ARTIGO DE PESQUISA

Índice de significância medicinal na seleção de plantas medicinais para a Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos – Fiocruz

Index of medicinal significance on the selection of medicinal plants to the Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos – FIOCRUZ

https://doi.org/10.32712/2446-4775.2024.1617

Abreu, Bárbara Liana Ferreira de1
ORCID https://orcid.org/0000-0002-8700-3794
Neto Galvão, Marcelo1
ORCID https://orcid.org/0000-0002-7450-3597
Boscolo, Odara Horta2
ORCID https://orcid.org/0000-0002-5791-815X
Accardo Filho, Marco Antonio Palomares3
ORCID https://orcid.org/0000-0002-2658-5794
1Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Tecnologia em Fármacos, Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde - CIBS. Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos. Estrada Rodrigues Caldas, 3400, Taquara, CEP 22713-375, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
2Universidade Federal Fluminense, Centro de Estudos Gerais, Instituto de Biologia. Campus Valonguinho, Centro, CEP 20940-040, Niterói, RJ, Brasil.
3Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Unidade de Botânica Sistemática. Rua Pacheco Leão 915, Jardim Botânico, CEP 22460-030, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
*Correspondência:
moninho@gmail.com

Resumo

A flora brasileira é megadiversa, e está sob pressão pelo avanço das atividades humanas. As comunidades tradicionais possuem grande conhecimento acerca de usos e propriedades das plantas, mas este conhecimento não se reflete no aproveitamento das espécies nativas para a produção de medicamentos ou reconhecimento oficial nas listas de plantas medicinais preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).  Foi proposta a criação do Índice de Significância Medicinal (ISM) para localizar, em listagens de plantas, aquelas com maior potencial de estudo farmacológico a partir da validação dos usos populares, valorizando o caráter nativo em função da conservação da biodiversidade e avaliando sua presença em listas oficiais do governo. O Índice foi aplicado a um levantamento florístico realizado no Campus Fiocruz Mata Atlântica, Rio de Janeiro, em que 44 espécies (42 nativas, duas exóticas) tiveram indicação de usos medicinais em literatura, e apenas três estão presentes em listas oficiais. O ISM contribuiu para a indicação de plantio de sete espécies na Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos, Fiocruz. O Índice demonstrou ser uma ferramenta útil para a identificação e seleção de plantas medicinais nativas ainda não reconhecidas em listas oficiais da ANVISA para pesquisa das suas propriedades e desenvolvimento de métodos e produtos.

Palavras-chave:
Etnobotânica quantitativa.
Biodiversidade.
Usos populares.
Farmacologia.
Flora.

Abstract

The Brazilian flora is megadiverse and is under pressure by the ongoing human activities. The traditional communities have great knowledge about the uses and properties of plants, but this knowledge is not reflected on the use of native species for production of drugs or official recognizement in lists of medicinal plants recommended by the Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).  It was proposed the creation of the Index of Medicinal Significance (ISM) to locate, in plant listings, those with the greatest potential for pharmacological studies from the validation of popular uses, valuing the native character in terms of biodiversity conservation and evaluating their presence in official lists. The Index was applied to a floristic survey at Campus Fiocruz Mata Atlântica, Rio de Janeiro, where 44 species (42 natives, 2 exotics) had indication of medicinal uses in literature, and only three are present in official lists. The ISM contributed to the indication of seven species to be planted at Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos, Fiocruz. The Index proved to be an useful tool to the identification and selection of native medicinal plants not yet recognized in official ANVISA lists for researching their properties and developing methods and products.

Keywords:
Quantitative ethnobotany.
Biodiversity.
Popular uses.
Pharmacology.
Flora.

Introdução

O Brasil é considerado um dos 17 países megadiversos do mundo, sendo esta diversidade biológica representada tanto em número de espécies quanto na variedade e complexidade de seus biomas, abrigando em seu território cerca de 20% das espécies vivas conhecidas[1]. A alta incidência de endemismos e, também, o elevado grau de ameaça a diversos habitats dentro do território nacional, fazem com que o Brasil ocupe uma posição de destaque como um hotspot da biodiversidade [2].

É válido salientar que as ameaças oriundas da exploração ostensiva dos recursos naturais não afetam somente os seres vivos e os biomas, mas também exercem efeitos negativos sobre a sociobiodiversidade. A perda do conjunto de conhecimentos de determinadas populações, que estão inseridos em contextos sociais e ambientais específicos, geram prejuízo para as contribuições que poderiam ser oferecidas visando pesquisa e prospecção[3,4].

Inseridas neste cenário e ocupando uma posição de convergência entre diversidade biológica e sociobiodiversidade encontram-se as plantas medicinais. A utilização de plantas medicinais na manutenção da saúde está presente ao longo dos tempos, desde tratamentos locais até a fabricação industrial de medicamentos[5,6]. No entanto, ainda é observada uma carência de pesquisas que visem resgatar informações sobre o uso medicinal de plantas ou que busquem avaliar seu potencial como fonte de novas drogas[7, 8], embora Oliveira et al. [9] apontem um rápido crescimento neste campo. Nesse sentido, cabe ressaltar a importância de regulamentar políticas que valorizem a biodiversidade e os saberes populares das comunidades tradicionais[3,10].

Acompanhando esta perspectiva de valorização da biodiversidade e da sociobiodiversidade com foco nas plantas medicinais e no conhecimento associado a elas, surge no Brasil em 2006 a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). A PNPMF estabelece linhas prioritárias para o desenvolvimento de ações pelos diversos parceiros em torno de objetivos comuns voltados à garantia do acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos em nosso país[11]. O intuito desta política é introduzir diretrizes para que o governo possa atuar na área de plantas medicinais e fitoterápicos e desse modo promover viabilidade na criação de ações que possam promover melhorias na qualidade de vida da população[12].

Uma das importantes ações desta política é a utilização de recursos terapêuticos da medicina tradicional, destacando-se as plantas medicinais, em programas públicos de fitoterapia no Sistema Único de Saúde – SUS[13]. A regulamentação do uso dessas plantas é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Atualmente as plantas medicinais utilizadas no SUS e que também norteiam diversas pesquisas nas áreas de farmacologia estão presentes em listagens oficiais, como: Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde[14]; Relação Nacional de Medicamentos Essenciais[15]; Lista de Produtos Tradicionais Fitoterápicos de Registro Simplificado, segundo a Instrução Normativa N° 02 de 13 de maio de 2014[16]; Lista de Espécies Vegetais para o Preparo de Chás, segundo o Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo de Chás da RDC 267 de 22 de setembro de 2005[17] e a Farmacopeia Brasileira[18]. As listas citadas serão mencionadas no texto a partir daqui, respectivamente, pelas siglas: RENISUS, RENAME, IN02, RDC 267 e FB 6.

Uma análise aprofundada destas listagens vem a demonstrar uma deficiência de plantas medicinais consideradas nativas. Também é possível observar que a quantidade de espécies total das listas oficiais citadas não reflete a variedade de espécies presentes na Flora e Funga do Brasil[19] nem os resultados do avanço das pesquisas etnobotânicas no Brasil. Segundo Oliveira et al.[9] o número de estudos etnobotânicos publicados em revistas científicas indexadas no Brasil cresceu expressivamente, sendo em sua maioria trabalhos sobre plantas medicinais e estudos descritivos, que por sua vez contêm listagens de levantamentos.

O caráter interdisciplinar dos estudos etnobotânicos é demonstrado na diversidade de tópicos que aliam os fatores culturais aos ambientais, bem como as concepções desenvolvidas por diferentes culturas sobre as plantas e o aproveitamento que se faz delas[20]. Essa riqueza de tópicos também é agregada a uma diversidade de metodologias como descrito em Albuquerque et al.[21] e que podem ser utilizadas não só para realização de levantamentos, mas para seleção de espécies vegetais, visando gerar subsídios para pesquisas na área de farmacologia, desenvolvimento de produtos e inovação de processos. Trabalhos como Prance et al.[22] e Turner[23] apresentam metodologias voltadas à etnobotânica para a quantificação de critérios subjetivos e/ou qualitativos, e contribuem para a sua análise objetiva.

O presente trabalho propõe o Índice de Significância Medicinal (ISM) para ser aplicado a listagens de levantamentos florísticos e etnobotânicos. com a finalidade de elencar espécies de uso medicinal valorizando a biodiversidade brasileira e os conhecimentos tradicionais.

Material e Métodos

O ISM foi desenvolvido a partir do princípio da atribuição de valores numéricos a critérios subjetivos e/ou qualitativos a fim de relacionar prioridades voltadas a um objetivo proposto, comum em metodologias de alocação subjetiva em etnobotânica, e a convergência de suas premissas com ferramentas de planejamento estratégico como a matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência)[24]. Segundo Alves et al.[25], a matriz GUT é uma forma de priorizar quesitos medidos pela subjetividade com o propósito de auxiliar tomadas de decisão na área de gestão.

O ISM visa elencar, dentre quaisquer listagens de levantamentos florísticos ou etnobotânicos, aquelas espécies potenciais para subsidiar pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) a partir de uma melhor confluência dos seguintes fatores: representar a biodiversidade brasileira; serem inéditas a todas ou a maior parte das listagens oficiais de plantas medicinais do governo brasileiro; apresentar conhecimento tradicional já reconhecido através de publicações científicas.

Para desenvolvimento do ISM, aqui proposto, optou-se por tomar como base o Índice de Significância Cultural (ISC) de Turner[23], cuja equação visa elencar espécies medicinais dentro de uma comunidade a partir de sua significância cultural, a qual o autor acredita estar relacionada a intensidade, qualidade e exclusividade do uso. Estes parâmetros são considerados conjuntamente para medir a ISC de uma espécie de acordo com a equação abaixo que inclui o fator de correção proposto por Silva et al.[26]:

Equação

Os componentes da equação são:

Desta forma, os componentes da equação de Turner[23] adaptada por Silva et al.[26] foram alterados para criação do Índice de Significância Medicinal (ISM) calculado para cada espécie de uma amostra e descrito abaixo:

ISM = (L. B. I). Fc

Os componentes da equação são:

A fim de discutir a aplicabilidade do ISM optou-se por utilizá-lo na seleção de plantas medicinais a serem incluídas no elenco de espécies cultivadas na Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos (PAF) do Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (CIBS) de Farmanguinhos – FIOCRUZ.

A PAF atua no desenvolvimento de tecnologias e fornecimento de matéria prima vegetal para pesquisadores que visam PD&I em fitomedicamentos na Fiocruz e em interação com projetos externos em que o CIBS atua em colaboração. A plataforma localiza-se no Campus Fiocruz Mata Atlântica (CFMA) no município do Rio de Janeiro. A área coberta por vegetação típica de Mata Atlântica é adjacente ao Parque Estadual da Pedra Branca e fez parte do antigo pavilhão agrícola da Colônia Juliano Moreira[27].

A aplicação do ISM para seleção de novas espécies para a PAF teve como base a listagem de um levantamento florístico anteriormente realizado no CFMA[28].

As exsicatas das espécies identificadas estão tombadas na Coleção Botânica de Plantas Medicinais (CBPM) da Fiocruz. A grafia dos nomes científicos foi conferida utilizando a base de dados da Flora e Funga do Brasil[19]. Para a listagem dos táxons seguiu-se o APG IV[29].

A partir da lista de espécies levantadas no CFMA foi realizado um levantamento bibliográfico sobre cada espécie, a fim de identificar aquelas que apresentam citações de uso medicinal oriundo de conhecimento tradicional já publicado em trabalhos científicos. Posteriormente, pesquisou-se a presença dessas plantas nas listas oficiais de plantas medicinais anteriormente citadas e a classificação de origem geográfica de acordo com a Flora e Funga do Brasil[19].

O levantamento bibliográfico foi realizado através das bases Scielo, PubMed e Google Acadêmico, considerando artigos submetidos a peer review em periódicos, anais de eventos, capítulos de livros, bem monografias, dissertações e teses. O recorte temporal inicia-se em 2000 até o desenvolvimento teórico do presente trabalho em 2018. As palavras-chave utilizadas foram: o nome de cada espécie da listagem do levantamento, etnobotânica, plantas medicinais e uso tradicional (operador booleano inclusivo "AND"). Todos os trabalhos em formato eletrônico são de acesso livre. Também foram selecionados, com os mesmos critérios, trabalhos impressos e disponíveis no acervo da CBPM ou acervos pessoais dos autores. Foram selecionados trabalhos realizados no Brasil citando usos medicinais das espécies da presente listagem por comunidades tradicionais. Foram excluídos: trabalhos indicando usos medicinais, mas não referenciando os trabalhos ou comunidades de origem da informação; trabalhos cujas fontes não citavam as comunidades; trabalhos não especificando que uso ou categoria de uso eram atribuídos a alguma espécie.

Resultados e Discussão

Dentre as 83 espécies vegetais levantadas no CFMA verificou-se que 44, pertencentes a 41 gêneros e 27 famílias, apresentaram pelo menos uma citação de utilização medicinal baseada em conhecimento tradicional divulgado através de publicações científicas (TABELA 1). A pesquisa dos critérios para composição do cálculo do ISM foi realizada dentre estas 44 espécies. O levantamento bibliográfico por espécie reconheceu um total de 42 artigos, 1 livro, 1 monografia, 1 tese e 3 dissertações, geralmente com mais de uma espécie da lista citada por autor.

TABELA 1: Listagem geral das famílias botânicas e espécies vegetais que apresentaram utilização medicinal tradicional do Campus Fiocruz da Mata Atlântica, Jacarepaguá/RJ, seguidas pelo Nome Popular, Parte Usada Usos, Graus de Ameaça (GA), Origem Geográfica (OG) e Referências (Ref.). Partes Usadas (BR = brotos; CA = caule; CAS = casca; ECAS = entrecascas; FO = folhas; FR= frutos; LA = látex; PI = planta inteira; RA = raiz; RE = resina; SE = sementes). Origem Geográfica (N = nativa / E = exótica).
Família botânica Espécie Nome Popular Parte Usada Usos GA OG  Ref.
Alstroemeriaceae Bomarea edulis      (Tussac) Herb. cará-de-caboclo, bico-de-nambú, cará-do-mato, jaranganha RA  Diurético NE N [30]
Anacardiaceae Astronium graveolens Jacq. guaritá, aderno, aroeirão, chibatão, gonçalo- alves FO Inflamação, diarreia, anti-inflamatório LC [31]
Mangifera indica L. manga, mangueira FO Béquico, gripe, coriza NE E [30,32,33, 35-43]
Schinus terebinthifolia   Raddi. aroeira vermelha, aroeira pimenteira, aroeira-mansa CAS, FO, CA Cicatrizante, anti-inflamatório NE N [30,32,37,39- 50]
Aspleniaceae Asplenium serratum L. samambaia PI Anti-infecciosa para afecções do fígado NE N [51]
Bignoniaceae Sparattosperma leucanthum (Vell.) K.Schum. cinco-folhas caroba branca FO Feridas, coceira, antibiótico NE N [52]
Bixaceae Bixa orellana L. urucum, achicote, achiote, achote, bija, bixa, colorau, orucú, tintória, uru-uva, urucú SE Bronquite, colesterol NE N [30,32, 36,39,42, 53]
Bromeliaceae Tillandsia usneoides      (L.) L. barba-de-velho, barba-de-pau, camambaia PI Hemorroida LC N [42]
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. almácega; amescla; almecegueira, breu-branco-verdadeiro, almecegueira-cheirosa ECAS, FO Sinusite, cefaleia DD N [40,42, 47,54]
Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume pau-pólvora, periquiteiro, candiúva, candiúba, taleira, motamba, gurindiba, curindiba CA, FO Antirreumático, icterícia, hemorroida NE N [32,41]
Celastraceae Maytenus macrodonta Reissek. cancorosa FO Gastrite, úlceras, calmante NE N [55]
Costaceae Costus spiralis (Jacq.) Roscoe. cana-do-brejo, caninha-do-brejo, bambuzinho, cana-de-macaco-vermelha, cana-de-macaco FO Problemas renais NE N [30,32,33, 39,42,53, 56-58]
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. tapiá-tamanqueiro, tanheiro, tapiá-guaçú FO Diarreia NE N [59]
Joannesia princeps Vell. cutieira, boleira, andá-assu SE Laxante LC N [60]
Leguminosae Albizia polycephala (Benth.) Killip angico-branco, albízia, angico-monjolo, camunzé, cabuir, comondongo, monzê, farinha-seca CAS Tratamento de reumatismo NE N [42]
Anadenanthera peregrina (L.) Speg. paricá, angico-de-curtume, paricá-da-terra, paricá-de-curtume, paricá-do-campo, angico-branco, cambuí, niopó CA, RE Bronquite, problemas pulmonares, gripe NE N [33,56]
Bauhinia forficata           Link. mororó-de-espinho, pata-de-boi, pata-de-burro, pata-de-vaca-branca, pata-de-veado, pé-de-boi, FO Diabetes NE N [32,42,43, 58,61,62]
Indigofera suffruticosa Mill. anil, índigo, anileira. FO, RA, SE Estomáquico, antiespasmódico, sedativo NE N [32,42]
Mimosa caesalpiniifolia Benth. sabiá, cebiá, sansão-do-campo, jamari CAS Problemas respiratórios LC N [42]
Paubrasilia echinata (Lam.) E. Gagnon, H.C. Lima & G.P. Lewis Pau-brasil, arabutá, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitanga, CAS Úlcera NE N [42]
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. pau-jacaré, angico-branco, angico-jacaré CAS, FO Béquico, anti-inflamatório dos ovários LC N [32]
Platycyamus regnellii Benth. pereiro, folha de bolo CAS Anti-inflamatório NE N [63]
Swartzia simplex var. grandiflora               (Raddi) R.S.Cowan. - FO Inflamação no fígado NE N [64]
Lauraceae Nectandra membranacea (Raddi) R.S.Cowan. canela-ferrugem, canela-amarela FO Propriedades adstringentes, antidiarreicas, antipiréticas e tônicas NE N [65]
Lecythidaceae Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze. jequitibá, estopa, jequitibá-rei, jequitibá-vermelho, jequitibá-rosa, cachimbeiro, jequitibá vermelho, pau-de-cachimbo CA Infecção no útero NE N [41]
Malvaceae Luehea divaricata        Mart. & Zucc. acoite-cavalo, acoita-cavalo, ivatingui, vatinga, estribeiro. CAS Tosse, anemia NE N [42,66]
Meliaceae Cabralea canjerana    (Vell.) Mart. canjerana, cacharana, cangerana, canharana, canjarana, cayarana, pau-de-santo RA Antipirético, adstringente, emético NE N [32]
Monimiaceae Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins pimenteira, capixim, FO Antiespasmódica NE N [67]
Moraceae Dorstenia arifolia Lam. carapiá RA Aparelho reprodutor feminino LC N [54]
Ficus christianii Kunth. figueira, ficus LA Efeitos digestivo, purgante, vermífugo NE N [68]
Ficus luschnathiana  (Miq.) Miq. figueira, figueira mata-pau, figueira-do-mato CAS Queimaduras NE N [69]
Sorocea bonplandii    (Baill.) W.C.Burger, Lanj. & Wess.-Boer chincho, canxim, capiricica, cancorosa FO Carminativo, úlcera estomacal NE N [32]
Myristicaceae Virola bicuhyba        (Schott ex Spreng.) Warb. bicuíba, bicuíba-branca, bicuuba, bocuva, candeia-de-caboclo, ocuíba CAS, RE Cicatrizante, atividade antibacteriana EM N [70]
Myrtaceae Eugenia brasiliensis Lam. grumixama, grumixama-amarela, grumixama-preta, grumixaba, grumixameira, cumbixaba, ibaporoiti CAS, FO, FRU Antibacteriana, antioxidante LC N [71]
Eugenia candolleana D.C. murta, murtinha FO Anti-inflamatória, analgésica NE N [72]
Syzygium jambos (L.) Alston. jambeiro, jambo, jamboeiro FO Hipocolesterolêmico NE E [32]
Phytolaccaceae Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. pau-d´alho, guararema, ibirarema, pau-de-alho FO, RA, CAS Infecção de garganta, câncer, depurativo NE N [73]
Piperaceae Piper rivinoides Kunth. pariparoba, jaguarandi FO Analgésico NE N [74]
Polypodiaceae Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel. cipó-cabeludo, cipó-peludo, erva-da-mamãe-oxum, erva-de-lagarto, erva-silveira, erva-silvina, erva-teresa, estanca-sangue PI Inchaço NE N [42]
Rubiaceae Borreria verticillata (L.) G.Mey. cordão-de-frade, erva-botão, falsa-poaia, perpétua-do-mato, poaia-comprida RA Gripe NE N [32,37,40]
Psychotria carthagenensis Jacq. maria mole FO Antifúngica, antibacteriana NE N [75]
Sapindaceae Cupania oblongifolia Mart. camboatá FO, CAS Perda de peso NE N [76]
Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. urtiga-vermelha, cansanção, cansanção-roxa, urtiga, urtiga-branca, urtiga-brava, urtiga-da-folha-grande, urtiga-de-cipó, urtiga-fogo FO Anti-inflamatório, cicatrizante para feridas, hemostático NE N [32]
Verbenaceae Citharexylum myrianthum Cham. tarumã FO Antivirais e antifúngicas NE N [77]

A utilização de folhas na medicina tradicional tem sido frequentemente citada em levantamentos[78]. Imagina-se que tal fato ocorra por causa da disponibilidade do recurso foliar que pode ser um indicativo da alta utilização em relação às outras partes da planta, já que frutos e sementes não se encontram disponíveis em todas as épocas do ano[79]. A parte das plantas mais utilizada nas citações foi a folha com 25 indicações, seguida pela casca (12) e raiz (6). Os usos mais indicados foram referentes aos problemas respiratórios e digestórios. Essas indicações também foram proeminentes na presente pesquisa e em trabalhos como os de Costa & Mayworm[32] e Chaves & Barros[80], demonstrando uma tendência de citação destes usos em levantamentos etnobotânicos. Das 27 famílias botânicas identificadas, 6 foram as mais representativas por número de espécies: Leguminosae (9 espécies), Moraceae (4 espécies), Anacardiaceae (3 espécies), Myrtaceae (3 espécies), Euphorbiaceae (2 espécies) e Rubiaceae (2 espécies). Essas famílias, em conjunto, somam 23 espécies e as demais somam 21 espécies. Das seis famílias com maior representatividade, a maioria está presente em levantamentos etnobotânicos realizados em áreas de mata atlântica como a do CFMA, como em Pasa[34], em que Leguminosae e Moraceae, também, estão presentes como as mais citadas, além do trabalho de Magalhães[81] que apontou Leguminosae como uma das mais representativas. Para Stehmann et al.[82] Leguminosae se destaca por ser a terceira maior família das angiospermas, sendo a segunda mais rica no Domínio Atlântico. E de acordo com Adams[83], Moraceae é considerada uma das famílias mais importantes da flora arbórea da Mata Atlântica. O que realça o fato destas famílias estarem entre as mais numerosas com espécies medicinais no campus CFMA.

O reconhecimento das partes utilizadas, indicações de uso e famílias botânicas mais representativas, junto ao cálculo do ISM, podem nortear tanto a escolha de espécies com maior probabilidade de se confirmar atividade biológica por meio de estudos farmacêuticos, bem como auxiliar o planejamento do beneficiamento da matéria prima que será utilizada nos mesmos ou na produção de extratos.

Em relação à origem geográfica, das 44 espécies que apresentaram algum uso medicinal, 42 espécies foram classificadas como nativas do Brasil e 2 espécies como exóticas, segundo a Flora e Funga do Brasil (TABELA 1). As espécies exóticas foram Mangifera indica (Anacardiaceae) e Syzygium jambos (Myrtaceae).

De acordo com Moro et al.[84] uma espécie é considerada nativa quando sua ocorrência é natural em um determinado local, devendo sua presença na área à sua própria capacidade dispersiva e competência ecológica. Já, espécie exótica é aquela cuja ocorrência não se dá de forma natural em uma dada região geográfica sem o transporte humano (intencional ou acidentalmente) para esta nova região. Esses conceitos em relação à origem geográfica são essenciais para estudos de seleção de espécies que se propõem a valorizar a biodiversidade brasileira.

A urbanização crescente e a descaracterização dos biomas locais têm dificultado a viabilidade das espécies nativas, apontando para a necessidade de se atentar para a restauração das conexões do ser humano com o mundo natural por meio de interações significativas com a natureza que está próxima, no local em que as pessoas vivem e trabalham[85]. Desta forma, a alta incidência de espécies nativas encontradas no presente trabalho podem contribuir tanto com estas interações anteriormente citadas como na valorização da biodiversidade brasileira a ser prospectada para PD&I. O estímulo em pesquisar propriedades medicinais de espécies vegetais antes que sejam extintas, vem a somar como uma das justificativas para a busca de conservação destas espécies. Cabe ressaltar que a preservação e conservação das espécies ainda existentes influenciam na organização do funcionamento do meio ambiente trazendo equilíbrio entre homem e natureza[86].

O histórico da ocupação humana na área de estudo se relaciona com o fato de as espécies exóticas encontradas serem Mangifera indica (manga) e Syzygium jambos (jambo). A respeito da planície de Jacarepaguá, onde se situa o CFMA, Magalhães[81] discorre sobre a existência de diversas fazendas voltadas à plantação de café, desde o século XIX. Nos quintais dessas fazendas também existia o cultivo de espécies frutíferas, como mangueira, jambo, jaqueira e abacateiro. Com a criação de pastos e a urbanização crescente devastou-se a mata da planície de Jacarepaguá. Com o passar do tempo houve a regeneração da floresta em áreas rurais abandonadas ou remanescentes demarcados como unidades de conservação, contudo sem a perda das espécies exóticas anteriormente cultivadas.

Avaliando-se a possibilidade de integração do ISM com aspectos voltados à conservação, foram observadas as classificações dos graus de ameaça das espécies (TABELA 1), segundo o banco de dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora)[87], 33 espécies foram classificadas como NE (Espécie não avaliada quanto à ameaça), 7 espécies foram classificadas como LC (Pouco preocupante), 1 espécie foi classificada como EN (Em perigo) e 1 espécie classificada como DD (Deficiente de dados).

Devido à carência de estudos sobre a avaliação de grau de ameaça correspondente a maior parte das espécies levantadas (82%), não foi possível generalizar o peso que este critério teria em influenciar a seleção de espécies no cálculo do ISM e, portanto, o grau de ameaça não foi cogitado como componente da fórmula do método. No entanto, pode-se chamar atenção para o fato que dentre as espécies levantadas estar uma "Em perigo": Virola bicuhyba (Myristicaceae). Esta espécie é considerada de uso estratégico para agricultura familiar no Brasil, sendo uma das madeiras mais utilizadas pela construção civil. Além disso, o potencial medicinal desta planta começa a ser explorado pela indústria farmacêutica, e seus extratos vêm sendo utilizados na medicina popular de diversas localidades[88].

Ao comparar as informações das espécies medicinais que foram levantadas com as listas oficiais brasileiras de plantas medicinais, 93%  (n=41) não estavam presentes em quaisquer das listas pesquisadas enquanto 7% (n=3) estavam presentes em pelo menos uma das cinco listas usadas como parâmetro para o ISM.

As espécies presentes em pelo menos uma listagem foram: Schinus terebinthifolia (Anacardiaceae), Bauhinia forficata (Leguminosae) e Syzygium jambos (Myrtaceae). Vale ressaltarque a espécie Schinus terebinthifolia está presente na RENISUS e na FB 6. As espécies Bauhinia forficata e Syzygium jambos estavam presentes apenas na RENISUS.

As listas carecem de um tratamento taxonômico rigoroso. O número de táxons presentes em algumas é maior do que o número de plantas citadas nas mesmas, como a RENISUS, que discrimina 71 "plantas" para uso fitoterápico em unidades básicas de saúde, mas admite mais de uma espécie para algumas delas[14]. Usando RENISUS como exemplo, Mikania spp. admite tanto M. glomerata Spreng. como M. laevigata Sch.Bip. ex Baker., ambas espécies aceitas como distintas, enquanto Syzygium spp. admite S. jambolanum (Lam.) DC. e S. cumini (L.) Skeels, sendo a primeira sinônimo da segunda[19]. Do ponto de vista estritamente taxonômico, a TABELA 2 pode divergir dos números elencados pelas próprias listas ou de outras publicações sobre elas.

A análise da origem geográfica das espécies e variedades nestas listagens oficiais evidencia a carência de táxons nativos que valorizem a biodiversidade brasileira, como a FB 6, onde 61 das 86 plantas citadas (70,9%) são exóticas ou naturalizadas, e apenas 15 nativas (29,1%) (TABELA 2). A coluna "Dados insuficientes" se refere a táxons listados apenas em nível de gênero, que podem conter táxons em mais de uma categoria.

TABELA 2: Número de táxons nativos, naturalizados e outros em listagens oficiais de plantas medicinais utilizadas no Brasil.
LISTAS Número de Táxons Nativos Naturalizados Exóticos/cultivados Dados insuficientes
RENISUS 83 45 12 24 2
RENAME 12 4 1 7 0
IN02 17 5 1 11 0
RDC 267 58 20 3 33 2
FB 6 86 25 10 51 0

Existem atualmente em etnobotânica inúmeras metodologias quantitativas que podem ser divididas em três tipos, segundo Albuquerque et al.[21]: Consenso de Informantes, Alocação Subjetiva e Totalização de usos. Nas técnicas de consenso do informante é avaliada a concordância relativa entre as respostas coletadas por entrevistas; na alocação subjetiva a importância relativa de cada espécie é assinalada pelo pesquisador baseando-se em critérios por ele escolhidos; na totalização de usos simplesmente somam-se categorias estipuladas na metodologia adotada[89].

Dentre todas estas metodologias existem muitas técnicas voltadas ao estudo de plantas medicinais, como: Nível de Fidelidade[90], que analisa a concordância de usos medicinais de plantas entre os entrevistados; Fator de Consenso entre Informantes[91], visando identificar sistemas corporais ou categorias de doenças com maior importância relativa; Importância Relativa[92], cuja premissa parte do fato que a planta medicinal mais importante seria a mais versátil.

Todas estas metodologias são dependentes de entrevistas e podem ser aplicadas na seleção de espécies dentro de uma ou mais comunidades tradicionais baseando-se no uso medicinal das espécies. No entanto, não podem ser aplicadas a listagens generalistas baseadas em levantamentos bibliográficos. Seguindo o raciocínio dos métodos de alocação subjetiva e visando sua utilização em quaisquer listagens de plantas, optou-se por adaptar a equação do ISC[23] para criação do ISM aqui proposto.

No Índice de Significância Medicinal substituem-se os "entrevistados" ou "informantes" pelas publicações científicas oriundas de levantamento bibliográfico. Cada trabalho corresponde a um entrevistado e as plantas listadas nestes contam como as citações que seriam feitas pelos entrevistados para efeito de aplicação na equação. A partir da equação do ISC, foram alterados os seguintes critérios: o manejo e a preferência de uso foram excluídos, já que o ISM não busca relacionar espécies mais importantes para uma determinada comunidade e sim dentro de qualquer listagem ou compilação de listagens de plantas.

Desta forma, o ISM elenca as plantas medicinais, atribuindo maior valor às espécies com menos citações em listas oficiais. Assim, ao atribuir pontuações por espécie, inversamente proporcionais à sua presença em listas oficiais de plantas medicinais já existentes, o ISM evidencia a carência de estudos sobre as mesmas, apontando potenciais ineditismos em estudos sobre suas propriedades e aplicações. Do mesmo modo, quando se atribuem pontuações mais altas para espécies nativas, a seleção é direcionada para valorizar a indicação de estudo de espécies da nossa biodiversidade.

A TABELA 3 decompõe os fatores do ISM para cada espécie listada e seu valor final: a presença ou ausência em listas oficiais de plantas medicinais estipuladas pelo governo (L), a classificação da origem geográfica, se nativa ou exótica (B) e a intensidade de uso como sendo o número publicações científicas que citaram determinado uso para cada espécie (I) e o valor total do ISM por espécie.

TABELA 3: Listagem das espécies vegetais do Campus Fiocruz da Mata Atlântica, Jacarepaguá/RJ, em ordem decrescente de Índice de Significância Medicinal corrigido (ISM x FC).
Família Espécie L B I ISM FC ISM X FC
Anacardiaceae Schinus terebinthifolia Raddi 4 2 15 120 1,00 120,00
Costaceae Costus spiralis (Jacq.) Roscoe 6 2 9 108 0,60 64,80
Anacardiaceae Mangifera indica L. 6 1 12 72 0,80 57,60
Bixaceae Bixa orellana L. 6 2 6 72 0,40 28,80
Leguminosae Bauhinia forficata Link 5 2 6 60 0,40 24
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. 6 2 4 48 0,27 12,80
Rubiaceae Borreria verticillata (L.) G.Mey. 6 2 3 36 0,20 7,20
Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume 6 2 2 24 0,13 3,20
Leguminosae Anadenanthera peregrina (L.) Speg. 6 2 2 24 0,13 3,20
Leguminosae Indigofera suffruticosa Mill. 6 2 2 24 0,13 3,20
Malvaceae Luehea divaricata Mart. & Zucc. 6 2 2 24 0,13 3,20
Alstroemeriaceae Bomarea edulis (Tussac) Herb. 6 2 1 12 0,07 0,80
Anacardiaceae Astronium graveolens Jacq. 6 2 1 12 0,07 0,80
Aspleniaceae Asplenium serratum L. 6 2 1 12 0,07 0,80
Bignoniaceae Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. 6 2 1 12 0,07 0,80
Bromeliaceae Tillandsia usneoides (L.) L. 6 2 1 12 0,07 0,80
Celastraceae Maytenus macrodonta Reissek. 6 2 1 12 0,07 0,80
Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. 6 2 1 12 0,07 0,80
Euphorbiaceae Joannesia princeps Vell. 6 2 1 12 0,07 0,80
Leguminosae Albizia polycephala (Benth.) Killip 6 2 1 12 0,07 0,80
Leguminosae Mimosa caesalpiniifolia Benth. 6 2 1 12 0,07 0,80
Leguminosae Paubrasilia echinata (Lam.) E. Gagnon, H.C. Lima & G.P. Lewis 6 2 1 12 0,07 0,80
Leguminosae Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. 6 2 1 12 0,07 0,80
Leguminosae Platycyamus regnellii Benth. 6 2 1 12 0,07 0,80
Leguminosae Swartzia simplex var. grandiflora (Raddi) R.S.Cowan 6 2 1 12 0,07 0,80
Lauraceae Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. 6 2 1 12 0,07 0,80
Lecythidaceae Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze 6 2 1 12 0,07 0,80
Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 6 2 1 12 0,07 0,80
Monimiaceae Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins 6 2 1 12 0,07 0,80
Moraceae Dorstenia arifolia Lam. 6 2 1 12 0,07 0,80
Moraceae Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. 6 2 1 12 0,07 0,80
Moraceae Ficus christianii Carauta 6 2 1 12 0,07 0,80
Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger, Lanj. & Wess.-Boer 6 2 1 12 0,07 0,80
Myristicaceae Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb. 6 2 1 12 0,07 0,80
Myrtaceae Eugenia brasiliensis Lam. 6 2 1 12 0,07 0,80
Myrtaceae Eugenia candolleana DC. 6 2 1 12 0,07 0,80
Phytolaccaceae Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. 6 2 1 12 0,07 0,80
Piperaceae Piper rivinoides Kunth 6 2 1 12 0,07 0,80
Polypodiaceae Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel. 6 2 1 12 0,07 0,80
Rubiaceae Psychotria carthagenensis Jacq. 6 2 1 12 0,07 0,80
Sapindaceae Cupania oblongifolia Mart. 6 2 1 12 0,07 0,80
Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. 6 2 1 12 0,07 0,80
Verbenaceae Citharexylum myrianthum Cham. 6 2 1 12 0,07 0,80
Myrtaceae Syzygium jambos (L.) Alston. 5 1 1 5 0,07 0,33
Abreviaturas: Listas oficiais brasileiras sobre plantas medicinais (L); Valorização da biodiversidade brasileira (B); Intensidade de uso (I); Índice de Significância Medicinal (ISM) e Fator de correção (FC).

O fator de correção atua tirando o peso das citações de usos em bibliografia e valorizando a ausência das espécies em listas oficiais e seu caráter nativo ou exótico. No estudo de caso do levantamento feito no CFMA, S. terebinthifolia e M. indica obtiveram os dois maiores valores de ISM devido à discrepância na quantidade de citações de usos para elas em relação às demais. A aplicação do fator de correção deslocou M. indica para o terceiro lugar na tabela, abaixo da nativa C. spiralis, menos citada. Outro dado que demonstra a capacidade do ISM em priorizar espécies nativas sobre exóticas, e espécies com uso medicinal fora das listas oficiais, é a posição de S. jambos, uma exótica listada na RENISUS em último lugar na TABELA, mesmo tendo o mesmo número de citações de outras 28 espécies nativas e não listadas.

Conclusão

Métodos de seleção de plantas medicinais baseados em técnicas quantitativas usuais em etnobotânica podem ser utilizados e adaptados pela PAF para criação de um portfólio de espécies a serem cultivadas e indicadas aos pesquisadores com justificativas mais robustas, com reprodutibilidade e valorizando a biodiversidade brasileira.

O Índice de Significância Medicinal (ISM), em seus parâmetros, evidenciou a importância ponderada e relativa das espécies de plantas medicinais levantadas no estudo, e permitiu elencar, como prioridade para a inclusão na Plataforma Agroecológica de fitomedicamentos de Farmanguinhos/Fiocruz as espécies com os maiores valores de ISM x FC: Schinus terebinthifolia, Costus spiralis, Mangifera indica, Bixa orellana, Bauhinia forficata, Protium heptaphyllum e Borreria verticillata.

O ISM apresentou-se como ferramenta útil para seleção de espécies medicinais predominantemente nativas do Brasil e inéditas a listagens de plantas oficiais publicadas pelo governo, podendo ser indicadas a PD&I que valorize e explore o potencial de nossa biodiversidade. Observa-se assim que o ISM possui potencial de aproveitamento ao ser aplicado em bases de dados maiores, como bancos de dados de herbários e floras regionais.

É importante ressaltar que o ISM não substitui, mas pode vir a somar às metodologias de seleção de plantas medicinais para estudos farmacológicos e toxicológicos.

Fontes de Financiamento

Nenhuma.

Conflito de Interesses

Não há conflito de interesses.

Colaboradores

Concepção do estudo: BLFA; MNG; OHB.
Curadoria dos dados: BLFA; MNG.
Coleta de dados: BLFA.
Análise dos dados: BLFA; MNG; OHB; MAPAF.
Redação do manuscrito original: MNG; MAPAF.
Redação da revisão e edição: MAPAF.

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