Resumo
Nous avons rencontré le Docteur Gilbert lors de notre première participation aux travaux du NGBS, aujourd’hui CIBS, en 2010. Et depuis, chaque année jusqu’en 2019, de passage à Rio de Janeiro, nous avions le plaisir de le retrouver.
Plaisir, parce que c’était un homme singulier, compagnon de route du NGBS au sens noble du terme, c’est-à-dire totalement impliqué dans l’aventure du réseau Redesfito, engagé, concentré sur l’analyse pointue des difficultés rencontrées dans la mise en oeuvre du Programme National des Plantes Médicinales et Phytothérapeutiques PNPMF, mais aussi focalisé sur l’élaboration de possibles solutions pragmatiques. Au sein de l’équipe, il avait une place à part. Avec nous, les français, il espérait surtout trouver un appui pour des recherches médicales plutôt que sociologiques (nous sommes deux sociologues …).
Il habitait une petite maison à Urca, nous passions le prendre en voiture pour nous rendre ensemble à Farmanguinhos, et ces très longs trajets étaient des moments privilégiés d’échange avec lui. Homme intègre, il avait une démarche intellectuelle sobre et rigoureuse. Il prenait la parole avec retenue et fermeté, et il était écouté, il avait une autorité, mais jamais il ne se comportait en dominateur, jamais il ne se montrait autoritaire (à notre connaissance). Il avançait ses propositions, défendant lors des débats une approche toujours claire, concrète et directe.
Ainsi que l’écrit Francis Scott Fitzgerald, « la marque d’une intelligence de premier plan est qu’elle est capable de se fixer sur deux idées contradictoires, sans pour autant perdre la possibilité de fonctionner. On devrait par exemple comprendre que les choses sont sans espoir, et cependant être décidé à les changer ». Il fallait cette intelligence, et il l’avait, pour aider Glauco de Kruse Villas Boas à tenir la barre du projet du CIBS.
Nous conservons vivant son souvenir et la mémoire de sa posture d’homme de science au service de l’action.
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Conhecemos o Dr. Gilbert quando participamos pela primeira vez do trabalho da NGBS, agora CIBS, em 2010. E desde então, todos os anos até 2019, tivemos o prazer de reencontrá-lo no Rio de Janeiro.
Prazer, porque ele era um homem singular, um companheiro de viagem da NGBS no sentido nobre do termo, ou seja, totalmente envolvido na aventura da rede Redesfito, comprometido, focado na análise aprofundada das dificuldades encontradas na implementação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos PNPMF, mas também focado no desenvolvimento de possíveis soluções pragmáticas. Ele tinha um lugar especial na equipe. Conosco, os franceses, ele esperava, acima de tudo, encontrar apoio para a pesquisa médica e não sociológica (somos dois sociólogos...).
Ele morava em uma pequena casa na Urca, e costumávamos pegá-lo no carro para irmos juntos a Farmanguinhos, e essas viagens muito longas eram momentos privilegiados de troca com ele. Homem íntegro, sua abordagem intelectual era sóbria e rigorosa. Tinha autoridade, mas nunca se comportou como um dominador, nunca se mostrou autoritário (pelo que sabemos). Ele apresentava suas propostas, sempre defendendo uma abordagem clara, concreta e direta durante os debates.
Como escreveu Francis Scott Fitzgerald, "a marca de uma inteligência de primeira linha é ser capaz de manter duas ideias contraditórias sem perder a possibilidade de funcionar. Deve-se, por exemplo, entender que as coisas não têm solução e, ainda assim, estar determinado a mudá-las".Essa inteligência era necessária, e ele a tinha, para ajudar Glauco de Kruse Villas Boas a conduzir o projeto do CIBS.
Manteremos viva sua memória e a lembrança de sua postura como homem de ciência a serviço da ação.