Validação farmacológica do uso da Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J. W. Grimes (Abaremo, Barbatimão) descrito nos tratados entre os séculos XVII ao século XX

Rúbia Graciele Patzlaff
OrcID
Adriana Nunes Wolffenjbüttel
OrcID

    Rúbia Graciele Patzlaff

    CABSIN - Consórcio Acadêmico de Saúde Integrativa, Laboratório. Avenida Ipiranga, 2752, 1º andar, Santana, CEP 90610-000, Porto Alegre, RS, Brasil.

    OrcID https://orcid.org/0009-0003-1720-5125

    Possui doutorado em Ciências Biológicas - Botânica pelo Museu Nacional/UFRJ, na área de Arqueobotânica, Etnobotânica e Ecologia Histórica (2016). O tema do trabalho de doutorado engloba carvoarias históricas, etnobotânica, fitossociologia, ecologia histórica e antracologia. Realizou mestrado em Botânica pela Escola Nacional de Botânica Tropical do Instituto de pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro trabalhando com Etnbotânica de plantas medicinais, e especialização em Educação Ambiental pelo convênio Universidade Cândido Mendes e Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2006). Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002). Tem experiência na área de Educação Ambiental, através do Grupo Saberes em Educação Ambiental; Botânica, com ênfase em Etnobotânica de Plantas Medicinais, e Arqueobotânica com ênfase em Antracologia. Participou como pesquisadora em 2018 do projeto Patrimônio natural e cultural: análise das possibilidades de apropriação de um Jardim Histórico, na Fundação Casa de Rui Barbosa. Hoje atua em pesquisas na mesmas áreas como técnica em Coleções Antropológicas do Laboratório de Arqueobotânica e Paisagem do Museu Nacional.

    Adriana Nunes Wolffenjbüttel

    CABSIN - Consórcio Acadêmico de Saúde Integrativa, Laboratório. Avenida Ipiranga, 2752, 1º andar, Santana, CEP 90610-000, Porto Alegre, RS, Brasil.

    OrcID https://orcid.org/0000-0003-0586-2227

    Pesquisador no grupo de pesquisa Pesquisa em Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas aplicadas à Saúde Pública, do(a) Consorcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa pela CABSIn. Coordenadora do primeiro Mapa de Evidências da Efetividade Clínica da Aromaterapia (OPAS/BIREME/CABSIn). Pós-doutora em Ciências Farmacêuticas (PPGCF/UFRGS). Possui graduação como Bacharel em Química (UFRGS), Especialização em Toxicologia (SSP/RS), Especialização em Óleos Essenciais (PUCRS), Mestrado em Engenharia Metalúrgica-Ciências dos Materiais (PPGEMM/UFRGS), Doutorado em Ciências Farmacêuticas. Certificação CertAroma pela ABRAROMA. Tem experiência na área de química, com ênfase em química analítica, atuando principalmente nos seguintes temas: toxicologia química (drogas de abuso, agrotóxicos e venenos), controle de qualidade, óleos essenciais, farmacologia e formulações na área da saúde com óleos essenciais e aromáticos. Dizer pessoal: "O bacharelado iluminou o caminho, o mestrado ensinou como caminhar através da metodologia científica, a toxicologia mostrou o perigo e os cuidados necessários, entretanto a especialização, o doutorado e o pós-doutorado na área dos óleos essenciais evidenciaram a beleza, a harmonia e o potencial terapêutico da química."


Palavras-chave

Barbatimão
Espécies medicinais nativas
Abarema cochliacarpos
Extrato metanólico
Flavonoides
Catequinas

Resumo

Conhecida genericamente como “Abarema” ou “Barbatimão”, A. coclhiocarpos é uma espécie nativa e endêmica do Brasil. A casca de seu tronco é tradicionalmente utilizada nas regiões Nordeste e Sudeste principalmente para o tratamento de problemas cutâneos e gástricos. A presente monografia é fruto da pesquisa para validação dos usos da sua casca como adstringente e para tratamento de úlceras, apresentados no tratado de Guilherme Piso, do século XVII. A pesquisa foi realizada através da busca de artigos nas bases de dados PUBMED, EMBASE e BVS, através de máscaras específicas. Estudos pré-clínicos demonstraram que compostos fenólicos são os possíveis responsáveis pelo efeito adstringente e cicatrizante. O extrato metanólico da casca foi o que apresentou maior potencial, mostrando efeito protetor da mucosa gástrica, em especial a sua fração butanólica, que apresentou efeitos cicatrizante, antioxidante e anti-inflamatório significativos. O flavonoide (+)-catequina, principal composto encontrado na fração butanólica, parece ser o responsável por estes efeitos. Um potencial efeito hepatotóxico para infusão e extrato hidroalcoólico da casca foi apresentado por um único estudo. Embora os resultados sejam promissores, faltam pesquisas pré-clínicas e clínicas que confirmem segurança e eficácia de uso em humanos. Os poucos estudos encontrados corroboram a importância de estudos de espécies nativas.

Referências

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  2. Iganci JRV. Abarema cochliocarpos (imagem). In: Morim MP, Iganci JRV, Guerra E. Abarema in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: [https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB17974]. acesso em: junho de 2024.
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Autor(es)

  • Rúbia Graciele Patzlaff
    CABSIN - Consórcio Acadêmico de Saúde Integrativa, Laboratório. Avenida Ipiranga, 2752, 1º andar, Santana, CEP 90610-000, Porto Alegre, RS, Brasil.
    https://orcid.org/0009-0003-1720-5125
  • Adriana Nunes Wolffenjbüttel
    CABSIN - Consórcio Acadêmico de Saúde Integrativa, Laboratório. Avenida Ipiranga, 2752, 1º andar, Santana, CEP 90610-000, Porto Alegre, RS, Brasil.
    https://orcid.org/0000-0003-0586-2227

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Como Citar

1.
Validação farmacológica do uso da Abarema cochliacarpos (Gomes) Barneby & J. W. Grimes (Abaremo, Barbatimão) descrito nos tratados entre os séculos XVII ao século XX. Rev Fitos [Internet]. 28º de novembro de 2025 [citado 19º de dezembro de 2025];19(Suppl. 1):e1870. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/1870
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