A professora Titular Rachel Oliveira Castilho é farmacêutica, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995). Concluiu o mestrado (1997) e o doutorado (2001) em química de produtos naturais na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil e pós-doutorado na Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg - Alemanha (2014). Desde 2006, é professora na Universidade Federal de Minas Gerais, no Departamento de Produtos Farmacêuticos, onde é líder do Laboratório de Farmacognosia e Homeopatia (GnosiaH) e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Tem projetos do CNPq, CAPES, FAPEMIG, School of Pharmacy do Trinity College, University of Dublin e Prefeituras de Itajubá e Betim. É uma das líderes do Núcleo de Estudos Pesquisa e Desenvolvimento em Ciências Farmacêuticas (NEPDCFAR/UFMG) e coordenadora do projeto em Rede CuraÓrtese. Atua nas seguintes áreas: a) Bioprospecção e fitoquímica de espécies vegetais brasileiras com atividade biológica (química de produtos naturais), b) Padronização de extratos e desenvolvimento de métodos de análise em plantas medicinais e derivados, c) Desenvolvimento de preparações farmacêuticas com plantas medicinais e d) Quimiossistemática micromolecular. Bolsista de produtividade em pesquisa 2.
Pesquisador no grupo de pesquisa Pesquisa em Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas aplicadas à Saúde Pública, do(a) Consorcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa pela CABSIn. Coordenadora do primeiro Mapa de Evidências da Efetividade Clínica da Aromaterapia (OPAS/BIREME/CABSIn). Pós-doutora em Ciências Farmacêuticas (PPGCF/UFRGS). Possui graduação como Bacharel em Química (UFRGS), Especialização em Toxicologia (SSP/RS), Especialização em Óleos Essenciais (PUCRS), Mestrado em Engenharia Metalúrgica-Ciências dos Materiais (PPGEMM/UFRGS), Doutorado em Ciências Farmacêuticas. Certificação CertAroma pela ABRAROMA. Tem experiência na área de química, com ênfase em química analítica, atuando principalmente nos seguintes temas: toxicologia química (drogas de abuso, agrotóxicos e venenos), controle de qualidade, óleos essenciais, farmacologia e formulações na área da saúde com óleos essenciais e aromáticos. Dizer pessoal: "O bacharelado iluminou o caminho, o mestrado ensinou como caminhar através da metodologia científica, a toxicologia mostrou o perigo e os cuidados necessários, entretanto a especialização, o doutorado e o pós-doutorado na área dos óleos essenciais evidenciaram a beleza, a harmonia e o potencial terapêutico da química."
A Anchietea pyrifoliaé uma espécie nativa brasileira, conhecida como Anchietea. Suas raízes e cascas possuem indicação para afecções de pele como eczemas, furunculose, eritemas e feridas, bem como acne. Esta monografia é fruto da pesquisa para validação dos usos das flores como antiespasmódica, apresentado por Rodolpho Albino na primeira edição da Farmacopeia do Brasil, do século XX. A pesquisa foi realizada por meio da busca de artigos nas bases de dados PUBMED, EMBASE e BVS, utilizando máscaras específicas. Estudos fitoquímicos e pré-clínicos demostraram que os flavonoides-O-glicosilados, ácido clorogênico e seus isômeros são responsáveis pelas atividades anti-inflamatórias e antioxidantes. A monografia de Anchietea pyrifolia (Mart.) G. Don evidencia uma planta com uso tradicional para condições cutâneas, acne, eczemas e feridas, além de purgativa. De acordo com os dados de toxicidade, seu uso parece seguro, não sendo observados sinais de toxicidade nas doses testadas. Entretanto, o uso como purgativo pode gerar irritação gastrointestinal em doses elevadas, recomendando-se cautela.
Referências
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