Abstract
As palavras do professor Benjamin Gilbert reverberaram no meu caminho na Fitoterapia.
Ainda estudante, ouvia muito falar sobre o pesquisador, de naturalidade Inglesa e coração brasileiro, apaixonado por plantas medicinais, o querido prof. Benjamin Gilbert. Quando entrei na Anvisa, logo tive o grande prazer de encontrá-lo nos eventos de Fitoterapia, e, como tive a oportunidade de lhe dizer algumas vezes, sua fala sempre reverberava em minha cabeça, com uma dúvida que tinha desde os tempos de estudante: por que o Brasil reconhecia regulatoriamente as informações prioritariamente de plantas medicinais estrangeiras? Discutimos isso sempre que a vida me dava a oportunidade de encontrá-lo, com suas indagações pertinentes carregadas do belo sotaque britânico. Desde então me dediquei a entender melhor a dificuldade com as “plantas brasileiras”, fiz duas especializações, sendo uma delas na FIOCRUZ, sua querida casa, e doutorado na UNB, com o tema de monografia de plantas medicinais, me dedicando a elaborar um modelo de monografia e a monografia da espinheira-santa. Infelizmente, sua triste partida se deu antes que conseguíssemos reunir todas as informações necessárias para a maioria das plantas, mas hoje temos um caminho pavimentado para validação das espécies vegetais medicinais brasileiras que ele tanto valorizou, na sua vida dedicada ao trabalho. Que ele, e suas palavras, continuem reverberando lá do céu, incentivando pessoas a continuar sua luta pela valorização e utilização do conhecimento tradicional das plantas medicinais do país que adotou para si.