Avaliação da atividade antioxidante do extrato da Hibiscus sabdariffa L. para desenvolvimento de formulação cosmética

José Maria Aguiar Sousa
Jeanne Marques Caldas
Maria Cristiane Aranha Brito

    José Maria Aguiar Sousa

    Faculdade Maurício de Nassau, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Rua Zoé Cerveira, 120, Alemanha, CEP 65040-840, São Luís, MA, Brasil

    Possui graduação em Bacharel em Farmácia pela Faculdade Uninassau (2020). Atua como farmacêutico, tem experiencia nas áreas de Farmácia, com ênfase em Farmacologia, Farmacognosia, Farmacotécnica, Cosmetologia e Microbiologia. Possui experiência em iniciação científica com o projeto: Planejamento e produção de modelos didáticos para o estudo de Biologia no Ensino Básico. Início: 2013. 

    Jeanne Marques Caldas

    Faculdade Maurício de Nassau, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Rua Zoé Cerveira, 120, Alemanha, CEP 65040-840, São Luís, MA, Brasil

    Maria Cristiane Aranha Brito

    Faculdade Maurício de Nassau, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Rua Zoé Cerveira, 120, Alemanha, CEP 65040-840, São Luís, MA, Brasil

    Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Maranhão (2013) e Licenciada em Ciências biológicas pela Universidade Cruzeiro do Sul (2018) , mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão (2016). Doutora em Biotecnologia pelo RENORBIO (2020). Atua como docente na Faculdade Uninassau (São Luís), atuando nos cursos de graduação em Farmácia, Biomedicina e Nutrição. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Farmacognosia, Farmacotécnica , Farmacologia, Controle de qualidade e Farmácia Hospitalar. 


Palavras-chave

Antioxidante
Fitocosmético
Metabólitos secundários
Plantas medicinais
Toxicidade

Resumo

Hibiscus sabdariffa L., pertence à família Malvaceae, possuindo caracteres antioxidantes de interesse da indústria farmacêutica. Este trabalho teve como objetivo desenvolver uma formulação cosmética a base do extrato de Hibiscus sabdariffa L., com destaque para sua atividade antioxidante. A metodologia deste material baseia-se na análise fitoquímica do extrato, avaliação da toxicidade frente à Artemia salina L. e, por fim, testes de estabilidade das formulações. Dentro dos principais resultados, os testes fitoquímicos demonstraram a presença de alcaloides, flavonoides e taninos, já no que diz respeito ao teor de polifenóis totais a média com maior teor foi a do hidromódulo 1:8 com 0,875 (mgGA)/g. O extrato encontrado com menor toxicidade foi o do hidromódulo 1:10 com o valor da CL50 encontrado de ±29270,3 µL/mL. A formulação mais estável foi a que possui uma concentração de creme aniônico tipo lanette® a 14% p/p em uma análise de 15 dias. Portanto, o hidromódulo 1:10 possui uma vantagem no que diz respeito a escolha para a produção da formulação farmacêutica contendo o extrato de Hibiscus sabdariffa, a julgar por sua menor toxicidade e sua capacidade como antioxidante.

Referências

  1. Lopes S, Rosso S. Conecte Bio, 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva S. A. 2011; 3: 480p. ISBN 978-85-02-12426-4.
  2. Hasenclever L, Paranhos J, Costa CR, Cunha G, Vieira D. A indústria de fitoterápicos brasileira: desafios e oportunidades. Ciên Saúde Col. 2017; 22(8): 2559-69. ISSN 1413-8123. [CrossRef].
  3. Souza GHB de, Mello JCP de, Lopes NP. (organizadores) Farmacognosia: coletânea científica. Ouro Preto: Editora UFOP. 2011. ISBN 978-85-288-0270-2.
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde. 2005; 136p. ISBN: 978-85-334-1597-3. [Link].
  5. Brasil. Ministério da Saúde. ANVISA. Secretaria de Vigilância sanitária. Portaria nº 519, de 26 de junho de 1998. Aprova o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de "Chás - Plantas Destinadas à Preparação de Infusões ou Decocções", constante do Anexo desta Portaria. D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 29 de junho de 1998. Disponível em: [Link]. Acesso em: 25 set. 2019.
  6. Alves CQ, David JM, David JP, Bahia MV, Aguiar RM. Métodos para determinação de atividade antioxidante in vitro em substratos orgânicos. Quím Nova. 2010; 33 (10): 2202-10. ISSN 0100-4042. [CrossRef].
  7. Silva MMA, Okamura LS, Medeiros MGM, Ferreira FES, Medeiros F. Hibiscus sabdariffa L. – Atividades biológicas e terapêuticas: Uma revisão. In: I Congresso Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde - PICS, 1., 2017, Campina Grande. Anais... CONGREPICS. Campina Grande: Realize - Eventos Científicos e Editora Ltda., 2017. p.1-6. ISSN: 2594-8334. Disponível em: [Link]. Acesso em: 13 out. 2019.
  8. Vasconcelos TC, Guidotti ACF, Bomfim FRC. O uso do Hibisco sabdariffa L. na prevenção do envelhecimento cutâneo. Rev Cient Multidisc Núcleo Conhec. Ano 3, Ed. 1, Vol. 2, pp. 05-20, jan. 2018. ISSN 2448-0959. Disponível em: [Link]. Acesso em: 9 ago. 2019.
  9. Silva JN et al. Desenvolvimento de um creme dermatológico vegetal rejuvenescedor facial contendo extrato de Hibiscus sabdariffa. Braz J Surg Clinic Res – BJSCR. 2019; 25 (2): 11-18. ISSN 2317-4404. [Link].
  10. Oliveira F, Akisue G. Fundamentos de farmacobotânica e morfologia vegetal. 3ª ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2009. ISBN: 9788573791884.
  11. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA. Farmacopeia Brasileira. 5ª ed. volume 2 / Brasília: ANVISA, 2010. 546p. [Link].
  12. Matos FJA. Introdução a Fitoquímica Experimental. 3ª ed. Imprensa Universitária/Edições UFC, Fortaleza, 2009. 150p. ISBN: 85-7282-026-4.
  13. Córdova KRV, Gama TMMTB, Winter CMG, Kaskantzis Neto G, Freitas RJS de. Características físico-químicas da casca do maracujá amarelo (Passiflora edulis flavicarpa DEGENER) obtida por secagem. B. CEPPA. 2005; 23(2): 221-230. ISSN 19839774. [CrossRef].
  14. Andreo D, Jorge N. Antioxidantes naturais: técnicas de extração. B. CEPPA. 2006; 24(2): 319-336. ISSN 1983-9774. [CrossRef].
  15. Abreu BVB et al. Quantificação de polifenóis de geoprópolis de Melipona fasciculata Smith coletado no Cerrado maranhense. Rev Ciên Saúde. 2006; 8(1): 18-24. ISSN 1516-7534.
  16. Brasil. Ministério da Saúde. Resolução - RDC Nº 14, de 14 de março de 2013. Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Insumos Farmacêuticos Ativos de Origem Vegetal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 de Março de 2013. [Link].
  17. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA. Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos. 1ª ed. Brasília: ANVISA; 2004. 52p. (Série Qualidade em Cosméticos; v. 1). ISBN 85-88233-15-0. [Link].
  18. Brito MCA. Estudo botânico, químico, avaliação da citotoxicidade e atividade antimicrobiana do óleo essencial das folhas e ramos da espécie Eugenia Patrisii Vahl. 47f. São Luís. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso [Bacharel em Farmácia] –Universidade Federal do Maranhão, UFMA, São Luís. 2013.
  19. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. 2006a. Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 22 de junho de 2006. Disponível em: [Link]. Acesso em: 22 out. 2019.
  20. Fonseca AM et al. Constituents and antioxidant activity of two varieties of coconut water (Cocos nucifera L.). Braz J Pharmacog. 2009; 19(1b): 193-198. ISSN 0102-695X. [CrossRef].
  21. Rebelo MM, Silva JKR, Andrade EHA, Maia JGS. Antioxidant capacity and biological activity of essential oil and methanol extract of Hyptis crenata Pohl ex Benth. Braz J Pharmacog. 2009; 19(1B): 230-235. ISSN 1981-528X. [CrossRef].
  22. Mendes OR. Avaliação da atividade antioxidante da flor de Hibiscus sabdariffa L. comercializada no município de Palmas – TO. 37f. Palmas. 2015. Monografia [Graduação em Farmácia]. Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Palmas - TO, 2015. [Link].
  23. Freitas NM, Santos AMCM, Moreira LRMO. Avaliação fitoquímica e determinação de minerais em amostras de Hibiscus sabdariffa L. (vinagreira). Cad Pesq. Universidade Federal do Maranhão, UFMA. 2013; 20(3): 65-72. ISSN 2178-2229. [CrossRef].
  24. Gobbo-Neto L, Lopes NP. Plantas Medicinais: Fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. Quím Nova. Out. 2007; 30(2): 374-381. ISSN 0100-4042. [CrossRef].
  25. Nunes SP, Thomas AB, Lima LCO. Compostos fenólicos, antocianinas e atividade antioxidante em chá de hibisco (Hibiscus sabdariffa L.). In: XXIII Congresso de Pós-Graduação da UFLA, 27 de outubro a 01 de novembro de 2014, 23, 2014, Lavras. Artigo. Lavras: Sbe, 2014. p1-6. Disponível em: [Link]. Acesso em: 05 nov. 2019.
  26. Vizzotto M, Castilho PM, Pereira MC. Compostos Bioativos e Atividade Antioxidante em Cálices de Hibísco (Hibiscus sabdariffa L.). EMBRAPA - Comun Técn. 2009; 213:1-7. ISSN 1806-9185. [Link].
  27. Chaves MH et al. Fenóis totais, atividade antioxidante e constituintes químicos de extratos de Anacardium occidentale L., Anacardiaceae. Rev Bras Farmacog. 2010; 20(1): 106-12. ISSN 0102-695X. [CrossRef].
  28. Rossatto GH, Bindes MMM, Cardoso VL, Reis MHM. “Determinação do teor de fenólicos totais do hibiscus sabdariffa empregando extração hidroetanólica”. In: Anais do XII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica. Blucher Chemical Engineering Proceedings. São Paulo: Blucher. 2017; 1(4): 1-6. ISSN 2359-1757. [CrossRef].
  29. Sobota JF, Pinho MG, Oliveira VB. Perfil físico-químico e atividade antioxidante do cálice da espécie Hibiscus Sabdariffa L. a partir do extrato aquoso e alcoólico obtidos por infusão e decocto. Jan/Mar 2016; Rev Fitos. Fiocruz/Instituto de Tecnologia em Fármacos. Rio de Janeiro. Jan/Mar 2016; 10(1): 33-46. [CrossRef].
  30. Souza TJT, Apel MA, Bordignon S, Matzenbacher NI, Zuanazzi JAS, Henriques AT. Composição química e atividade antioxidante do óleo volátil de Eupatorium polystachyum DC. Rev Bras Farmacog. 2007; 17: 368-372. ISSN 1981-528X. [CrossRef].
  31. Balestrin L, Dias JFG, Miguel OG, Dall’Stella DSG, Miguel MD. Contribuição ao estudo fitoquímico de Dorstenia multiformis Miquel (Moraceae) com abordagem em atividade antioxidante. Rev Bras Farmacog. 2008; 18: 230-5. ISSN 1981-528X. [CrossRef].
  32. Aquino VVF, Costa JGM, Angélico EC, Medeiros RS, Araújo MF, Rodrigues OG. Metabólitos Secundários e ação antioxidante de Croton heliotropiifolius e Croton blanchetianus. Acta Brasilie. 2017; 1(3): 7-10. ISSN 2526-4338. [CrossRef].
  33. Meyer BN, Ferrigni NR, Putnam JE, Jacobsen LB, Nichols DE, McLaughlin JL. Brine shrimp: a convenient general bioassay for active plant constituents. Pl Medic. 1982; 45(5): 31-4. [CrossRef].
  34. Lima MVS, Guedes CM, Abreu MC, Peron AP. Análise da citotoxicidade e genotoxicidade de Hibiscus sabdariffa L. in natura e industrializado, e comparação da toxicidade entre as formas analisadas da planta. Multitemas. Universidade Católica Dom Bosco. 16 out. 2018; 23(55): 121-32. [CrossRef].
  35. Shibata TMM. Influência da atividade de água nas reações químicas e bioquímicas. Decagon Devices Latam. 27 jun. 2014; São José dos Campos, SP. Disponível em: [Link]. Acesso em: 09 dez 2019.

Autor(es)

  • José Maria Aguiar Sousa
    Faculdade Maurício de Nassau, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Rua Zoé Cerveira, 120, Alemanha, CEP 65040-840, São Luís, MA, Brasil
  • Jeanne Marques Caldas
    Faculdade Maurício de Nassau, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Rua Zoé Cerveira, 120, Alemanha, CEP 65040-840, São Luís, MA, Brasil
  • Maria Cristiane Aranha Brito
    Faculdade Maurício de Nassau, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Rua Zoé Cerveira, 120, Alemanha, CEP 65040-840, São Luís, MA, Brasil

Métricas

  • Artigo visto 676 vez(es)

Como Citar

1.
Avaliação da atividade antioxidante do extrato da Hibiscus sabdariffa L. para desenvolvimento de formulação cosmética. Rev Fitos [Internet]. 17º de dezembro de 2021 [citado 21º de novembro de 2024];15(4):432-43. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/1110

1. DIREITOS CEDIDOS - A cessão total não exclusiva, permanente e irrevogável dos direitos autorais patrimoniais não comerciais de utilização de que trata este documento inclui, exemplificativamente, os direitos de disponibilização e comunicação pública da OBRA, em qualquer meio ou veículo, inclusive em Repositórios Digitais, bem como os direitos de reprodução, exibição, execução, declamação, recitação, exposição, arquivamento, inclusão em banco de dados, preservação, difusão, distribuição, divulgação, empréstimo, tradução, dublagem, legendagem, inclusão em novas obras ou coletâneas, reutilização, edição, produção de material didático e cursos ou qualquer forma de utilização não comercial.

2. AUTORIZAÇÃO A TERCEIROS - A cessão aqui especificada concede à FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ o direito de autorizar qualquer pessoa – física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira – a acessar e utilizar amplamente a OBRA, sem exclusividade, para quaisquer finalidades não comerciais, nos termos deste instrumento.

3. USOS NÃO COMERCIAIS - Usos não comerciais são aqueles em que a OBRA é disponibilizada gratuitamente, sem cobrança ao usuário e sem intuito de lucro direto por parte daquele que a disponibiliza e utiliza.

4. NÃO EXCLUSIVIDADE - A não exclusividade dos direitos cedidos significa que tanto o AUTOR como a FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ou seus autorizados poderão exercê-los individualmente de forma independente de autorização ou comunicação, prévia ou futura.

5. DIREITOS RESERVADOS - São reservados exclusivamente ao(s) AUTOR(es) os direitos morais sobre as obras de sua autoria e/ou titularidade, sendo os terceiros usuários responsáveis pela atribuição de autoria e manutenção da integridade da OBRA em qualquer utilização. Ficam reservados exclusivamente ao(s) AUTOR(es) e/ou TITULAR(es) os usos comerciais da OBRA incluída no âmbito deste instrumento.

6. AUTORIA E TITULARIDADE - O AUTOR declara ainda que a obra é criação original própria e inédita, responsabilizando-se integralmente pelo conteúdo e outros elementos que fazem parte da OBRA, inclusive os direitos de voz e imagem vinculados à OBRA, obrigando-se a indenizar terceiros por danos, bem como indenizar e ressarcir a FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ de eventuais despesas que vierem a suportar, em razão de qualquer ofensa a direitos autorais ou direitos de voz ou imagem, principalmente no que diz respeito a plágio e violações de direitos.

7. GRATUIDADE - A cessão e autorização dos direitos indicados e estabelecidos neste Instrumento será gratuita, não sendo devida qualquer remuneração, a qualquer título, ao autor e/ou titular, a qualquer tempo.

Informe um erro