Resumo
Há dezessete anos nascia a Revista Fitos. No mundo afirmava-se a associação entre desenvolvimento econômico e Ciência, Tecnologia e Inovação. Apesar da finitute dos recursos naturais anunciada desde a década de 1980, o modelo de desenvolvimento hegemônico contiuava, a despeito de críticas de correntes ecológicas da economia, baseado e justificado na ideia de um crescimento eterno, guiado pela acumulação. Da metade do século passado para cá a Ciência evoluiu, incorporando diversos conceitos para além do modelo linear e mais recentemente, contando com os recursos do paradigma tecno econômico da informação. Entretanto, em suas políticas, elaboradas por diversos países, verifica-se a utilização da produtividade para a medição da produção científica, o que, aliás, é um conceito industrial e não científico. Verifica-se também que a despeito de grandes mudanças paradigmáticas em curso, a elaboração acadêmica ainda está presa a uma estrutura disciplinar. Por fim, a dificuldade da produção científica mundial em lidar com a pressão de transformação expressa pela emergência climática, ainda é uma realidade, patinando em velhos paradigmas a despeito da ameça a própria vida no planeta.
Quando nascia a Revista Fitos, a sustentabilidade ainda não fazia parte da estratégia nacional de Ciência e Tecnologia. Nem mesmo as novas políticas brasileiras haviam sido publicadas, trazendo pela primeira vez, a ideia de inovação, plantas medicinais e biodiversidade. Na perspectiva do acesso aberto, ou seja, a disseminação gratuita dos conteúdos acadêmicos, o Brasil ainda estava assimilando os primeiros documentos a respeito, publicados nos primeiros anos da década de 2000. Durante essa trajetória, quantos percursos a Revista Fitos teve que percorrer para evoluir, se adaptar e redefinir sua própria identidade.
Ao longo desses dezessete anos a Revista Fitos optou por ampliar seu escopo, assumindo a mutidisciplinaridade e a transdisciplinaridade para abordar a complexidade que envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em biodiversidade e saúde. Foi e continua sendo um desafio adotar um perfil que se difere daquele monodisciplinar com foco apenas nas disciplinas tradicionais como a Química e a Farmacologia para incorporar outras áreas que compõem este ecossistema epistemológico. Áreas que se relacionam através de interconexões, tais como: políticas públicas, educação, propriedade intelectual, conhecimento tradicional, agricultura ecológica e assim por diante. Hoje a Revista Fitos já opera com acesso aberto, difusão gratuita e sem custo para os autores, já tendo incorporado o conceito de ahead of print, se preparando para adotar os sistemas de publicação contínua além de avaliação aberta por pares.
Ao concluir mais um ano dessa trajetória, estamos orgulhosos de sua estrutura, composta de editores associados e a nossa equipe de trabalho. Estes imprimirão uma nova dinâmica no fluxo editorial que nos permitirá alcançar patamares ainda mais elevados para nossos objetivos. Vamos adiante!