O uso de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais por gestantes

Cátia de Almeida Pires
OrcID
Gabriela Braga Andrade
OrcID
Ohana Luiza Santos de Oliveira
OrcID

    Cátia de Almeida Pires

    Faculdade Maria Milza (FAMAM), Departamento de Ciências Farmacêuticas, BR-101, Governador Mangabeira, CEP 44350-000, BA, Brasil.

    OrcID https://orcid.org/0000-0002-2500-5567

    Discente do curso de Bacharelado em Farmácia.

    Gabriela Braga Andrade

    Faculdade Maria Milza (FAMAM), Departamento de Ciências da Saúde, Biomedicina, BR-101, Governador Mangabeira, CEP 44350-000, BA, Brasil.

    OrcID https://orcid.org/0000-0002-8370-7823

    Biomédica, graduada pela Faculdade Maria Milza (FAMAM).

    Ohana Luiza Santos de Oliveira

    Faculdade Maria Milza (FAMAM), Departamento de Ciências Farmacêuticas, BR-101, Governador Mangabeira, CEP 44350-000, BA, Brasil.

    OrcID https://orcid.org/0000-0003-3414-6537

    Doutoranda em Biotecnologia pela Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO) na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialização de Gestão em Saúde pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Mestra em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Graduação em Biomedicina também pela UESC com habilitações nas áreas de Patologia Clínica (Análises Clínicas), Parasitologia, Gestão das tecnologias de saúde, Genética e Biologia Molecular (CRBM2 07381). Tem experiência nas áreas: Conteudista de educação, Docência do ensino superior, Citogenética, Biologia Molecular, Biotecnologia e Análises Clínicas. 


Palavras-chave

Fitomedicina
Gravidez
Terapias complementares
Conhecimento popular

Resumo

O uso de fitoterápicos e plantas medicinais no período gestacional é alvo de discussões quanto a sua segurança, principalmente nos três primeiros meses, que podem levar a abortos espontâneos e malformações. Pelo seu uso popular, esses tornam-se uma alternativa, principalmente pelas gestantes, sendo empregados no tratamento de infecções, dor, ansiedade, distúrbios do sono e sintomas da gravidez. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar quais fitoterápicos e plantas medicinais podem ou não ser utilizados tanto para tratamento quanto para prevenção de patologias em gestantes no Brasil, correlacionando com a relevância da correta orientação para o uso seguro. Trata-se de uma revisão integrativa, com buscas feitas nas bases de dados PubMed, SciELO e BVS. Percebeu-se que as gestantes demonstraram confiança em usar as ervas, não sendo uma prática comumente informada aos profissionais. As mais usadas são: boldo, erva-doce, hortelã, camomila, erva cidreira, canela, poejo, capim santo e alho, sendo a maioria descrita pela Resolução SES nº 1757, de 18 de fevereiro de 2002, como tóxicas a esse grupo. Portanto, são necessários mais estudos com relação ao uso da fitoterapia e seus efeitos adversos em gestantes, bem como a devida orientação a esse público-alvo.

Referências

  1. Cordeiro BM et al. Hexane extract from Spondias tuberosa (Anacardiaceae) leaves has antioxidant activity and is an anti-Candida agent by causing mitochondrial and lysosomal damages. BMC Complemen Alter Med. 2018; 18(284): 1-10. [CrossRef] [PubMed].
  2. Silva NC, Regis AC, Esquibel MA, Santos J, Almeida MZ. Uso de plantas medicinais na comunidade quilombola da Barra II – Bahia, Brasil. Bol Latinoamer Caribe Pl Med Aromát. 2012; 5(11): 435-453. ISSN 0717 7917. [Link].
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 26, de 13 de maio de 2014. Brasília, 2014. Disponível em: [Link]. Acesso em: 9 jan. 2021.
  4. Dantas MM. Formas farmacêuticas fitoterápicas de uso tópico: uma revisão bibliográfica. 46p. 2018. [Link].
  5. Oliveira LB, Batista AH, Fernandes FC, Sales GW, Nogueira NA. Atividade antifúngica e possível mecanismo de ação do óleo essencial de folhas de Ocimum gratissimum Linn. sobre espécies de Cândida. Rev Bras Pl Med. 2016; 18(2): 511-523. ISSN 1983-084X. [CrossRef].
  6. Badke MR, Budo MD, Silva FM, Ressel LB. Plantas medicinais: o saber sustentado na prática do cotidiano popular. Res Invest. 2011; 15(1): 132-139. ISSN 1414-8145. [CrossRef].
  7. Turolla MS, Nascimento ES. Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil. Rev Bras Ciên Farmac. 2006; 42(2): 289-306. ISSN 1516-9332. [CrossRef].
  8. Silva J, Dantas I, Chaves T. Plantas utilizadas como abortivas no município de Bom Jardim – PE. Rev Biol Farm. 2010; 4(1): 117-128. ISSN 1983-4209. [Link].
  9. Gorril LE, Jacomassi E, Junior SE, Dalsenter PR, Junior AG, Lourenço EL. Risco das plantas medicinais na gestação: uma revisão dos dados de acesso livre em língua portuguesa. Arq Ciên Saúde - UNIPAR. 2016; 20(1): 67-72. [CrossRef].
  10. Cardoso BS, Amaral VC. O uso da fitoterapia durante a gestação: um panorama global. Ciên Saúde Colet. 2019; 24(4): 1439-1450. ISSN 1678- 4561. [CrossRef] [PubMed].
  11. Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica. Brasília, 2012. Disponível em: [Link]. Acesso em: 10 jan. 2021.
  12. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília, 2006. Disponível em: [Link]. Acesso em: 10 jan. 2021.
  13. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 17, de 16 de abril de 2010. Brasília, 2010. Disponível em: [Link]. Acesso em: 10 jan. 2021.
  14. Brasil. Ministério da Saúde. SUS oferece fitoterápicos como alternativa de tratamento. Disponível em: [Link]. Acesso em: 10 jan. 2021.
  15. Mendes KD, Silveira RC, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e enfermagem. Rev Texto Cont Enferm. 2008; 17(4): 758-764. ISSN 1980-265X. [CrossRef].
  16. Ribeiro OM, Martins MM, Tronchin DM. Modelos de prática profissional de enfermagem: revisão integrativa da literatura. Rev Enferm Refer. 2016; 4(10): 125-133. ISSN 2182-2883. [CrossRef].
  17. Pontes SM et al. Utilização de plantas medicinais potencialmente nocivas durante a gestação na cidade de Cuité-PB. Rev Comun Ciên Saúde. 2012; 23(4): 305-311. [Link].
  18. Macena LM, Nascimento AS, Krambeck K, Silva FA. Plantas medicinais utilizadas por gestantes atendidas na Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro Cohab Tarumã no município de Tangará da Serra, Mato Grosso. Rev Biol Farm Manejo Agríc. 2012; 7(1): 143-155. ISSN 1983-4209. [Link].
  19. Towns AM, Andel TV. Comparing local perspectives on women’s health with statistics on maternal mortality: an ethnobotanical study in Bénin and Gabon. J Complem Alter Med. 2014; 14(113): 1-9. [CrossRef] [PubMed]
  20. Mothupi MC. Use of herbal medicine during pregnancy among women with access to public healthcare in Nairobi, Kenya: a cross-sectional survey. J Complem Alter Med. 2014; 14(432): 1-8. [CrossRef] [PubMed]
  21. Camargo FR. Promoção da saúde materno-infantil: grupo reflexivo sobre o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos na gravidez e lactação. Araraquara. 2015. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC. [Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica] - Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAR), Universidade Estadual Paulista, UNESP, Araraquara. 2015. [Link].
  22. Duarte AF, Martins AL, Miguel MD, Miguel OG. O uso de plantas medicinais durante a gravidez e amamentação. Visão Acad. 2017; 18(4): 126-139. ISSN 1518-8361. [CrossRef]
  23. Aljofan M, Alkhamaiseh S. Prevalence and factors influencing use of herbal medicines during pregnancy in Hail, Saudi Arabia. Sultan Qaboos Univ Med J. 2020; 20(1): 71-76. [CrossRef] [PubMed]
  24. Lacerda JR et al. Conhecimento popular sobre plantas medicinais e sua aplicabilidade em três segmentos da sociedade no município de Pombal-PB. Agropec Cient Semi-Árido. 2013; 9(1): 14-23. [CrossRef]
  25. Brasil. Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro. Resolução nº 1757, de 18 de fevereiro de 2002. Brasília, 2002. Disponível em: [Link]. Acesso em: 12 jan. 2021.
  26. Pires AM, Araujo OS. Percepção de risco e conceitos sobre plantas medicinais, fitoterápicos e medicamentos alopáticos entre gestantes. Rev Baiana Saúde Púb. 2011; 35(2): 320-333. [CrossRef]
  27. Ruiz AL, Taffarello D, Souza VH, Carvalho JE. Farmacologia e toxicologia de Pelmus boldus e Baccharis genistelloides. Rev Bras Farmacol. 2008; 18(2): 295-300. ISSN 0102-695X. [CrossRef]
  28. Santana LL, Silva AC. Os riscos do uso de plantas medicinais durante o período gestacional. Acta Toxicol Argentina. 2018; 26(3): 118-123. ISSN 1851-3743. [Link].
  29. Medeiros MA, Riet-Correa F, Dantas F, Santos J, Medeiros R. Efeitos teratogênicos de Prosopis juliflora em ratos e análise da toxicidade das vagens. Pesq Vet Bras. 2014; 34(11): 1089-1093. ISSN 0100-736X. [CrossRef].
  30. Lussana F, Coppens M, Cattaneo M, Middeldorp S. Pregnancy-related venous thromboembolism: risk and the effect of thromboprophylaxis. Thromb Res. 2012; 129(6): 673-680. [CrossRef] [PubMed].
  31. Viegas CF, Francicon CH, Lima MP. Abordagem etnobotânica em uma empresa do polo industrial de Manaus. Scientia Amaz. 2014; 3(3): 51-58. [Link].
  32. Montesano D, Rocchetti G, Putnik P, Lucini L. Radioactive profile of pumpkin: an overview on terpenoids and their health-promoting properties. Curr Op Food Sci. 2018; 22: 81-87. [CrossRef].
  33. Arcanjo GM, Medeiros ML, Azevedo RR, Rocha TJ, Griz SA, Mousinho KC. Estudo da utilização de plantas medicinais com finalidade abortiva. Rev Eletr Biol. 2013; 6(3): 234-250. ISSN 1983-7682. [Link]
  34. Andrade AM, Ramalho AA, Opitz SP, Martins FA. Farmacocinética e mecanismos de teratogenicidade dos medicamentos na gestação: uma revisão da literatura. Infarm Ciên Farmac. 2017; 29(2): 100-107. [CrossRef]
  35. Carvalho MG, Melo AG, Aragão CF, Raffin FN, Moura TF. Schinus terebinthifolius Raddi: Chemical composition, biological properties and toxicity. Rev Bras Pl Med. 2013; 15(1): 158-169. ISSN 1516-0572. [CrossRef]
  36. Yoon K, JinkWon K, Ok JK, Won CK. Intoxication by angel’s trumpet: case report and literature review. BMC Res Notes. 2014; 7(1): 553. [CrossRef] [PubMed]
  37. Núcleo de Telessaúde. Quais plantas medicinais podem ser utilizadas durante a gestação? 2015. Disponível em: [Link]. Acesso em: 12 jan. 2021.
  38. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família). Brasília, 2009. Disponível em: [Link]. Acesso em: 12 jan. 2021.
  39. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS – PNPIC-SUS. Brasília, 2006. Disponível em: [Link]. Acesso em: 12 jan. 2021.
  40. Carvalho NS, Bezerra AN, Viana AC, Morais SR, Azevedo DV. Percepção das gestantes quanto ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos: uma revisão integrativa de literatura. Braz J Health Rev. 2020; 3(4): 9282-9298. ISSN 2595-6825. [CrossRef].
  41. Pires JO, Léda PH, Oliveira DR, Coelho-Ferreira MR, Scher IS, Talgatti DM. Etnobotânica aplicada à seleção de espécies nativas amazônicas como subsídio à regionalização da fitoterapia no SUS: município de Oriximiná - PA, Brasil. Rev Fitos. 2020; 14(4): 492-512. ISSN 2446-4775. [CrossRef].

Autor(es)

  • Cátia de Almeida Pires
    Faculdade Maria Milza (FAMAM), Departamento de Ciências Farmacêuticas, BR-101, Governador Mangabeira, CEP 44350-000, BA, Brasil.
    https://orcid.org/0000-0002-2500-5567
  • Gabriela Braga Andrade
    Faculdade Maria Milza (FAMAM), Departamento de Ciências da Saúde, Biomedicina, BR-101, Governador Mangabeira, CEP 44350-000, BA, Brasil.
    https://orcid.org/0000-0002-8370-7823
  • Ohana Luiza Santos de Oliveira
    Faculdade Maria Milza (FAMAM), Departamento de Ciências Farmacêuticas, BR-101, Governador Mangabeira, CEP 44350-000, BA, Brasil.
    https://orcid.org/0000-0003-3414-6537

Categorias

Métricas

  • Artigo visto 1405 vez(es)

Como Citar

1.
O uso de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais por gestantes. Rev Fitos [Internet]. 17º de dezembro de 2021 [citado 5º de novembro de 2024];15(4):538-49. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/1176

1. DIREITOS CEDIDOS - A cessão total não exclusiva, permanente e irrevogável dos direitos autorais patrimoniais não comerciais de utilização de que trata este documento inclui, exemplificativamente, os direitos de disponibilização e comunicação pública da OBRA, em qualquer meio ou veículo, inclusive em Repositórios Digitais, bem como os direitos de reprodução, exibição, execução, declamação, recitação, exposição, arquivamento, inclusão em banco de dados, preservação, difusão, distribuição, divulgação, empréstimo, tradução, dublagem, legendagem, inclusão em novas obras ou coletâneas, reutilização, edição, produção de material didático e cursos ou qualquer forma de utilização não comercial.

2. AUTORIZAÇÃO A TERCEIROS - A cessão aqui especificada concede à FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ o direito de autorizar qualquer pessoa – física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira – a acessar e utilizar amplamente a OBRA, sem exclusividade, para quaisquer finalidades não comerciais, nos termos deste instrumento.

3. USOS NÃO COMERCIAIS - Usos não comerciais são aqueles em que a OBRA é disponibilizada gratuitamente, sem cobrança ao usuário e sem intuito de lucro direto por parte daquele que a disponibiliza e utiliza.

4. NÃO EXCLUSIVIDADE - A não exclusividade dos direitos cedidos significa que tanto o AUTOR como a FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ou seus autorizados poderão exercê-los individualmente de forma independente de autorização ou comunicação, prévia ou futura.

5. DIREITOS RESERVADOS - São reservados exclusivamente ao(s) AUTOR(es) os direitos morais sobre as obras de sua autoria e/ou titularidade, sendo os terceiros usuários responsáveis pela atribuição de autoria e manutenção da integridade da OBRA em qualquer utilização. Ficam reservados exclusivamente ao(s) AUTOR(es) e/ou TITULAR(es) os usos comerciais da OBRA incluída no âmbito deste instrumento.

6. AUTORIA E TITULARIDADE - O AUTOR declara ainda que a obra é criação original própria e inédita, responsabilizando-se integralmente pelo conteúdo e outros elementos que fazem parte da OBRA, inclusive os direitos de voz e imagem vinculados à OBRA, obrigando-se a indenizar terceiros por danos, bem como indenizar e ressarcir a FIOCRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ de eventuais despesas que vierem a suportar, em razão de qualquer ofensa a direitos autorais ou direitos de voz ou imagem, principalmente no que diz respeito a plágio e violações de direitos.

7. GRATUIDADE - A cessão e autorização dos direitos indicados e estabelecidos neste Instrumento será gratuita, não sendo devida qualquer remuneração, a qualquer título, ao autor e/ou titular, a qualquer tempo.

Informe um erro