Universidade Estadual Paulista (UNESP), Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, campus Botucatu, Rubens Guimarães Montenegro, s/n, CEP 18618-687. Botucatu, SP, Brasil.
Atualmente é especializando do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Biomedicina. Durante a graduação participou do Grupo G3B3 onde desenvolveu projetos com foco em bioquímica estrutural e métodos contraceptivos; participou do I Congresso Latinoamericano de Biomedicina e Ciências do Laboratório, publicou ebooks de própria autoria com ênfase em Anatomia e Imagenologia, além de participações em outros ebooks como escritora de capítulo. Apresentou o trabalho intitulado LIVRO DIGITAL DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS: UM RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DE ANATOMIA no Congresso Nacional da Iniciação Científica, CONIC-SEMESP.
Biomédica formada pela Universidade Paulista Unip e aprimoranda em Biologia Molecular Diagnóstica pela FMB-UNESP - Botucatu/SP
Luiz Domingues de Almeida Junior
Universidade Paulista (UNIP), Rua Luís Levorato, 140, Chácaras Bauruenses, CEP 17048-290, Bauru, SP, Brasil.
Farmacêutico Bioquímico, Mestre e Doutor em farmacologia com foco em produtos naturais e plantas medicinais. Professor assistente Universidade Paulista UNIP – Bauru/SP. Professor assistente do Centro Universitário Sudoeste Paulista (UNIFSP) – Avaré/SP. Pesquisador colaborador do Laboratório Fitomedicamentos, Farmacologia e Biotecnologia (FitoFarmaTec) – Dpto de Farmacologia – UNESP – Botucatu-SP.
A Cannabis sativa L. (Cannabaceae) é utilizada pelo ser humano a milhares de anos, sendo uma planta, atualmente, muito estudada no desenvolvimento de medicamentos, e o seu uso medicinal in natura têm sido amplamente discutido, dada a sua potencialidade farmacológica. O presente artigo descreveu os aspectos farmacológicos e a legislação associados à Cannabis sativa L. no Brasil através de uma revisão de literatura, feita por meio de consultas em bases de dados indexadas e portais institucionais. Cannabis sativa L. possui uma ampla variedade de substâncias químicas, sendo o delta-9-tetra-hidrocanabinol, canabidiol, canabigerol, canabinol e o delta-8-tetra-hidrocanabinol os mais conhecidos e estudados. O organismo humano apresenta uma série de receptores canabinoides, e a modulação desses receptores está associada ao uso medicinal da planta. No Brasil, a utilização de Cannabis sativa L. e seus derivados passaram por inúmeras fases legais, desde a criminalização, a partir de 1932, até a autorização de medicamentos contendo canabinoides, em 2019. No contexto tecnológico e científico existe uma constante busca por elucidar as potencialidades da planta. Porém, esses fatores confrontam com os aspectos legais e sociais.
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Emily Thalia Teixeira da Silva
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, campus Botucatu, Rubens Guimarães Montenegro, s/n, CEP 18618-687. Botucatu, SP, Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-7835-4720
Luiz Domingues de Almeida Junior
Universidade Paulista (UNIP), Rua Luís Levorato, 140, Chácaras Bauruenses, CEP 17048-290, Bauru, SP, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-4139-9244