Avaliação química e biológica de Graphium jumulu, fungo endofítico de Duroia macrophylla Huber (Rubiaceae)

Weison Lima Da Silva
María Teresa Fachin-Espinar
Maria Carolina Scheffer de Souza
Laísley Martins Lima
Cecilia Veronica Nunez

    Weison Lima Da Silva

    Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

    Graduado Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas no Instituto de Saúde e Biotecnologia (2012), mestrado em Biotecnologia (produtos naturais) (2015).

    María Teresa Fachin-Espinar

    Possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidad Nacional da Amazônia Peruana (2008) com diploma revalidado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais da Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas (2015) Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas.Possui experiência em bioprospecção, purificação e caracterização de biomoléculas de produtos naturais, realização de testes para avaliação de atividades química e biológicas: antioxidante, antibacteriana, de toxicidade e técnicas espectrométricas e espectroscópicas: CLAE, RMN e espectrometria de massas.

    Maria Carolina Scheffer de Souza

    Possui graduação em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia pela Universidade do Vale do Itajaí (2007), mestrado em Imunologia Básica e Aplicada pela Universidade Federal do Amazonas (2012) e doutorado em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas (2019). Tem experiência em bioensaios com cultivo de células animais e microrganismos para avaliar a atividade de produtos naturais e venenos

    Laísley Martins Lima

    Cecilia Veronica Nunez


Palavras-chave

Bioprospecção
Graphium jumulu
Atividade antibacteriana
Perileno quinona

Resumo

O presente trabalho investigou o potencial biotecnológico do fungo endofítico Graphium jumulu. O fungo foi cultivado em meio caldo de batata suplementado com 0,2% de extrato de levedura, em agitação a 120 rpm, a 30°C durante 20 dias, sendo os metabólitos do micélio extraídos com acetato de etila em banho ultrassom. O extrato foi testado para as atividades de toxicidade, antioxidante e antibacteriana, e não demonstrou efeito tóxico e nem atividade antioxidante, apresentando somente atividade antibacteriana, o que levou a seu fracionamento e, posterior, isolamento da substância: 4,9-dihidroxi-1,2,11,12-tetrahidroperileno-3,10-quinona. Esta substância foi testada frente as cepas patogênicas Acinetobacter baumannii, Aeromonas hydrophila, Edwardsiella tarda, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas fluorescens, Salmonella enteritidis, Serratia marcencens, Staphylococcus aureus. A substância não inibiu nenhuma das cepas avaliadas, entretanto estimulou o crescimento bacteriano de todas, com destaque para S. aureus, A. baumannii e S. enteritidis, que apresentaram um crescimento de forma linear crescente em função da concentração da substância. Conclui-se que a 4,9-dihidroxi-1, 2,11,12-tetrahidroperileno-3,10-quinona é um potencial estimulador do crescimento microbiano sugerindo a continuidade de avaliações frente a outras bactérias de interesse clínico e de interesse industrial. Este é o primeiro relato desta substância no fungo endofítico G. jumulu.

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Avaliação química e biológica de Graphium jumulu, fungo endofítico de Duroia macrophylla Huber (Rubiaceae). Rev Fitos [Internet]. 20º de agosto de 2020 [citado 12º de novembro de 2024];14(2):238-4. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/891
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