Uso de plantas medicinais por adultos diabéticos e/ou hipertensos de uma unidade básica de saúde do município de Caucaia-CE, Brasil

Leonardo da Silva Rodrigues
OrcID
Iveliny Emmanuelle Mesquita Mello Sobreira
OrcID

    Leonardo da Silva Rodrigues

    Centro Universitário Estácio FIC, Via Corpvs – Rua Eliseu Uchôa Beco, 600, CEP: 60810-210, Fortaleza, CE, Brasil

    OrcID http://orcid.org/0000-0003-4452-452X

    Possui ensino-medio-segundo-graupelo Centro Cenecista Luzardo Viana(2014). Tem experiência na área de Nutrição.

    Iveliny Emmanuelle Mesquita Mello Sobreira

    Centro Universitário Estácio FIC, Via Corpvs – Rua Eliseu Uchôa Beco, 600, CEP: 60810-210, Fortaleza, CE, Brasil

    OrcID http://orcid.org/0000-0002-4858-6624

    Graduada em ciências da nutrição pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), em 2013.2. Com pós-graduação em nutrição e fitoterapia funcional - VP Consultoria Nutricional. Cursando pós-graduação de nutrição funcional - VP Consultoria Nutricional. Com experiência em atendimento domiciliar de acamados em uso de sonda enteral. Com experiência em atendimento nutricional de afecções do trato gastrintestinal, doenças crônicas (diabetes, hipertensão, dislipidemias), doenças neurodegenerativas (parkinson, alzheimer e outras demências). Assim como emagrecimento e mudança de composição corporal. Professora de pós-graduação, com os seguintes temas abordados: terapia nutricional em doenças cardiopulmonares; exames laboratoriais; fisiologia aplicada à nutrição; doenças crônicas; fitoterapia; doenças renais; doenças hepáticas; bioquímica da nutrição; doenças neurodegenerativas.


Palavras-chave

Plantas medicinais
fitoterapia.
Diabetes mellitus tipo 2
Hipertensão arterial sistêmica
Toxicidade

Resumo

Plantas medicinais são todas as plantas que contém em suas partes, órgãos ou estruturas, substâncias químicas, que possam ser utilizados para o tratamento de doenças, como no caso da diabetes mellitus, ofertando uma ação antidiabética ou hipoglicemiante, ou ainda, no quadro de hipertensão arterial sistêmico, oferecendo propriedades hipotensivas e calmantes. O objetivo deste trabalho foi investigar o uso destas plantas por pacientes diagnosticados com diabetes do tipo 2 e/ou hipertensão arterial sistêmica atendidos na unidade básica de saúde do município de Caucaia-CE. Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, transversal, com amostra por método de amostragem por conveniência, realizado nos meses de março a maio de 2019. Foram entrevistadas 102 pessoas, 90% mulheres, das quais 29,4% usavam plantas medicinais. Estes usuários, com idade média 61,27 anos (DP±8,61), possuindo ensino fundamental incompleto 63,3%. Foram verificadas 18 espécies diferentes de plantas medicinais. Conclui-se que o uso de plantas medicinais parte, principalmente, do conhecimento popular, podendo resultar em uso inadequado. Porém, observou-se que as plantas utilizadas podem auxiliar no tratamento de doenças, se empregadas de forma adequada, sendo necessários mais estudos para a devida aplicação desta prática.

Referências

  1. Gadelha CS, Pinto Junior VM, Bezerra KKS, Maniçoba BB, Maracajá PPB. Estudo bibliográfico sobre o uso das plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil. Rev Verde Agr Desenv Sust. 2013; 8(5): 208-12. ISSN 1981-8203 [Link].
  2. Negri G. Diabetes Melito: plantas e princípios ativos naturais hipoglicemiantes. Rev Bras Ciên Farmac. 2005; 41(2): 121-42. ISSN 1516-9332. [CrossRef].
  3. Nunes MGS, Bernardino AO, Martins RD. Uso de plantas medicinais por pessoas com hipertensão. Rev Rene. 2015; 16(6): 775-81. ISSN 1517-3852. [CrossRef].
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. 2ª ed. Brasília. 2015a: 96.
  5. Leão DFL, Moura CS, Medeiros DS. Avalição de interações medicamentosas potenciais em prescrição de atenção primária de Vitória da Conquista (BA), Brasil. Ciên Saúde Colet. 2014; 19(1): 311-18. ISSN 1413-8123 [CrossRef].
  6. Brandelli CLC, Lima FG. Plantas tóxicas. In: Monteiro SC, Brandelli CLC. Farmacobotânica: aspectos teóricos e aplicação. Porto Alegre: Artmed. 2017; p.147-52.
  7. Campos SC, Silva CG, Campana PRV, Almeida VL. Toxicidade de espécies vegetais. Rev Bras Plantas Med. 2016; 18(1) (supl 1): 373-82. ISSN 1516-0572 [CrossRef].
  8. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2017-18. São Paulo: Clannad. 2017: 383p. Disponível em: [Link]. Acesso em: 26 fev. 2019.
  9. Federação Internacional de Diabetes (IDF). Atlas de Diabetes da IDF 8ª edição. Federação Internacional de Diabetes. 2017: 147p. Disponível em: [Link]. Acesso em: 01 mar. 2019.
  10. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2016; 107(3): 103p. Disponível em: [Link]. Acesso em: 25 mar. 2019
  11. Brasil. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Dia Mundial da Hipertensão 2016. Disponível em: [Link]. Acesso em: 27 mar. 2019.
  12. Brasil. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN 525, de 19 de maio de 2013. Regulamenta a prática da Fitoterapia pelo Nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que específica, prescrever plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos, como complemento da prescrição dietética e dá outras providências. Brasília-DF, 19 maio 2013.
  13. Oliveira LAR, Machado RD, Rodrigues AJL. Levantamento sobre o uso de plantas medicinais com a terapêutica anticâncer por pacientes da Unidade Oncológica de Anápolis. Rev Bras Plantas Medic. 2014; 16(1). Acesso em: 11 out. 2018. 32-40. [CrossRef].
  14. Santos MM, Nunes MGS, Martins RD. Uso empírico de plantas medicinais para tratamento de diabetes. Rev Bras Plantas Medic. 2012; 14(2): 327-34 [CrossRef].
  15. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Resolução da Diretoria Colegiada-RDC n° 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial da União, 2014.
  16. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Monografia da espécie Ocimum gratissimum L. (ALFAVACA). Brasília: Ministério da Saúde. 2015b. 89 p. [Link].
  17. Carvalho ACB, Diniz MFFM, Mukherjee R. Estudos da atividade anti-diabética de algumas plantas de uso popular contra o diabetes no Brasil. Rev Bras Farmacog. 2005; 86(1): 11-16. [Link].
  18. Farias DS, Ferreira PA, Oliveira VJS, Brito NM. Uso de plantas medicinais e fitoterápicos como forma complementar no controle da hipertensão arterial. BioFarm. 2016; 12(3). ISSN: 1983-4209. [Link].
  19. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Monografia da espécie Morus nigra L. (AMOREIRA). Brasília: Ministério da Saúde, 2015c. 68 p. [Link].
  20. Affonso RS, Rennó MN, Slana GBCA, França TCC. Aspectos químicos e biológicos do óleo essencial de cravo da índia. Rev Virt Quím. 2012; 4(2): 146-61. ISSN 1984-6835. [CrossRef].
  21. Adewole SO, Ojewole JA. Protective effects of Annona muricata Linn. (Annonaceae) leaf aqueous extract on serum lipid profiles and oxidative stress in hepatocytes of streptozotocin-treated diabetic rats. Afr J Tradit Complement Altern Med. 2008; 6(1): 30-41. ISSN 0189-6016. [CrossRef] [PubMed].
  22. Barbalho SA, Machado FMVF, Guiger EL, Silva PH, Silva VS, Oshiiwa M et al. Investigação dos efeitos da hortelã-pimenta (Mentha piperita) sobre o perfil bioquímico e antropométrico de universitários. Ciên Tecnol Alim. 2011; (31): 584-88. ISSN 0101-2061. [CrossRef].
  23. Kamalakkannan N, Prince PSM. Antihyperglycaemic and Antioxidant Effect of Rutin, a Polyphenolic Flavonoid, in Streptozotocinâ€Induced Diabetic Wistar Rats. Bas Clin Pharmacol Toxicol. 2006; 98(1): 97-103. ISSN 1742-7835 [CrossRef] [PubMed].
  24. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. 1ª ed. Brasília. 2016. Disponível em: [Link]. Acesso em: 25 de maio de 2019.
  25. Siguemoto ES. Composição nutricional e propriedades funcionais do murici (Byrsomina crassifolia) e moringa (Moringa Oleifera). São Paulo. 2013. Dissertação de Mestrado [Nutrição em Saúde Pública] Faculdade de Saúde Pública. USP. [CrossRef].
  26. Marques GS, Rolim LA, Alves LDS, Silva CAR, Soares LAL, Rolim-Neto PJ. Estado da arte de Bauhinia forficata Link (Fabaceae) como alternativa terapêutica para o tratamento do Diabetes mellitus. Rev Ciên Farm Bás Apl. 2013; 34(4): 313-20. ISSN 1808-4532. [Link].
  27. Hassan SK, El-Sammad NM, Mousa AM, Mohammed MH, Farrag ARH, Hashim ANE et al. Hypoglycemic and antioxidant activities of Caesalpinia ferrea Martius leaf extract in streptozotocin-induced diabetic rats. Asian Pacific J Trop Biomed. 2015; 5(6): 462-71. 2015. [CrossRef].
  28. Maiti R, Das UK, Ghosh D. Attenuation of hyperglycemia and hyperlipidemia in streptozotocin-induced diabetic rats by aqueous extract of seed of Tamarindus indica. Biolog Pharmac Bulletin. 2005; 28(7): 1172-76. [CrossRef] [PubMed].
  29. Brandelli CLC, Zen TD. Desenvolvimento, produção e controle de qualidade de fitoterápicos. In: Monteiro SC, Brandelli CLC. Farmacobotânica: Aspectos teóricos e aplicação. Porto Alegre: Artmed. 2017; p.135-145.
  30. Volpato GT, Damasceno DC, Calderon IMP, Rudge MVC. Revisão de plantas brasileiras com comprovado efeito hipoglicemiante no controle do Diabetes mellitus. Rev Bras Plantas Med. 2002; 4(2): 34-45. [Link].
  31. Rosa RL, Barcelos ALV, Bampi G. Investigação do uso de plantas medicinais no tratamento de indivíduos com diabetes melito na cidade de Herval D'Oeste-SC. Rev Bras Plantas Med. 2012; 14(2): 306-10. ISSN 1516-0572. [CrossRef].
  32. Machado HL, Moura VL, Gouveia NM, Costa GA, Espindola FS, Botelho FV. Pesquisa e atividades de extensão em fitoterapia desenvolvidas pela Rede FitoCerrado: uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos por idosos em Uberlândia-MG. Rev Bras Plantas Med. 2014; 16(3): 527-33. [CrossRef].
  33. Nicoletti MA, Oliveira-Junior MA, Bertasso CC, Caporossi PY, Tavares APL. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Infarma. 2007; 19(1/2): 32-40. [Link].
  34. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica/Ministério da Saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2012.156 p: il. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica; n. 31). Disponível em: [Link]. Acesso em: 1 mai. 2019.
  35. Fukumasu H, Latorre AO, Bracci N, Górniak SL, Dagli MLZ. Fitoterápicos e potenciais interações medicamentosas na terapia do câncer. Rev Bras Toxicol. 2008; 21(2): 49-59. [Link].
  36. Cordeiro CHG, Chung MC, Sacramento LVS. Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Rev Bras Farmacog. 2005; 15(3): 272-78. [CrossRef].
  37. Saad GA. Fitoterapia contemporânea: Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2018; p 21-45.
  38. Souza L, Martínez DGA. Nutrição funcional e fitoterapia. Porto Alegre: SAGAH. 2017; p 194-242. ISBN 978-85-9502-129-7.
  39. Brasil. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Monografia da espécie Allium sativum (ALHO). Brasília: Ministério da Saúde. 2015d; 59 p. [Link].
  40. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Monografia da espécie Matricaria chamomilla L. (= Chamomilla recutita (L.) Rauschert, Camomila). Brasília: Ministério da Saúde. 2015; 221 p. [Link].
  41. Silva-López RE, Santos BC. Bauhinia forficata Link (Fabaceae). Rev Fitos, [S.l.], 2015; 9(3): 217-32. [CrossRef].
  42. Brasil. Ministério da Saúde. Direção de Administração e Finanças. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. 2009. 3p. Disponível em: [Link]. Acesso em: 28 jun. 2019.
  43. Santos Rl, Guimaraes GP, Nobre MSC, Portela AS. Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no Sistema Único de Saúde. Rev Bras Plantas Med. 2011; 13(4): 486-91. ISSN 1516-0572. [CrossRef].
  44. Bruning MCR, MoseguiII GBG, Vianna CMM. A utilização da fitoterapia e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu – Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Ciên Saúde Colet. 2012; 17(10): 2675-85. ISSN 1413-8123. [CrossRef].
  45. Brasil. Ministério da saúde. Secretaria de ciência, tecnologia e insumos estratégicos. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). Brasília, 2009; 140p. Disponível em: [Link]. Acesso em: 30 jun. 2019.

Autor(es)

  • Leonardo da Silva Rodrigues
    Centro Universitário Estácio FIC, Via Corpvs – Rua Eliseu Uchôa Beco, 600, CEP: 60810-210, Fortaleza, CE, Brasil
    http://orcid.org/0000-0003-4452-452X
  • Iveliny Emmanuelle Mesquita Mello Sobreira
    Centro Universitário Estácio FIC, Via Corpvs – Rua Eliseu Uchôa Beco, 600, CEP: 60810-210, Fortaleza, CE, Brasil
    http://orcid.org/0000-0002-4858-6624

Métricas

  • Artigo visto 1948 vez(es)

Como Citar

1.
Uso de plantas medicinais por adultos diabéticos e/ou hipertensos de uma unidade básica de saúde do município de Caucaia-CE, Brasil. Rev Fitos [Internet]. 30º de setembro de 2020 [citado 22º de novembro de 2024];14(3):341-54. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/812
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Revista Fitos

Informe um erro