espécies vegetais estudadas para obtenção de compostos bioativos que poderão ser destinados ao desenvolvimento de novos fármacos e estratégias terapêuticas. Os metabólitos secundários identificados, majoritariamente da classe dos flavonoides e terpenos, demonstraram uma gama de atividades biológicas, incluindo propriedade antifúngica, antimalárica, antiviral, anti-inflamatória, antitumoral, entre outras. Cabe ressaltar que essas espécies vegetais mostraram ser fontes de compostos inéditos, o que amplia a possibilidade de inovação das pesquisas no âmbito farmacoterapêutico. No entanto, a segurança no uso dessas espécies vegetais permanece incerta devido ao restrito número de estudos toxicológicos pré-clínicos e a falta de estudos clínicos. Portanto, é imperativo que futuras pesquisas invistam em análise toxicológica rigorosa para validar esses promissores achados farmacológicos, que em alguns casos corroboram com o uso na medicina popular. Sendo assim, será alcançado não só conhecimento científico sobre a eficácia, mas também quanto à segurança dessas espécies vegetais na prática clínica.
Fontes de Financiamento
Nenhuma.
Conflito de Interesses
Não há conflito de interesse.
Agradecimentos
Parque Municipal das Dunas de Salvador, Bahia.
Colaboradores
Concepção do estudo: FVVRS; GNSS
Curadoria dos dados: FVVRS; GNSS
Coleta de dados: FVVRS
Análise dos dados: GNSS
Redação do manuscrito original: FVVRS
Redação da revisão e edição: GNSS.
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