Resumo
Os fitoterápicos necessitam de um controle de qualidade da produção (plantio, secagem, armazenamento) e da comercialização do produto acabado. Para isso, deve-se garantir o resultado da análise qualitativa e quantitativa dos princípios ativos, a fim de comprovar que não houve degradação, de modo que os mesmos não percam suas características. Para a avaliação de qualidade de um fitoterápico foi utilizado o guaco comercial como exemplo de caso. O guaco é muito utilizado como brônquio-dilatador no Brasil, sendo a cumarina o principal metabólito secundário responsável por esta atividade farmacológica desta espécie. Neste artigo é descrito um método simples e seletivo para extração e determinação via Cromatografia Gasosa (CG) do teor de cumarina em guaco, comercializado como Mikania glomerata Sprengel. Foram utilizadas amostras de sete distribuidoras de diferentes Estados do Brasil, sendo os resultados confrontados com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que recomenda uma dose diária máxima de 4,89 mg. As amostras comerciais de guaco mostraram estar de acordo com as recomendações da ANVISA. Contudo, a variação de cumarina observada de uma distribuidora para outra (1,41 mg a 4,48 mg por grama de folha) mostra a necessidade de padronização, para garantir o consumo seguro deste fitoterápico. O método permitiu a quantificação rápida e simples de cumarina em guaco comercial, mostrando uma recuperação de 90,22 ± 0,32%.