Validação farmacológica do uso da Acorus calamus L. descrito nos tratados entre os séculos XVII ao século XX

Rachel Oliveira Castilho
OrcID
Adriana Nunes Wolffenbüttel
OrcID

    Rachel Oliveira Castilho

    Universidade Federal de Minas Gerais

    OrcID https://orcid.org/0000-0003-4882-4992

    A professora Titular Rachel Oliveira Castilho é farmacêutica, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995). Concluiu o mestrado (1997) e o doutorado (2001) em química de produtos naturais na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil e pós-doutorado na Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg - Alemanha (2014). Desde 2006, é professora na Universidade Federal de Minas Gerais, no Departamento de Produtos Farmacêuticos, onde é líder do Laboratório de Farmacognosia e Homeopatia (GnosiaH) e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Tem projetos do CNPq, CAPES, FAPEMIG, School of Pharmacy do Trinity College, University of Dublin e Prefeituras de Itajubá e Betim. É uma das líderes do Núcleo de Estudos Pesquisa e Desenvolvimento em Ciências Farmacêuticas (NEPDCFAR/UFMG) e coordenadora do projeto em Rede CuraÓrtese. Atua nas seguintes áreas: a) Bioprospecção e fitoquímica de espécies vegetais brasileiras com atividade biológica (química de produtos naturais), b) Padronização de extratos e desenvolvimento de métodos de análise em plantas medicinais e derivados, c) Desenvolvimento de preparações farmacêuticas com plantas medicinais e d) Quimiossistemática micromolecular. Bolsista de produtividade em pesquisa 2.

    Adriana Nunes Wolffenbüttel

    CABSIN - Consórcio Acadêmico de Saúde Integrativa

    OrcID https://orcid.org/0000-0003-0586-2227

    Pesquisador no grupo de pesquisa Pesquisa em Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas aplicadas à Saúde Pública, do(a) Consorcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa pela CABSIn. Coordenadora do primeiro Mapa de Evidências da Efetividade Clínica da Aromaterapia (OPAS/BIREME/CABSIn). Pós-doutora em Ciências Farmacêuticas (PPGCF/UFRGS). Possui graduação como Bacharel em Química (UFRGS), Especialização em Toxicologia (SSP/RS), Especialização em Óleos Essenciais (PUCRS), Mestrado em Engenharia Metalúrgica-Ciências dos Materiais (PPGEMM/UFRGS), Doutorado em Ciências Farmacêuticas. Certificação CertAroma pela ABRAROMA. Tem experiência na área de química, com ênfase em química analítica, atuando principalmente nos seguintes temas: toxicologia química (drogas de abuso, agrotóxicos e venenos), controle de qualidade, óleos essenciais, farmacologia e formulações na área da saúde com óleos essenciais e aromáticos. Dizer pessoal: "O bacharelado iluminou o caminho, o mestrado ensinou como caminhar através da metodologia científica, a toxicologia mostrou o perigo e os cuidados necessários, entretanto a especialização, o doutorado e o pós-doutorado na área dos óleos essenciais evidenciaram a beleza, a harmonia e o potencial terapêutico da química."


Palavras-chave

Acorus calamus
calamo
Afecções renais
Afecções hepáticas
Atividades neuroprotetoras
Rodolpho Albino

Resumo

A Acorus calamus é uma espécie exótica, conhecida como calamo. Seus rizomas possuem indicação para afecções do fígado, rins, anemia e ansiedade. Esta monografia é fruto da pesquisa para validação dos usos das flores como antiespasmódica, apresentado por Rodolpho Albino por meio da primeira farmacopeia do Brasil, do século XX. A pesquisa foi conduzida por buscas de artigos nas bases de dados PUBMED, EMBASE e BVS, utilizando termos específicos. Estudos fitoquímicos demonstraram que Acorus calamus contém diversas substâncias bioativas, sendo rica em óleos essenciais caracterizados pela presença de fenilpropanoides, sequiterpenos e em menor proporção monoterpenos, tendo com componentes principais a α- e β-asarona, responsáveis por grande parte das atividades biológicas no sistema nervoso central, como anti-inflamatório, analgésico e antioxidante. Nesta monografia, as pesquisas pré-clínicas corroboram parte desses usos, demonstrando atividades neuroprotetoras, antioxidantes, anti-inflamatórias e possíveis efeitos hepatoprotetores. Entretanto, a presença de β-asarona, associada a potenciais efeitos genotóxicos e carcinogênicos em estudos animais, levanta preocupações quanto à segurança de seu uso prolongado ou em doses elevadas.

Referências

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1.
Validação farmacológica do uso da Acorus calamus L. descrito nos tratados entre os séculos XVII ao século XX. Rev Fitos [Internet]. 28º de novembro de 2025 [citado 13º de dezembro de 2025];19(Suppl. 1):e1869. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/1869
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