Plantas Medicinais Cultivadas e Utilizadas na Associação Casa de Ervas Barranco da Esperança e Vida (ACEBEV), Porteirinha, MG

Cindy V. Leite
Gisele L. Oliveira

Palavras-chave

planta medicinal
etnobotânica
Asteraceae
Lamiaceae
Cerrado

Resumo

O conhecimento sobre uso tradicional de plantas medicinais pode auxiliar na descoberta de princípios ativos com alguma ação farmacológica. O objetivo deste trabalho foi levantar informações sobre as plantas cultivadas e utilizadas para fins medicinais na Associação Casa de Ervas Barranco da Esperança e Vida (ACEBEV), no município de Porteirinha, MG. Realizou-se uma entrevista semi-estruturada e diálogos informais com a Irmã Mônica, freira fundadora e responsável pelo local, para obtenção das informações. Este estudo mostrou que são cultivadas na ACEBEV 74 espécies medicinais, distribuídas em 33 famílias, destacando-se a Asteraceae (15 spp.) e Lamiaceae (15 spp.). As plantas medicinais são manipuladas de forma artesanal e comercializadas como medicamento natural. Os usos mais descritos estão relacionados às doenças infecciosas, da pele e tecido sub-cutâneo, transtornos do sistema nervoso e transtornos do sistema gastrintestinal. Aloe vera (2,0), Ricinus communis (2,0) e Kalanchoe brasiliensis (2,0) apresentaram os maiores valores de Importância Relativa. Os resultados do estudo mostram a importância da ACEBEV para a população local, tanto como apoio à saúde quanto para valorização e preservação dos recursos na região.

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Autor(es)

  • Cindy V. Leite
    Faculdade de Saúde Ibituruna, Ciências Biológicas, Av. Nice, 99, Ibituruna, Montes Claros, 39400-089 MG, Brasil
  • Gisele L. Oliveira
    Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Vegetal, Centro de Ciências da Saúde, Bloco K, 2º andar, Sala 032, 21941-590, Cidade Universitária, Ilha do Fundão Rio de Janeiro – RJ, Brasil

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Como Citar

1.
Plantas Medicinais Cultivadas e Utilizadas na Associação Casa de Ervas Barranco da Esperança e Vida (ACEBEV), Porteirinha, MG. Rev Fitos [Internet]. 31º de março de 2012 [citado 22º de novembro de 2024];7(01):26-3. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/134

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