Estado da Arte
Aspectos Etnobotânicos e Químicos das Famílias Loranthaceae e Viscaceae: Potencialidades Terapêuticas das “Ervas-depassarinho” Parasitas*
Ethnobotanicals and Chemicals Aspects of the Loranthaceae and Viscaceae Families: Terapeuticals Potencialities of the Parasitic “Mistletoes”
Resumo
O presente estudo apresenta um levantamento completo das espécies epífitas parasitas medicinais das famílias Loranthaceae e Viscaeace, conhecidas no Brasil com o nome genérico popular de “erva-de-passarinho”. São apresentados os usos tradicionais descritos na literatura, associados às espécies com alguma atividade terapêutica, assim como as substâncias isoladas, listadas por grupos químicos.
- Unitermos:
- Loranthaceae.
- Viscaceae.
- erva-de-passarinho..
Abstract
The present study brings a complete survey of the medicinal epiphytic parasite species belonging to the families Lorantaceae and Viscaceae that are known in Brazil by the popular name of “erva-de-passarinho”. Traditional uses and therapeutic activity associated to the species, as described in the literature, are presented as well as the chemical substances isolated from them.
- Key words:
- Loranthaceae.
- Viscaceae.
- mistletoe..
Introdução
Aspectos botânicos e uso popular
Loranthaceae é uma família botânica composta de 70 gêneros e 950 espécies que ocorrem principalmente nas regiões tropicais (Figura 1). É uma família de epífitas hemiparasitas, arbustivas que cresce aderida ao caule ou ramos das árvores, através de haustórios (um sistema de raiz), que penetram na madeira do hospedeiro de onde obtêm nutrientes e água (RIBEIRO et al., 1999). É a mais importante das poucas famílias de plantas neotropicais parasitas (GENTRY, 1993). Os representantes são plantas daninhas parasitando geralmente árvores frutíferas, ornamentais e florestais (HEYWOOD, 1993; RIBEIRO et al., 1999).
Os haustórios fixam-se nos caules das árvores hospedeiras, sugando a seiva bruta, e podendo algumas vezes levá-las à morte. Há evidências de que essas plantas daninhas ameaçam o estabelecimento de árvores econômicas, tropicais ou não, como nas coníferas nativas da América do Norte, plantações de Citrus da América Central, e no leste da Índia. (HEYWOOD, 1993; RIBEIRO et al., 1999).
Normalmente, são fáceis de reconhecimento botânico, pelas folhas glabras, coriáceas, opostas (mais propriamente subopostas na maioria das vezes), venação geralmente obscuras, que secam dando uma cor característica que varia do verdeacinzentado ao verde-amarelado ou enegrecida. As folhas têm freqüentemente uma forma falcada, e são extremamente frágeis quando secas. O gênero Gaiadendron é uma árvore parasita de raízes, freqüente em áreas montanhosas; os outros gêneros são suportados por plantas hospedeiras. Um grupo (Struthanthus e espécies) tem hábito típico de trepadeira com brotamentos a partir do tronco; os gêneros restantes são geralmente arbustos epifíticos mais ou menos eretos (GENTRY, 1993; RIBEIRO et al., 1999).
A família Loranthaceae apresenta um hábito parasita com perda de algumas características morfológicas das angiospermas. Elas não apresentam raízes normais, tem óvulos indistintos, uma semente solitária completamente destituída de tegumento e sem invólucro (GENTRY, 1993). Heywood (1993) cita que o ovário apresenta-se unilocular e deposita-se dentro do receptáculo e os óvulos são numerosos e mais ou menos imersos na placenta. O caule apresenta nós e entrenós evidentes (RIBEIRO et al., 1999). As plantas podem ser monóicas ou dióicas. A inflorescência é geralmente racemosa, terminal ou axilar. As flores podem estar dispostas em duplas ou em trios. As flores podem ser uni ou bissexuais, em alguns casos são pequenas, entre branco-esverdeadas e verdeamareladas; em outros, grandes e de colorido vistoso (vermelho). A polinização é feita por insetos, pássaros, dos quais se destacam os beijaflores, e pelo vento (HEYWOOD, 1993; RIBEIRO et al., 1999). O fruto se apresenta na forma de baga ou drupa, podendo ser globoso, ovóide e elipsóide, de cores variáveis. Os frutos são dispersos por aves. As sementes são envolvidas por uma camada pegajosa, e são levadas para novos hospedeiros, onde a ave as “planta” num ramo limpando o seu bico. Por este motivo, são conhecidas como “erva-de-passarinho” (RIBEIRO et al., 1999; HEYWOOD, 1993).
Heywood (1993), afirma que a família Loranthaceae é facilmente dividida em duas subfamílias principais Loranthoideae e Viscoideae, algumas vezes consideradas como duas famílias separadas, Loranthaceae e Viscaceae. As espécies da subfamília Loranthoideae são divididas em duas tribos Nuytsieae e Lorantheae. Na subfamília Viscoideae são reconhecidas quatro tribos, Eremolepideae, Phoradendreae, Arceuthobieae e Visceae. Segundo Gentry (1993), a família é subdividida em 3 subfamílias, as quais são hoje em dia organizadas por alguns autores em três famílias separadas: Loranthoideae (família Loranthaceae), Viscoideae (família Viscaceae, 8 gêneros e 450 espécies) e Eremolepidoideae (família Eremolepidaceae, 3 gêneros e 13 espécies). Apesar dessa divisão em três famílias; vários outros autores continuam utilizando a classificação em três subfamílias (GENTRY, 1993, RIBEIRO et al., 1999).
Quanto à filotaxia, Loranthaceae e Viscaceae são constituídas por folhas opostas, sendo que em Loranthaceae raramente ocorrem folhas alternas ou agrupadas. Eremelopidaceae apresenta folhas alternas, raramente opostas (RIBEIRO et al., 1999). As espécies da família Loranthaceae (Loranthoideae) apresentam, na maioria das vezes, flores hermafroditas, e um calículo (conjunto de brácteas fundidas dispostas abaixo da flor); nas famílias Viscaceae (Viscoideae) e Eremolepidaceae (Eremolepidoideae), as espécies apresentam flores unisexuais e ausência de calículos. A última é diferenciada da Viscaceae pela presença comum de raízes aéreas e ausência de inflorescência típica das espécies das ervas-de-passarinho (GENTRY, 1993). A maioria das espécies de Loranthaceae compõe uma série de tipos de flores variando das visivelmente grandes, polinizadas por beija-flores (por exemplo, Psittacanthus), até flores diminutas embutidas no pedúnculo (Oryctanthus). Todos os membros das Viscaceae têm flores diminutas embutidas nas inflorescências. Eremolepidaceae, somente encontrada na América Tropical, também apresenta flores reduzidas, imperceptíveis (GENTRY, 1993).
As espécies da família Loranthaceae são conhecidas com os nomes populares de: erva-de-passarinho, enxerco, enxerco de passarinho, esterco de Jurema, passarinheira, visgo, tetipoteira (Brasil) (LORENZI, 2000); muerdago, liga, ligamatapalo, matapalo, nigüita (Guatemala) (CÁCERES, 1996); mistletoe (Reino Unido, Estados Unidos) (MABBERLEY, 1997), e apresentam um papel importante nas delicadas relações das populações biológicas, interagindo com insetos, pássaros, peixes e mamíferos. Watson (2001), registra a relação entre elas com 97 famílias de vertebrados, dentre elas o homem, demonstrando a importância da família para a biodiversidade. A Tabela 1 lista os nomes populares de espécies de espécies de ervas-de-passarinho distribuídas no mundo com seus respectivos nomes populares de acordo com a comunidade e País onde são encontradas.
São utilizadas no mundo inteiro para tratarem diversas enfermidades, tais como, problemas respiratórios, artrites, corea, debilidade nervosa, diabetes, inflamações, condiloma, hemorróidas e alguns tipos de câncer (CÁCERES, 1996). Na Amazônia, informações difusas a recomendam para o tratamento do câncer. As folhas ou toda a parte aérea de espécies de Loranthaceae estão presentes dentro do arsenal terapêutico para o tratamento não convencional das neoplasias e de processos inflamatórios. Segundo indicações populares, a espécie vegetal que parasita o cajueiro (Anacardium occidentale, Anacardiaceae) é a que apresenta melhor efeito terapêutico. Dentre essas parasitas, a espécie Cladocolea micrantha Kuijt destaca-se por ter ocorrência na região de Manaus (KUIJT, 1991) e provavelmente é a mais utilizada pela população urbana e periférica. A Tabela 1 relaciona os usos populares e estudos científicos encontrados para ervas-de-passarinho no mundo. Uma vez que a maioria das informações existentes na literatura está classificada dentro da família Viscaceae, e dada às classificações botânicas ainda pendentes, as espécies desta família também foram incluídas no levantamento.
Química das famílias Loranthaceae e Viscaceae
Os estudos químicos realizados com Loranthaceae restringem-se a poucas espécies espalhadas pelo mundo. Os principais tipos de substâncias encontrados nas famílias Viscaceae e Loranthaceae são terpenos, lignanas, flavonóides, além da descrição da presença de carboidratos, ácidos graxos, ácidos aminados, fenilpropanóides, taninos e alcalóides. Estudos vêm sendo realizados para isolamento e identificação de proteínas, que atualmente são consideradas responsáveis pela atividade imunoestimulante e antitumoral de fitomedicamentos preparados para tratar o câncer. A Tabela 1 traz as substâncias identificadas em ervas-de-passarinho. As Figuras DE 2 a 12 mostram algumas estruturas químicas identificadas em ervas-de-passarinho, organizadas pelas classes de substâncias.
FAMÍLIA LORANTHACEAE
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“Nome Popular” (Comunidade) Uso Tradicional | Considerações Científicas e Substâncias Isoladas
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Elytranthe globosa Blume E. maingayi Van Tiegh E. tubaeflora Ridley | “Benalu” (Indonésia). Frutos - tosse Folhas - dor de cabeça, expelir a placenta, contra câncer, malária, tônico e diurético. | Todas as espécies exibiram atividades antiviral e citotóxica interessantes.
S. feruginea apresentou atividade (IC50 = 19 μg/mL) contra células de glioblastoma U251 ( |
Globimetula brauni | (Nigéria). Usado para diabetes. | Química - folhas - Saponinas, taninos e flavonóides. Atividade na diminuição da glicemia, colesterol e lipídio do sangue. Pode está relacionado à presença das saponinas ( |
Ligaria cuneifolia (Ruiz and Pav) Tiegh [= Psittacanthus. cuneifolius (Ruiz and Pav) Blume] | “Muérdago” “Liga” “Liguilla” “Muérdago criollo” (Argentina) Usado no lugar do
Viscum álbum . Usado para baixar a pressão sangüínea ( |
Ação imunomoduladora do extrato por aumento da produção de óxido nítrico pelos macrófagos e antiproliferativo contra células tumorais. Química - Folhas e caule quercetina25, epicatequina18, (+)-catequina17, catequina-4-β-ol21, dímeros de catequiina-4-β-ol, oligômeros de catequina-4-β-ol, polímeros de catequina-4-β-ol, quercetina-3-ramnosídeo26, quercetina-3-xilosídeo27, quercetina-3- α-arabinosídeo28, quercetina-3-β-arabinosídeo29, quercetina-3-α-arabinofuranosídeo30 ( |
Loranthus confusus Merrill | (Filipinas). Raiz é usada contra disenteria ( |
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L. dregei E & Z. | (tribo Zulu, sul da África). Casca - doenças estomacais ( |
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L. europaeus Jacq. | (leste e sul da Europa, Ásia menor).Usado para as mesmas indicações do
Viscum album ( |
Química - folhas - ramnocitrina-3-O-ramnosídeo39, ramnetina-3-O-glicosídeo42 e ramnetina-3-O-ramnosídeo41 ( |
L. globosus Roxb. | “Chota banda” (Bangladesh)Casca - tratamento da disfunção menstrual, impedir o aborto, coceira, dor de cabeça.Folhas e cascas para diarréia crônica ( |
Antibacteriano contra Gram (+) e Gram (-), especialmente contra cepas de Shigella, citotóxicoQuímica - Hidrocarbonetos, triterpenos, saponinas, flavonóides, taninos, glicosídeos, açúcares ( |
L. grewinkii | (Pakistão) Tônico, relaxante e laxativo. | Química - fruto - Lorantol = [Lup-20(30)-en-3β,7βdiol]53 ( |
L. micranthus Hook.f. | “New Zealand Mistletoe” ( |
Folhas e galhos -lactonas norditerpênicas - nagilactona C56, 3-deoxinagilactona C57, 2,3-diidro-2-hidroxipodolido58, 2-hidroxinagilactona F59, podolactona E60, assimilados do hospedeiro
Podocarpus totara .As norditerpenos lactonas apresentaram atividade citotóxica contra linhagem leucêmica (P-388), sendo a podolactona E60 a mais ativa ( |
L. ydariki Sieb. & Zucc. | (China, Japão e Corea).Usado na medicina tradicional da China e Japão. | A casca foi efetiva no tratamento da hipertensão ( |
Phthirusa adunca (Meyer) Maguire | “Erva-de-passarinho” (floresta Amazônica, Brasil).Folhas - utilizadas para ajudar na consolidação de fratura de ossos, usadas para tratar inflamação do útero. Leucorréia, para doença dos rins e acelerar a cicatrização de feridas ( |
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P. caribaea Britt. & P. Wils. | Usada como bebida revigorante ( |
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P. pyrifolia (HBK) Eichl. | “Suelda con suelda” “Pishco isma” (Perú, Amazônia ocidental).Mesma indicação que a
Phthirusa adunca ( |
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Psittacanthus calyculatus | “Muerdago verdadeiro” (Argentina).Usada para hipertensão. | Induz a relação endotélio-dependente que parece ser mediada pela síntese e liberação de óxido nítrico ( |
Scurrula atropurpurea | “Benalu teh” (Indonésia).Folhas e caule usados para câncer. | Anticâncer - substância mais ativa foi o ácido octadeca-8,10,12-triinóico seguida pelos: ácido (Z) octade-12-ene-8,10-diinóico, (-)-epicatequina-3-O-galato e (-)-epigalocatequina-3-O-galato.Química - Ácido (Z)-9 octadecenóico (oléico)83, ácido (Z,Z)-ocadeca 9,12 dienóico (linoléico)84, (Z,Z,Z)-ocatadeca 9,12,15-trienóico (linolênico)85, ácido octadeca-8,10 diinóico86, ácido (Z)-octadec-12-en-8,10 diinóico88, ácido octadeca-8,10,12-triinóico87, teobromina89, cafeína90, quercitrina26, rutina33, icarisídeo B262 (monoterpeno glicosilado), aviculina73 (lignana glicosilada), (+)-catequina17, (-) epicatequina18,(-)-epigalocatequina-3-O-galato20, (- )-epicatequina-3-O-galato19 ( |
S. ferruginea Danser | “Dedalu api merah”, “dedalu api gajah”, “nenalu asap”, “suridan”, “akar naloe”, “benalu” (Indonésia).Folhas - após o parto, picada de cobra, ferimentos, febre, beribéri, malária. | Exibiu atividades antiviral e citotóxica interessantes. S. feruginea apresentou atividade (IC50 = 19 μg/mL) contra células de glioblastoma U251 ( |
S. fusca (BL.) G. Don. | “Benalu alus” (Indonésia).Câncer. | Folhas - complexo perseitol e K+ 91.( |
Struthanthus orbicularis (H.B.K) Blume | (tribo Antioquia e Choco, noroeste da Colômbia).Folhas e galhos são usados contra picada de cobra. | Neutralização parcial do veneno de
Bothrops atrox com 60% de sobrevivência dos camundongos. ( |
S. marginatus (Desf.) Blume. | “Erva-de-passarinho” (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil).Ungüento preparado de folhas jovens é usado para tratar ulceração causada pelo frio ( |
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S. haenkeanus (Presl) Standl. | “Toje” (México).Usado para lavar feridas e mordidas. ( |
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S. syringifolius Marp. | Usada para dor de dente ( |
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Tapinanthus dodoneifolius (DC) Danser) | “Kauchi” (tribo Hausa e Fulani, Nigéria).”african mistletoe” (Sudão).Alimento para animais, diarréia, dor de estômago, disenteria, câncer e ferimentos ( |
Antimicrobiano - Agrobacterium tumefaciens, Bacillus sp., Escherichia coli, Salmonella sp., Staphylococcus aureus, Proteus sp., Pseudomonas sp .Química -antraquinonas, saponinas e taninos. |
FAMÍLIA VISCACEAE | ||
Arceutobium sp. | “Dwarf mistletoe”. | O gênero produz principalmente 3-O-glicosídeos derivados da quercetina25 (Q) e da miricetina34 (M). Foram identificados M 3-O-galactosídeo37, M 3-O-glicosídeo36, M 3-O-ramnosídeo35, Q 3-O-galactosídeo32, Q 3-O-glicosídeo31, Q 3-O-arabinosídeo28, Q 3-O-ramnosídeo26 ( |
Phoradendron sp. | A liga de espécies de
Phoradendron é aplicada na forma de ungüentos para tratar verruga; a infusão ou decocção em banhos para sarampo e em parturientes, recém nascidos e crianças com marasmo ( |
Extrato etanólico de
P. rubustissimum mostrou atividade antibacteriana contra
Escherichia. coli e
Staphylococcus. aureus. P. serotinum tem atividade inseticida ( |
P. crassiflolius (DC) Eichl | “Suelda con suelda” “Pishco isma” (Perú, Amazônia ocidental).Dependendo do hospedeiro cura rapidamente ou lentamente. Se parasitar a lima é usado para fraturas, luxação, e ferimentos. As folhas maceradas são aplicadas sobre a área afetada, antes que ela seja tracionada. Para acelerar a cura, eles bebem um copo de decocção por dia. Eles misturam a folha com botão de flor de
Psidium guajava e casca de
Spondias mombin para mãe após o parto, dois copos por dia, de manhã e à tarde. Isto ajuda a mulher a ter uma recuperação rápida para estar capaz de retornar as suas obrigações matrimoniais ( |
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P. flavescens (Pursh) Nutt. | “American mistletoe” (índios do município de Mendocino, Califórnia, Estados Unidos).Chá das folhas usado para controlar a fertilidade ( |
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P. huallagense Ule | “Beguefide” (Peru).As folhas são utilizadas para inflamações tópicas. ( |
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P. juniperinum Engelm. | “Juniper mistletoe” (Índios Hopi, México e Estados Unidos).Usado como substituto do café ( |
Química - camada epicuticular foi identificado ácido oleanólico43 ( |
P. liga (Gil. Ex H. et A.) Eichl | “Corpo, muérdago”, “injerto”, “yerba pajarito”, “palo tîrei”, “ca’avó tîrei” (Argentina).Substituto do Viscum álbum no tratamento da hipertensão. | Proteínas lectina L-Ph1 e viscotoxinas, apigenina-6-C-glicosídeo9 , apigenina-6-C-galactosídeo10, apigenina-8-C-glicosídeo12, luteolina-6-C-xilosídeo-8-C-glicosídeo11, apigenidina22 ( |
P. nervosum Oliver | “Muerdago”, “Liga”, “Matapalo”, “Nigüita” (Guatemala). Usa-se para as mesmas finalidades medicinais da erva-depassarinho da Europa,
Viscum album ( |
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P. piperoids (HBK) Trelease | “Muerdago”, “Liga”, “Matapalo”, “Nigüita” (Guatemala). Usa-se para as mesmas finalidades medicinais da erva-depassarinho da Europa,
Viscum album ( |
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P. quadrangulare Krug & Urban | “Muerdago”, “Liga”, “Matapalo”, “Nigüita” (Guatemala). Usa-se para as mesmas finalidades medicinais da erva-depassarinho da Europa,
Viscum album ( |
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P. reichenbachianum | “Muérdago” (México).Usado para tratar câncer. | Química - Folhas e caules - esqualeno55, glicerol trilinoleato, betulonaldeído52, a-germanicol48, bsitosterol, betulinaldeído51, ácido morólico45, ácido morônico46e 3,4-seco-olean-18-en-3,28-dióico47, lupeol49, β-sitosterol glicopiranosídeo54. Citotoxicidez - Ácido morônico46 e 3,4-seco-olean-18-em-3,28- dióico47 ( |
Phoradendron tomentosum (DC.) Gray | (Estados Unidos). | Química - folhas - vitexina13, schaftosideo (6-C-glicosil-8-C-arabinosilapigenina)14 e isoschaftosideo (6-C-arabinosil-8-C-glicosilapigenina)15, apigenina 4’-O-glicosideo16 ( |
P. trinervium Griseb. | Cuidados pré-natal e pós-natal ( |
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P. vermicosum Greenman | “Cabalero” (México).Para acelerar o nascimento dos bebês, epilepsia, demência, paralisia, várias doenças nervosas ( |
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P. villosum Nutt. | “Hairy mistletoe” (Washington, California, Estados Unidos) Abortivo para o gado e para humanos e mastigado para dor de dente ( |
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Viscum album L. | Amenorréia, apoplexia, asma, câncer, convulsão, corea, debilidade nervosa, delírio, desordem urinária, dores espasmódicas, doenças cardíacas, esplenomegalia, espondilose, hemorragia, hepatoses, hipertensão, histeria, lumbago, malária, menopausa, metrorragia, neuralgia, neurites, otites, tifo, tumores, varizes.As folhas secas maceradas em vinho são usadas para problemas nervosos. O suco do fruto se usa externamente na forma de cataplasma, emplasto e ungüento para tratar câncer, condiloma, inflamações, úlceras. Através de infusões se aplicam em varizes, hemorróidas ( |
A tintura das folhas foi ativa contra
Cândida albicans e
Staphylococcus aureus e inativas contra
Echerichia coli, Pseudomonas aeruginosa. S. fexneri e
S. typhi .O extrato aquoso e etanólico não apresentaram atividade antiherpética ( |
Viscum álbum. ssp. album (Wiesb.) Abromeit | “Ökse Otú” “Armut Óvelegi” (Turquia). Folhas usadas para alimento e medicamento para animais. Maceradas são aplicadas no loca onde ocorreu a picada de cobra ( |
Folhas e galhos - 2,6-dimetilocta-2,7-diene-1,6-diol 6-O-[6’-O-β-D-apiofuranosil]-β-D-glicopiranosídeo63.Folhas e Galhos - siringina67, coniferina68, 5,7-dimetoxi-flavanona-4’-O-[β-D-apiofuranosil (1→2)]β-D-glicopiranosídeo6, kalopanaxin D.Kalopanaxina D mostrou atividade relaxante muito leve, fato que não justifica o uso para hipertensão ( |
V. album. ssp. austriacum (Wiesb.) | (Turquia).Uso: hipertensão, vasodilatador, depressor cardíaco, sedativo, diurético, antiinflamatório, dor de cabeça, corea, histeria. | Química - Viscotoxinas A3, B, 1-PS e U-PSCAnitiinflamatório ( |
V. articulatum Burm f. | (China, Japão). Usado em casos de disenteria causada por bacilos e piodermites ( |
Química - (2S)-pinocembrina 7-O-[β-D-apiosil (1→2)] - β-D-glicosídeo2; (2S)-pinocembrina 7-O-[cinamoil (1→5)] - β-D-apiosil (1→2) -β-D-glicosídeo3; (2S)-pinocembrina 7-O-β-D-glicosídeo1; (2S) homoeriodictiol 7-O-β-D-glicosídeo5; (2S)-5,3’,4’-trihidroxi-flavanona 7-O-β-D-glicosídeo7, (2S)-naringenina 7-O-β-D-glicosídeo8, (2S)-homoeriodictiol4, p-hidroxibenzaldeído74, vanilina78, metil parabeno76, ácido phidroxibenzóico75, ácido protocatechuico77; ácido 4 β-D-glicosiloxi-3-hidroxi-benzóico79, 2 fenil etanol80, ácido cinâmico metil éster81, ácido quínico 4-O-cinamoil82, acetato de β-amirina44, ácido oleanólico43, acetato de lupeol50, 2-deoxy-epi-inositol. Antiinflamatório do ácido oleanólico43 através da via proteína Kinase C-independente ( |
V. capense L.f | (África do Sul).O caule é usado para epilepsia, asma, bronquite, menstruação irregular, hemorragias, verruga. | Caule indicou a presença alcalóides, flavonóides, quinonas, saponinas, taninos e triterpenos esteróides.O extrato apresentou atividade antibacteriana contra Staphylococcus aureus e atividade anticonvulsivante (AMABEOKU et al.,1998). |
V. cruciatum Sieber | “Muerdago colorado” (Espanha) ( |
Folhas, frutos e galhos - alcalóides: ammodendrina92, lupanina93, 5,6-desidrolupanina94, (+)-retamina95, (- )-anagirina96, (-)-cistisina97 e N-metilcitisina98 ( |
Taxillus kaempferi (DC.) Danser | “Matsugumi” (Japão). | Folhas e galhos - (2R,3S)-taxifolin 3-β-D-glicropiranosideo23, taxilusina [(2R,3R)-taxifolin 3-β-D-glicopiranosido-6’’-galato24] ( |
*Dentro das famílias (Loranthaceae ou Viscaceae), as espécies estão determinadas segundo as publicações de origem, referenciadas na tabela. **Os números sobrescritos nas substâncias referem-se à numeração utilizada para as estruturas desenhadas nas |
Resultados e Discussão
A diversidade da flora brasileira é a maior do planeta. Segundo Siqueira (apudBRAZ-FILHO, 1994), o Brasil possui de 40 a 200 mil espécies vegetais; um terço das existentes no Planeta. Cerca de 10 mil delas são conhecidas como medicinais. A biodiversidade da Amazônia ainda é praticamente inexplorada com mais de 30 mil espécies vegetais, segundo o Ministério do Meio Ambiente; (apudPÉRET, 2002). Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF (apudROCHA et al., 1993), existem 280 milhões de hectares de floresta densa tropical úmida, correspondendo a 30% da reserva mundial com volume em pé estimado em 18 bilhões m3, contendo uma grande diversidade de espécies arbóreas, o que significa dizer que está entre os ecossistemas menos conhecidos do mundo, com grande potencial para descoberta de novos produtos ativos. A Amazônia tem sido motivo de atenção mundial. Esse interesse tem relação com as preocupações sobre sua devastação, com a conseqüente perda dos recursos genéticos, contribuição dos desmatamentos e das queimadas nas mudanças globais do meio ambiente, desenvolvimento sustentável da região e biopirataria (OLIVEIRA; MOREIRA, 1993; PÉRET, 2002). É cada vez maior o potencial das novas fontes de germoplasma para gerar novas drogas para resolver problemas tais como câncer, doenças do coração, malária, esquistossomose e outras doenças tropicais, herpes, AIDS, diabetes e doenças neurológicas. A medicina popular, freqüentemente, cita varias plantas utilizadas como agentes antiinflamatórios, antimicrobianos, analgésicos, depressores do Sistema Nervoso Central.
O estudo da inflamação, dentre outras doenças, tem tido prioridade nas pesquisas. BRITO (1993) relata 93 citações de uso de plantas como antiinflamatório. Dessas, 63 investigações foram positivas (67%) de sucesso. Nas literaturas pesquisadas (Tabela 01) foram encontradas doze (26%) espécies de lorantáceas e viscácea indicadas, pelo uso popular, como antiinflamatórios (Ligaria cuneifolia (Ruiz and Pav) Tiegh [= Psittacanthus cuneifolius (Ruiz and Pav) Blume], Loranthus europaeus Jacq, Phthirusa adunca (Meyer) Maguire, P. pyrifolia (HBK) Eichl., Phoradendron huallagense Ule, P. nervosum Oliver, P. piperoids (HBK) Trelease, P. quadrangulare Krug & Urban, Viscum album L., V. album. ssp. austriacum (Wiesb.), V. articulatum Burm f., V. capense L.f). A família Loranthaceae registrou apenas quatro espécies (8,69%) (Ligaria cuneifolia (Ruiz and Pav) Tiegh [= Psittacanthus cuneifolius (Ruiz and Pav) Blume], Loranthus europaeus Jacq, Phthirusa adunca (Meyer) Maguire, P. pyrifolia (HBK) Eichl) e apenas um (2,1%) estudo apoiado por ensaio “in vitro” realizado (Ligaria cuneifolia (Ruiz and Pav) Tiegh [= Psittacanthus. cuneifolius (Ruiz and Pav) Blume]). Já para Viscaceae oito espécies (17,39%) foram citadas (Phoradendron huallagense Ule, P. nervosum Oliver, P. piperoids (HBK) Trelease, P. quadrangulare Krug & Urban, Viscum album L., V. album. ssp. austriacum (Wiesb.), V. articulatum Burm f., V. capense L.f) e com apenas duas espécies (4,34%), que foram ensaiadas com resultado positivo “in vitro” (V. album. ssp. austriacum (Wiesb.), V. articulatum Burm f.).
As poucas citações da utilização das ervas-de-passarinhos como antiinflamatórias deve-se às dificuldades dos autores, nas publicações, definirem com clareza o uso popular das plantas como antiinflamatórias ou para tratamento de doenças tais como, cura de ferimentos crônicos, dores, cicatrizantes, bem como atividades antibióticas. Tais doenças, a exemplo do câncer, apresentam processos inflamatórios como conseqüência. Esses dados só poderiam ser confirmados por meio de ensaios biológicos dirigidos, que poderiam desmistificar a utilização popular e que, certamente, aumentariam o número de espécies indicadas no tratamento da inflamação. Entretanto é digna de registro a presença de substâncias isoladas de Loranthaceae e Viscaceae com atividades antitumorais e antiinflamatórias conhecidas ou que já foram isoladas de espécies de outras famílias. Pode-se destacar norditerpneos lactonas em L. globosus, ácidos graxos de Scurrula artropurpurea, triterpenos, Lectina-ML1 de Viscum álbum e ácido oleanólico em Viscum articulatum, hirsutanona de V. cruciatum. Algumas substâncias já são conhecidas na literatura com atividades biológicas, porém não foram avaliadas nos estudos realizados. Há evidências na literatura da potencialidade antiinflamatória do ácido betulínico (ZDZISIÑSKA et al., 2003), α-amirina, lupeol (e seus ésteres derivados) (HASMEDA et al., 1999; RAJIC et al., 2000; KWEIFIO-OKAI et al., 2004), ácido oleanólico (SINGH et al., 1992). Por outro lado, flavonóides encontrados em plantas medicinais com uso tradicional também são importantes fatores para o desenvolvimento de imunidade (HARBORNE, 1994; IELPO et al., 2000).
Das 46 espécies catalogadas nas literaturas sobre ervas-de-passarinho (Tabela 01), dentre as famílias Loranthaceae e Viscaceae, dezoito espécies (39,1%) apresentaram registros de indicação popular para o câncer e/ou apenas ensaios biológicos realizados “in vitro” com células neoplásicas. A família Loranthaceae apresentou onze espécies (23,91%), das quais oito plantas (17,4%) apresentaram registros de utilização popular para tumores (Elytranthe globosa Blume, E. maingayi Van Tiegh, E. tubaeflora Ridley, Ligaria cuneifolia (Ruiz and Pav) Tiegh [= Psittacanthus. cuneifolius (Ruiz and Pav) Blume], Loranthus europaeus Jacq., Scurrula atropurpurea, S. fusca (BL) G. Don. e Tapinanthus dodoneifolius (DC) (Danser) e em três plantas (6,52%) não houve registros de utilização popular, porém apenas apresentaram registros de ensaios biológicos “in vitro” (Loranthus globosus Roxb., L. micranthus Hook.f. e Scurrula. ferruginea Danser). Das oito espécies com indicação popular, cinco plantas (10,8%) tiveram sua indicação popular corroborada pelos ensaios biológicos “in vitro” (Elytranthe globosa Blume, E. maingayi Van Tiegh, E. tubaeflora Ridley, Ligaria cuneifolia (Ruiz and Pav) Tiegh [= Psittacanthus. cuneifolius (Ruiz and Pav) Blume] e Scurrula atropurpurea). A família Viscaceae apresentou sete espécies (15,2%) indicadas nas literaturas para utilização popular contra neoplasias (Phoradendron nervosum Oliver, P. piperoids (HBK) Trelease, P. quadrangulare Krug & Urban, P. reichenbachianum, Viscum album L., Viscum álbum. ssp. album (Wiesb.) Abromeit, V. cruciatum Sieber). Dessas, quatro espécies (8,69%) apresentaram somente registros de utilização popular (Phoradendron nervosum Oliver, P. piperoids (HBK) Trelease, P. quadrangulare Krug & Urban e Viscum álbum. ssp. album (Wiesb.) Abromeit) e três espécies (6,52%) apresentaram estudos anticâncer “in vitro” apoiando a utilização (P. reichenbachianum, Viscum album L., V. cruciatum Sieber).
Segundo Brito (1993), existem poucos registros da utilização de plantas brasileiras no tratamento do câncer na medicina popular, porém, das doze citações de plantas antitumorais, nove apresentaram resultados positivos nas investigações realizadas. As poucas citações são explicadas devidas ao fato de que os reconhecimentos das manifestações de doenças normalmente fáceis de serem identificadas pelo leigo são: a tosse, o frio, a dor de cabeça e a dor abdominal. Outros sinais e sintomas tais como aqueles relacionados ao câncer, são reconhecidos pelos profissionais médicos. Dentre as doenças que mais tem preocupado a comunidade científica, nas últimas décadas, o câncer tem tido prioridade de estudo por acometer uma parcela considerável da população mundial. No Brasil, em 1994, o câncer foi responsável por 10,86% dos 887.594 óbitos registrados, constituindo-se na segunda causamorte por doença, subseqüente às doenças cardiovasculares. Estima-se para o ano de 2005 que ocorrerão 467.440 casos novos de câncer (MORAES, 1997; INCA, 2004). Na região Amazônica, muitas plantas nativas vêm sendo utilizadas pela cultura local no tratamento do câncer, das quais pouco se conhece sobre suas potencialidades terapêuticas. Dentre elas, destacam-se as espécies da família Loranthaceae. Além dos possíveis fitoterápicos voltados para diversos tratamentos, os metabólitos isolados desta família podem expandir o arsenal terapêutico antineoplásico representado pela vimblastina, vincristina, colchicina, etopósido e taxol, entre outros.
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