Curso de especialização em Gestão da Inovação em Medicamentos da Biodiversidade - EAD: Uma experiência piloto no Rio de Janeiro

Regina Nacif
Orlando Nascimento

Resumo

A Revista Fitos, neste suplemento, apresenta cinco Comunicações Breves de trabalhos de conclusão de curso (TCC) desenvolvidos pelos discentes da primeira turma do Curso de Especialização em Gestão da Inovação em Medicamentos da Biodiversidade, modalidade de Educação a distância (EAD).

Este curso foi resultado de uma parceria do Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS/Farmanguinhos/FIOCRUZ) e da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP) e foi implantado em 2015, inicialmente como um Projeto Piloto desenvolvido no estado do Rio de Janeiro.

O curso de Gestão da Inovação em Medicamentos da Biodiversidade faz parte das realizações do NGBS no âmbito da educação, particularmente, no que se refere à qualificação de gestores da cadeia produtiva de medicamentos da biodiversidade com a finalidade de instaurar o trabalho em rede, particularmente, das RedesFito e instaurar novos pilares para reconstrução das políticas ambientais e da inovação, contribuindo com vários outros setores da sociedade para mudanças de paradigmas de construção de conhecimento.

Além das cinco Comunicações Breves geradas no curso EAD, foi incluído neste suplemento uma comunicação breve oriunda de um TCC do Curso de Especialização de Gestão da Inovação em Fitomedicamentos, modalidade presencial. Este curso iniciou-se em 2008 e, atualmente, seleciona alunos para a sétima edição.

Entre os 6 trabalhos publicados, 2 são da área de Etnobotânica, 3 são estudos sobre Gestão, Política e CT&I em Saúde e 1 é de Farmacologia.

No primeiro grupo duas comunicações abordam questões de Etnobotânica. Alan Costa Sombra em “Arranjo Produtivo Local - Volta Redonda, uma abordagem regional sobre os aspectos etnobotânicos, agroecológicos e serviços relacionados à Fitoterapia” apresenta uma análise do Arranjo Produtivo Local (APL) de Volta Redonda, por meio do levantamento sistemático de dados sobre as plantas utilizadas na região de saúde em que está inserido e os documentos disponíveis sobre os serviços de Fitoterapia dos doze municípios que integram esse território.

Já Ana Paula Cipriano de Oliveira na comunicação intitulada “O conhecimento tradicional sobre plantas medicinais no âmbito da saúde da mulher: uma perspectiva no contexto do produto tradicional fitoterápico” cujo objetivo foi destacar a importância no conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais para saúde mulher, no contexto dos Produtos Tradicionais Fitoterápicos, apresentou através de uma revisão sistemática importantes avanços na área de regularização de fitoterápicos para este programa.

Na temática de Farmacologia, Flávia Cunha Camillo, em seu trabalho intitulado “Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson uma espécie nativa promissora para a introdução em programas nacionais de plantas medicinais e fitoterápicos” nos apresenta a Lippia alba, que apesar de ser uma planta bastante utilizada no Brasil, encontra-se fora dos principais documentos que enfatizam a introdução de plantas medicinais na atenção básica do sistema de saúde pública. Diante dessas considerações, este estudo teve por objetivo realizar uma revisão da literatura sobre a sua classificação botânica, constituintes químicos, atividades farmacológicas e indicação de uso enfatizando a importância desta espécie para o Brasil.

Na temática de Gestão, Política e CT&I em Saúde, a autora Lavínia Brito em “PROFITO - desafios e soluções de um caso de sucesso” apresenta um estudo de caso do PROFITO, realizado através de uma revisão bibliográfica não exaustiva de 2006 a 2015, identificando os principais entraves, as estratégias de enfrentamento das barreiras e desafios e as soluções encontradas.

Jussara Alice Beleza Macedo, através da comunicação “Plantas medicinais e fitoterápicos na atenção primária à saúde: contribuição para profissionais prescritores” buscou através de uma revisão bibliográfica integrativa, elencar informações que possam auxiliar os profissionais da atenção básica na prática de trabalho com a fitoterapia.

E como único o único trabalho deste suplemento resultado de um TCC do curso presencial, Marcela Caroline Bezerra Gama em “Análise da Implantação de Plantas Medicinais em Horta de Laje como Adjuvante no Tratamento e Prevenção da Tuberculose” apresenta uma análise sobre a viabilidade da implantação de uma horta-piloto na laje do Instituto Vila Rosário, em Duque de Caxias-RJ, bem como os aspectos técnicos, financeiros e produtivos dessa implantação.

Consideramos que este suplemento constitui uma ação da Seção do Conhecimento do NGBS ao dar continuidade à divulgação de trabalhos de alunos dos cursos presenciais e a distância, por compreender a importância dos mesmos para as diferentes áreas de conhecimento envolvidas nas ações das Redesfito: Inovação, Saúde, Biodiversidade, Gestão, Medicamentos e Políticas.

Estes estudos reforçam, também, o diferencial do escopo da Revista Fitos em relação a outras publicações que tratam de plantas medicinais. A cadeia produtiva de medicamentos da biodiversidade caracteriza-se por ser extremamente complexa, envolvendo diversos setores produtivos. Assim, a Revista Fitos, pelo compromisso com a inovação neta área, abre seu escopo e divulga a produção científica multidisciplinar.

Por fim, esperamos que este suplemento da Revista Fitos possa contribuir para a divulgação dos cursos de especialização entre os diferentes atores da sociedade e, de forma significativa, para comunidade cientifica, evidenciando o seu potencial na qualificação de profissionais comprometidos com a sustentabilidade na busca de novas alternativas de projetos de intervenção.

Boa leitura!


Autor(es)

  • Regina Nacif
    Fundação Oswaldo Cruz - Farmanguinhos
  • Orlando Nascimento
    Fundação Oswaldo Cruz - Farmanguinhos

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Como Citar

1.
Curso de especialização em Gestão da Inovação em Medicamentos da Biodiversidade - EAD: Uma experiência piloto no Rio de Janeiro. Rev Fitos [Internet]. 23º de maio de 2017 [citado 19º de fevereiro de 2025];10(4):6-7. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/529

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